22 de outubro de 2024

Rio Piracicaba registra 18% do volume de chuvas esperado para outubro, aponta Saisp

Precipitação no leito do manancial era de cerca de 16 milímetros. Rio sofre consequências de um período mais seco que o normal nessa época do ano. Pedras aparentes no Rio Piracicaba na manhã desta segunda-feira, dia 30 de setembro/ Arquivo.
Reprodução/EPTV
Com 18% do volume de chuvas esperado para outubro, o Rio Piracicaba, na região da Rua do Porto, em Piracicaba (SP), registrou vazão e nível abaixo das expectativas para o mês. Desde o dia 1º até a manhã desta terça-feira (22), o índice de precipitação acumulada no leito do manancial era de cerca de 16 milímetros. A média de chuvas para este período é de 89,30 milímetros, segundo dados da plataforma online do Sistema de Alertas a Inundações de São Paulo (Saisp).
📲 Participe do Canal do g1 Piracicaba e região no WhatsApp
📉A previsão não indica tendência de o manancial alcançar a marca esperada de chuvas até o outubro. Para a próxima quinzena, são esperados 35 milímetros de chuvas em Piracicaba entre esta terça (22) e o próximo dia 5 de novembro, segundo o Climatempo.
🏞️A vazão do Rio Piracicaba no início desta terça-feira (22), às 7h, era de 16 mil litros por segundo (m3/s), marca é 76,7% menor que o ideal nesse período do ano. A média histórica para outubro é de 68,8 mil litros de água por segundo.
Em relação ao nível, o leito tinha profundidade de 0.95 metro na região da Rua do Porto e média para outubro é de 1,5 metro.
Previsão de Chuvas para Piracicaba
Reprodução/EPTV
Chuvas
Em outubro, o volume médio de chuvas é de 89, 30 milímetros. Na manhã desta terça-feira (22), o Rio Piracicaba registrava 16,25 milímetros de chuvas acumuladas em todo mês. O valor representa apenas 18% da quantidade esperada neste período.
O manancial tem registrado volume de chuvas, vazão e nível menores que os parâmetros médios para outubro desde a primeira quinzena do mês.
O cenário reflete os números da Sala de Situação das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), a partir de dados online do Sistema de Alertas a Inundações de São Paulo (Saisp) e medições diárias do Departamento de Água e Energia Elétrica (Daee) do Estado de São Paulo.
🌦️Pancadas pontuais
.Para esta terça-feira, há a possibilidade de ocorrer pancadas de chuva pontuais, principalmente por conta da nebulosidade, em que o risco de temporal é maior, devido a uma área de baixa pressão atmosférica que está no Mato Grosso do Sul
O risco de temporal aumenta na próxima quarta-feira (23). As áreas de baixa pressão atmosférica devem dar lugar a um cavado – fenômeno que gera ventos em alto níveis da atmosfera –, além da ocorrência de uma frente fria em alto mar, que canalizará a umidade.
Apear de ser uma frente fria marítima, e não continental, ela ajuda a proporcionar mais umidade e, com isso, a chuva, onde cair, deve cair forte, de acordo com a apuração da EPTV, emissora afiliada da TV Globo.
Grandes volumes são esperados par ao final de semana, devido à chegada de outra frente fria, que será continental e deve avançar por todo o estado.
Vista do Rio Piracicaba em 15 de outubro de 2024
Beatriz Bisan/g1
Aguapés
O acúmulo de plantas aquáticas na região da Rua do Porto e Ponte do Mirante no Rio Piracicaba chama atenção de quem passa pelo trecho. A presença de aguapés na superfície do leito, além das pedras aparentes que denunciam nível crítico, é uma das evidências de que oxigenação da água e a poluição do manancial são alarmantes. O cenário pode provocar mortandade de peixes, conforme alerta pesquisador da USP. 📝Entenda por que na reportagem.
🏞️A vista do Elevador Turístico deixa evidente as manchas verdes em cima da água. De acordo com o Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (Daee), o nível do Rio Piracicaba estava em 0.93 metro às 7h no último dia 10 de outubro.
Acúmulo de aguapés não é bom sinal, segundo especialista
Edijan Del Santo/ EPTV
📉A marca é quase 40% abaixo da profundidade média estimada para outubro, que é de 1,5 m. A vazão do manancial também era 77% menor que a esperada para essa época do ano.
O cenário reflete os números da Sala de Situação das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), a partir de dados online do Sistema de Alertas a Inundações de São Paulo (Saisp).
Após estiagem e tragédia ambiental, Rio Piracicaba registra aparecimento de aguapés
🥛Análise da água
Uma análise do campus da Universidade de São Paulo (USP) de Piracicaba, aponta que o índice de poluição da água no Rio está cerca de quatro vezes acima do ideal.
O professor e pesquisador em Ecologia Aplicada, Plínio Barbosa de Camargo, responsável pela Divisão e Funcionamento de Ecossistemas do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), explica que o índice de sais dissolvidos, que demonstra o nível de poluição, está bastante elevado, em torno dos 800.
“São valores muito altos e característicos deste período seco. É como se estivéssemos jogando fertilizantes dentro da água. A título de comparação, em momentos quando o Rio Piracicaba está mais cheio, o índice de sais cai para 200. A planta aquática cresce exatamente pelo rebaixamento do rio. Então, como o aguapé fica exposto à luz e à agua que passa por essas plantas, com muito nutrientes, essa vegetação deve continuar a crescer até o nível subir de novo”, comenta.
Aguapés no Rio Piracicaba
Claudia Assencio/g1
Oxigenação em nível crítico
Ainda de acordo com Plínio Camargo, as coletas analisadas pelo laboratório da USP em Piracicaba demonstraram que o nível de oxigenação da água no Rio Piracicaba está bastante crítico.
“A medida de oxigênio feita deu em torno de 3,5. Um nível crítico. O ideal seria sempre acima de cinco. Alguma descarga de matéria orgânica, seja por revolvimento ou por descarte, pode fazer o índice de oxigenação baixar repentinamente e gerar a próximo de zero, causando mortandade de peixes”, alertou.
Presença de aguapés no Rio Piracicaba preocupa especialista.
Edijan Del Santo/EPTV
Mortandade
Em julho deste ano, a maior mortandade de peixes já registrada no Rio Piracicaba, que chegou até a Área de Proteção Ambiental (APA) do Tanquã, no interior de São Paulo, matou cerca de 253 mil peixes em um trecho de 70 quilômetros.
O dano ambiental gerou uma multa de R$ 18 milhões à Usina São José, de Rio das Pedras (SP), apontada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) como a origem da poluição que gerou as mortes dos animais.
O Ministério Público e Polícia Civil também investigam o caso e a empresa diz que não foi comprovada a responsabilidade dela.
Rio Corumbataí, que abastece Piracicaba, tem baixa vazão e pedras aparentes em setembro.
Edijan Del Santo/EPTV
VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região
Veja mais notícias da região no g1 Piracicaba

Mais Notícias