3 de março de 2025

Rituais de fé marcam dia de desfiles de temas afro na Sapucaí


Unidos de Padre Miguel, Imperatriz, Viradouro e Mangueira levaram à Avenida enredos ligados à cultura afro-brasileira. Dia de enredos afro é marcado por demonstrações de fé e rituais na Sapucaí
No dia em que todas as escolas que passaram pela Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, exaltaram a cultura preta, muitos rituais e gestos de fé foram vistos entre os membros das agremiações.
Antes de começar o desfile, o apoio de bateria da Unidos de Padre Miguel, Wagão Mendonça, fez uma oração.
“Faço essa oração à minha mãe, que é falecida, aos orixás. E eu sou praticante do budismo. Para que a gente possa fazer um ótimo Carnaval.”
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Integrante da Viradouro
Tata Barreto/Riotur
A UPM, neste ano, contou na avenida a história de Iya Nassô, africana que fundou a primeira casa de candomblé de tradição ketu da Bahia.
O babalawô Ivanir dos Santos, que foi destaque da escola ao lado de filhos do terreiro Iya Nassô Oká, ressaltou a importância de exaltar a contribuição africana no Carnaval.
“Em um momento em que precisamos cada vez mais referendar a importância dessas contribuições para a cultura brasileira, é muito bom estarmos juntos aqui mostrando essa contribuição”.
FOTOS: Destaques da primeira noite de desfiles de Carnaval no Rio de Janeiro
Ala de baianas em desfile da Unidos de Padre Miguel, na Sapucaí.
Leo Franco / AgNews
A segunda escola a desfilar foi a Unidos do Viradouro, com um enredo que mostra quando o orixá Oxalá desobedeceu às orientações de Exu ao visitar o reino de Xangô.
Ao longo de todo o desfile, membros da escola eram vistos borrifando água de alfazema entre as alegorias, ritual de proteção comum em cultos de matriz africana.
Desfile da Viradouro na Sapucaí, no Rio de Janeiro.
Stephanie Rodrigues/g1
A Imperatriz levou para a avenida um enredo que mostra a saga que o orixá Oxalá enfrentou ao desrespeitar os conselhos de Exu e visitar o reino de Xangô.
Durante o desfile, membros da escola borrifavam água de alfazema entre as alas.
Detalhes do desfile da Imperatriz Leopoldinense na Sapucaí.
Marco Terranova/Riotur
A Mangueira encerrou a noite lembrando a contribuição dos negros de etnias bantu na cultura carioca.
Entre os destaques, o médico e ex-BBB Fred Nicácio, contou que também fez suas preces antes de entrar na Avenida.
“Eu tenho alguns rituais, minhas orações. Mas tudo é ligado à minha concentração. Eu converso com meu ori antes de entrar”, revelou Fred, que além de cuidar do espiritual, tem uma regra básica de carnaval.
“Nunca esquecer de me divertir”, brincou o médico.
Evelyn Bastos, rainha de bateria da Mangueira
Stephanie Rodrigues/g1
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