19 de outubro de 2024

RN teve mais de 10 mil acidentes de trabalho em 2023; veja profissões com mais casos

Dados constam em boletim da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) e foram divulgados em levantamento da Associação dos Engenheiros de Segurança do Trabalho do RN. Obra: pedreiros são primeiro lugar em acidentes de trabalho
Marco Aurélio/Prefeitura de Uberaba/ARQUIVO
O Rio Grande do Norte teve um total de 10.216 casos de acidentes de trabalho em 2023, segundo registros da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) divulgados em um levantamento da Associação dos Engenheiros de Segurança do Trabalho do RN.
Desse total, segundo o boletim da pasta, 8.437 casos aconteceram com homens e 1.779 com mulheres.
O boletim apontou ainda que a profissão de pedreiro, com 778 casos de acidente de trabalho, foi a que mais registrou ocorrências desse tipo, seguida pelas profissões de trabalhador volante da agricultura (555) e técnico de enfermagem (495).
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Segundo a Sesap, Natal foi o município responsável pela maior parte das notificações de acidentes de trabalho, com 4.562 ocorrências, seguida por Mossoró (1.903) e Caicó (854).
De acordo com dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, foram comunicados, entre 2012 a 2022, mais de 6,7 milhões acidentes de trabalho e 25,5 mil mortes no emprego com carteira assinada no Brasil.
Já o novo sistema eSocial do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) demonstrou que em 2023 ocorreu no Brasil 499.955 acidentes de trabalho, sendo 2.888 fatais.
📋 Para debater soluções sobre o tema, especialistas de todo o país se reúnem em Natal nos dias 28 e 29 deste mês no II Congresso Norte Nordeste de Segurança e Saúde Ocupacional (II CONESSO), que traz como tema principal “A segurança do trabalho e suas ferramentas no combate aos acidentes”.
📍 O evento será realizado pela Associação dos Engenheiros de Segurança do Trabalho do RN, a Associação Lusófona de Engenharia, Segurança do Trabalho e Saúde Ambiental e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RN, no Hotel Praia Mar, em Ponta Negra.
Afastamentos de trabalho e doenças
O estudo do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho mostrou ainda que em menos de cada 4 horas morre um trabalhador no país vítima de acidentes de trabalho. No mesmo período do estudo, o INSS registrou 2,3 milhões de afastamentos em razão de doenças e acidentes de trabalho, contabilizando um gasto com benefícios previdenciários acidentários acima de R$ 136 bilhões.
Esse valor inclui ocorrências como auxílios-doença, aposentadorias por invalidez, pensões por morte e auxílios-acidente relacionados ao trabalho. As informações apresentadas se baseiam em comunicações de acidentes de trabalho ao INSS.
Na série histórica do Observatório, há ainda 2,5 milhões de registros no âmbito do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Sistema Único de Saúde (SUS) que coleta informações sobre casos de notificação compulsória que afetam a população ocupada em trabalhos formais e informais.
📃 (Isso inclui acidentes de trabalho graves e outras ocorrências laborais, como a exposição a material biológico, os acidentes com animais peçonhentos, o câncer relacionado ao trabalho, as dermatoses ocupacionais, as lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, as perdas auditivas induzidas por ruído, as pneumoconioses, as intoxicações exógenas e os transtornos mentais e comportamentais).
Como prevenir acidentes
Os dados mostram que 15% dos acidentes foi causado pela operação de máquinas e equipamentos, o o que provocou amputações e outras lesões gravíssimas com uma frequência 15 vezes maior do que as demais causas, e gerou três vezes mais acidentes fatais do que a média geral dos agentes causadores.
Para o presidente da Associação dos Engenheiros de Segurança do Trabalho do RN, Raimundo Cícero Araújo Montenegro, os acidentes de trabalho resultam de uma combinação de fatores.
“Para assegurar um ambiente de trabalho seguro e saudável, as empresas devem implementar uma gestão eficaz de segurança e saúde, que inclua a promoção de uma cultura de prevenção, avaliações regulares de riscos, manutenção organizada do local de trabalho, capacitação dos trabalhadores e medidas preventivas”, disse.
Segundo ele, essas medidas incluem a eliminação de fatores de risco, adoção de proteções coletivas e individuais e canais de comunicação “para que os trabalhadores relatem condições inseguras”.
“A conformidade com as normas de segurança estabelecidas é essencial para a prevenção de acidentes no ambiente de trabalho”, reforçou.
O presidente destacou ainda que o primeiro passo para a implementação de medidas que garantam um local de trabalho seguro e saudável é a informação sobre os acidentes.
“É preciso haver a comunicação para identificar os perigos e avaliar e controlar os riscos”, garantiu Raimundo Cícero
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