Em julho, Kennedy chegou a ter 10% das intenções de voto na média das pesquisas, taxa que se mantinha em todos os estados indefinidos. Cenário mudou com a entrada de Kamala Harris na disputa. Robert Kennedy Jr desiste da candidatura e apoia Donald Trump
Campanha republicana: Donald Trump recebeu o apoio do candidato independente Robert Kennedy Jr.. Ele desistiu na manhã desta sexta-feira (23). Ele teve uma conversa ao longo da semana com o ex-presidente Donald Trump e decidiu apoiar Trump na corrida à Casa Branca.
Isso não quer dizer que os votos que eram dedicados a Robert Kennedy Jr. automaticamente irão para Donald Trump – é apenas um acordo de cavalheiros. mas muita gente que ia votar em Kennedy ia voar em um candidato que desagradava menos, porque tanto Joe Biden – que deixou a corrida em julho – como Donald Trump têm um alto índice de rejeição. Robert Kennedy Jr. era esse elemento curioso e importante também dessa corrida que é tão apertada. Ele, que tentou a vaga pelo Partido Democrata, agora está se alinhando ao Partido Republicano.
O candidato independente anunciou o fim da campanha em um evento no Arizona. Ele criticou o Partido Democrata por colocar Kamala Harris como sucessora de Joe Biden e disse que, apesar de ainda discordar de Trump em várias questões, declarou apoio ao republicano.
“Estamos alinhados em questões principais, como acabar com as guerras eternas, acabar com epidemias de doenças infantis, proteger a fronteira, proteger a liberdade de expressão, desvendar o controle das agências regulatórias pelas corporações e tirar as agências de inteligência dos Estados Unidos da função de propaganda, censura e supervisão de americanos e da interferência nas eleições”, disse Robert F. Kennedy Jr.
Kennedy não apresentou provas de que tenha havido qualquer interferência em eleições recentes e nem explicou o que quis dizer com acusação de censura.
Em um discurso em Las Vegas, Donald Trump agradeceu o apoio. Disse: “É grande, ele é um cara ótimo, respeitado por todos”.
Os votos que vão definir esta eleição estão no meio-oeste dos Estados Unidos. Não à toa, os democratas escolheram Chicago para sediar a convenção nacional do partido de 2024. E é neste campo de batalha que os votos de Kennedy – ainda que poucos – podem ajudar Donald Trump a conquistar esses estados essenciais para a vitória.
Em julho, Kennedy chegou a ter 10% das intenções de voto na média das pesquisas, taxa que se mantinha em todos os estados indefinidos. Esse cenário mudou com a entrada de Kamala Harris na disputa. Ela chegou subindo nas pesquisas, e as intenções de voto em Kennedy caíram para 4%.
Segundo a imprensa americana, a negociação desse apoio foi feita por aliados de Trump, e Kennedy aceitou com a perspectiva de um cargo em um possível governo do republicano.
Robert F. Kennedy Jr. entrou na corrida à Casa Branca em abril de 2023 pelo Partido Democrata, desafiando a reeleição do presidente Joe Biden. Em outubro, sem chances de conseguir a nomeação, ele anunciou que concorreria de maneira independente.
Kennedy é um dos sobrenomes mais tradicionais da política americana. Robert Júnior é filho de Robert F. Kennedy, senador assassinado em 1968, quando tentava a nomeação como candidato à Presidência pelo Partido Democrata, e é sobrinho de John F. Kennedy, também assassinado no terceiro ano de seu mandato como presidente dos Estados Unidos.
Advogado, Robert Kennedy Jr. é conhecido pelo ativismo a favor do meio ambiente e também pelas polêmicas. Diversas vezes ele difundiu informações comprovadamente falsas sobre vacinas e teorias da conspiração associadas à extrema direita.
Nas redes sociais, cinco irmãos de Robert Jr. publicaram um comunicado em que dizem acreditar em Kamala Harris e Tim Walz:
“A decisão do nosso irmão Bobby de apoiar Trump hoje é uma traição dos valores que nosso pai e nossa família mais prezam. É um final triste para uma história triste”.