De acordo com Yara Guariglia, uma das organizadoras do projeto em Sorocaba (SP), ele foi criado para “democratizar” a corrida, mostrando para as pessoas que é possível praticar o esporte sem ter um físico definido ou acessórios caros. Pessoas praticando o Running Crew no centro de Sorocaba (SP)
Nátali Hernandes e Renato Rezende
Você já desistiu de praticar algum esporte por causa das dificuldades? Pouco conhecimento, equipamentos caros ou falta de condicionamento físico, seja qual for a barreira, é muito comum que as pessoas desistam da atividade ao se depararem com empecilhos.
E foi exatamente por esse motivo que surgiu a “Running Crew”, uma modalidade de corrida que visa, entre diversas coisas, a inclusão.
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E para explicar como funciona a modalidade que tem conquistado novos adeptos, o g1 conversou com Yara Guariglia, uma das organizadoras do projeto que é pioneiro em Sorocaba (SP).
Corrida feita no Dia das Mulheres
Nátali Hernandes e Renato Rezende
Fundado em dezembro do ano passado e de forma despretenciosa, o “UDG Running Crew” foi idealizado por Yara e outro amigo que já treinavam, mas queriam democratizar o esporte.
“Vinhamos da corrida e triathlon, mas estávamos cansados do ambiente da corrida que não é muito acolhedor para as pessoas mais diversas. Normalmente as pessoas, princialmente quem dá assessoria de corrida, se preocupam muito em performance, mas nós queríamos pensar em qualidade de vida, lifestyle, envolver com arte, música e, a partir daí, juntar grupo de amigos que queriam correr por prazer, sem o compromisso da performance”, explica Yara.
Matheus Moraes, Renato Rezende, Yara Guariglia, Doug Vieira, organizadores do Running Crew
Nátali Hernandes e Renato Rezende
A corredora e pedagoga explicou que a ideia principal do grupo é “problematizar a elitização que tem na corrida”, desmestificando que é preciso de pré-requisitos para começar a praticar o esporte.
“Temos essa máxima que somos uma comunidade inclusiva e acolhedora, não fazemos distinção. Nós estamos abertos para quem quer começar a correr e para quem já corre. Sempre conversamos com as pessoas antes explicando que é para correr entre amigos, conversar e um ajudar o outro, com espírito de coletividade, realmente para democratizar a corrida, mostrar que qualquer um pode correr, sem precisar de corpo definido, tênis caro, relógio com GPS”.
Corredores marcaram encontro e estão recebendo orientação dos organizadores
Nátali Hernandes e Renato Rezende
E quando Yara diz que é para todo mundo, é porque é mesmo: sempre antes de iniciarem o trajeto, eles se dividem em grupos: avançados – com pessoas que correm todo o percurso de forma confortável -, intermediários – que vão trotando, em uma corrida devagar -, e, por fim, os iniciantes – que intercalam entre corrida e caminhada.
Atualmente a organização do grupo conta com quatro pessoas, incluindo um educador físico, que se reúne semanalmente em algum local de Sorocaba.
‘Hype’
Apesar de novo na cidade, a modalidade tem feito sucesso e o grupo está cada vez maior. “Estamos recebendo uma média de 100 pessoas por encontro. No último que fizemos, de especial do Dia das Mulheres, foram 180”, comenta Yara.
Pessoas reunidas para participar do Running Crew em Sorocaba (SP)
Nátali Hernandes e Renato Rezende
E a inclusão vem dando resultado. Yara contou que, mesmo em pouco tempo, já consegue ver pessoas que achavam a corrida impossível, evoluindo cada vez mais.
“Já vemos pessoas que começaram e estão evoluindo, muitas pessoas falam que achavam que fosse mais difícil correr, que precisavam de algumas outras coisas, mas viram que a corrida é para todo mundo. Basta calçar um tênis confortável e sair para correr pra rua com os amigos. Queremos ocupar o espaço da rua, a corrida é na rua, temos essa ideia de coletividade e ocupação urbana”.
Douglas participa do Running Crew em Sorocaba (SP)
Íthalo César
Douglas dos Santos, de 37 anos, morador da cidade, está incluso nesse número de pessoas que se apaixonaram pelaa modalidade.
Ele estava parado sem praticar atividade física e, ao descobrir o “Running Crew”, viu uma nova chance na corrida. Mesmo com problemas físicos e de saúde, deu a volta por cima e conseguiu se identificar com o grupo.
“Achei a experiência incrível, achei super legal, galera super prestativa, um grupo que vem crescendo cada vez mais e eu com as minhas dificuldades, por exemplo, de asma, tenho uma lesão no braço esquerdo onde eu não movimento o braço por conta dos nervos estarem rompidos, então eu prendo meu braço e querendo ou não o corpo fica mais pesado quando estou correndo, e eu estou conseguindo passar por cima de tudo isso. O incentivo do grupo está sendo bem legal, posso dizer que é um grupo que veio para fazer a revolução, tirar a galera do sedentarismo e eu me identifiquei bastante”, ressaltou Douglas.
*Colaborou sob a supervisão de Matheus Arruda
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