TSE condenou políticos de São Francisco de Assis por compra de votos e abuso de poder. Eleições suplementares estão previstas para abril. Prefeitura de São Francisco de Assis (RS)
Reprodução/RBS TV
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou, na terça-feira (5), a cassação dos mandatos do prefeito, do vice-prefeito e do presidente da Câmara Municipal de São Francisco de Assis, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Com isso, o município de 17,6 mil habitantes a 429 km de Porto Alegre deve realizar eleições suplementares para o Executivo.
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Como os três principais cargos políticos do município não têm mais titulares, como fica o comando da cidade?
O g1 foi atrás de respostas e explica nesta reportagem:
Por que os políticos foram cassados
O que eles alegam em suas defesas
Quem assume a prefeitura agora
Quando o município vai ter novas eleições
Cassados: prefeito Paulo Renato Cortelini, vice Jeremias Oliveira e vereador Vasco Carvalho
TSE/Divulgação
1. Por que os políticos foram cassados
O prefeito Paulo Renato Cortelini (MDB), o vice Jeremias Oliveira (PDT) e o vereador Vasco Carvalho (MDB) foram cassados por compra de votos e abuso de poder nas eleições de 2020.
Segundo o Ministério Público, o candidato a vereador Vasco Carvalho teria negociado a entrega de cestas básicas a pedido dos candidatos Cortelini e Oliveira.
Os investigadores indicaram provas de que Oliveira teria pago empresários e custeado combustível para eleitores em troca de votos. A denúncia ainda afirma que os políticos teriam prometido manutenções em diferentes regiões da cidade em troca de votos.
Prefeito, vice e vereador são cassados em São Francisco de Assis
2. O que eles alegam em suas defesas
Paulo Renato Cortelini teve o diploma cassado, deixando de ocupar a prefeitura de forma imediata a partir da intimação. O político diz lamentar a decisão e que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Estou de cabeça erguida, com a consciência tranquila na certeza de que nada fiz”, afirma.
Jeremias Oliveira teve o diploma cassado e foi declarado inelegível por oito anos. Ele afirma que não houve compra de votos nas eleições. “Só posso lamentar a decisão equivocada da Justiça e aguardar o retorno dos companheiros para a prefeitura, novamente pelo voto daqui uns meses”, sustenta.
Já Vasco Carvalho, que também teve o diploma cassado e foi declarado inelegível, sustenta que houve uma armação dos partidos adversários e que vai buscar a nulidade do processo “pelas ilicitudes e inconstitucionalidade das provas junto ao Supremo Tribunal Federal”, alega.
TSE confirma cassação de prefeito, vice e vereador de São Francisco de Assis
3. Quem assume a prefeitura agora
Como o prefeito, o vice e o presidente da Câmara foram cassados, quem assume a prefeitura de forma provisória é o vice-presidente do Legislativo. Atualmente, quem ocupa o cargo é Franklin “Buiú” Pereira (PDT).
Na segunda-feira (11), a Câmara elege uma nova Mesa Diretora. O vereador eleito como presidente vai assumir a prefeitura até a realização de eleições suplementares.
Vereador Franklin “Buiú” Pereira
TSE/Divulgação
4. Quando o município vai ter novas eleições
De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), uma eleição prevista para abril vai escolher novos prefeito e vice-prefeito em São Francisco de Assis. Os eleitos ficam no cargo até dezembro.
Em outubro, todos os municípios do Brasil realizam eleições municipais. Os eleitos no pleito regular vão governar São Francisco de Assis no período entre 2025 e 2028.
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Elza Fiuza/Agência Brasil
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