Lilliana da Silva Rodrigues deixou uma filha de 8 anos. Acidente ocorreu na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, em Praia Grande (SP). Lilliana da Silva Rodrigues morreu aos 28 anos
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Lilliana da Silva Rodrigues, a motociclista de 28 anos que morreu após ser atingida pelo carro de um policial embriagado, deixou uma filha de 8 anos. Ao g1, a família da jovem revelou que lutará para que o responsável pelo acidente seja preso, pois ele foi liberado após pagamento de fiança.
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“Quero justiça pela vida dela. Eu sei que ela não vai estar de volta, mas eu quero justiça”, desabafou a cozinheira Marlene da Silva Rodrigues, mãe da vítima.
De acordo com a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), o policial dormiu ao volante e acertou a traseira da moto conduzida por Lilliana, que tinha Richard dos Santos Souza na garupa. O acidente ocorreu na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, na altura de Praia Grande, no litoral de São Paulo, no sábado (25) e a morte foi confirmada no domingo (26).
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), o motorista foi identificado como um policial militar de 49 anos. De acordo com a pasta, ele chegou a ser detido por embriaguez ao volante, mas acabou liberado após pagar a fiança.
“Teve um fim triste desse por um homem que estava embriagado, sem noção. Tirou a vida da minha filha com 28 anos, com uma vida toda pela frente. É muito triste”, lamentou Marlene.
Perfil
Ao g1, o irmão Carlos Eduardo Rodrigues contou que Lilliana trabalhava com transporte por aplicativo de carro e de moto e tinha planos de crescer na carreira. “Estava se descobrindo com 28 anos o que ela queria ser ainda”, afirmou, dizendo que Lilliana tinha interesse em trabalhar com ônibus ou até caminhão.
Lilliana da Silva Rodrigues morreu após ser atingida enquanto dirigia moto na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, em Praia Grande (SP)
Redes sociais e Reprodução/CCI Artesp
O homem mora na Bahia por conta do trabalho, mas mantinha contato frequente com a irmã. “De longe, eu pegava no pé dela. Então, e agora? Vou estar preocupado, ligando para quem?”, lamentou.
De acordo com ele e com a mãe, Lilliana sentiu muito a perda do pai há três anos. No entanto, seguia uma pessoa extrovertida, trabalhadora e sempre fazia questão de estar perto da família, principalmente dos sobrinhos e da filha, por quem era apaixonada.
“Era a coisa mais importante da vida dela, tudo que ela fazia era por essa menina. Trabalhava para dar as coisas, para mantê-la. Ela não era ninguém sem a filha”, relembrou Marlene.
Para Carlos, o sorriso largo era uma característica forte da irmã e fica de legado para a família. “Sorriso lindo largo, coração fácil, pronta para poder ajudar o próximo em qualquer coisa”, finalizou.
Filha de Lilliana
Marlene contou que morava com a filha e a neta em São Vicente (SP), mas atualmente a criança está na capital paulista passando as férias na casa da avó paterna.
Apesar disso, Marlene já conversou com a neta. “A gente explica tudo para ela, mas ainda não entende. Ela chora pela mãe dela, pede e chama a mãe. […] A gente tem que tentar conversar, disfarçar, desviar a conversa”, lamentou.
Para ela, o futuro da menina é uma preocupação. “Não tenho condições de ficar com ela agora no momento, porque eu trabalho todos os dias, saio de manhã e só volto tarde da noite”, disse, informando que o assunto será pauta com a família paterna.
Posicionamentos
Em nota, a SSP-SP informou que o caso é investigado pelo 1º Distrito Policial (DP) de Praia Grande. “A comunicação do falecimento da mulher, de 28 anos, que estava na motocicleta, foi registrada na manhã deste domingo (26). Na data do ocorrido, dia 25, um policial militar, de 49 anos, foi detido por embriaguez ao volante, teve a CNH apreendida e foi liberado após pagamento de fiança”.
Ainda segundo a pasta, a autoridade policial solicitou exames periciais e segue realizando diligências para esclarecimento dos fatos. “Cabe esclarecer que o policial não exercia suas funções, no momento do crime. A Polícia Militar acompanha o andamento das investigações”.
Questionado sobre a liberação do indiciado sob pagamento de fiança, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) informou que os autos de inquérito policial tramitam sob sigilo, conforme o artigo 20 do Código de Processo Penal. “As informações nos autos são de acesso restrito às partes e advogados”.
Vítimas
De acordo com o Corpo de Bombeiros, após o impacto, Richard (garupa da moto) foi resgatado apresentando sinais de desorientação e levado ao Pronto-Socorro do Rio Branco, em São Vicente (SP). Já Lilliana sofreu paradas cardiorrespiratórias e foi encaminhada ao Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande
Ao g1, o garupa contou que teve alta na noite de sábado (25), mas Lilliana permaneceu internada e teve outras três paradas cardiorrespiratórias. Ela não resistiu e morreu no domingo (26).
Acidente ocorreu na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, na altura de Praia Grande (SP).
Reprodução/CCI Artesp
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