Alta foi estimada em 16,38%, segundo o FipeZAP. Número supera o dobro da média nacional. Prédios na orla de Salvador, entre o Jardim de Alah e Boca do Rio
Valma Silva/g1
“Na minha vez ficou tudo mais caro”, reclamam jovens adultos nas redes sociais. E não é mera impressão. Comprar um imóvel residencial, por exemplo, ficou 16,38% mais caro em Salvador, em 2024.O número leva em conta o preço médio das residências em comparação com as taxas de 2023.
Segundo o Índice FipeZAP, do Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a capital baiana registrou o segundo maior aumento entre as capitais, perdendo apenas para Curitiba, no Paraná, onde adquirir um imóvel ficou 18% mais caro.
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O relatório do FipeZAP, divulgado na terça-feira (7), mostra que o preço médio do metro quadrado residencial em Salvador foi de R$ 6.766,00 em dezembro. A amostra considerou 38.237 anúncios.
A área mais representativa no cálculo do instituto foi a Barra, onde o preço médio foi de R$ 10.365 por metro quadrado no último mês. O aumento nos últimos 12 meses superou a marca de 20,6%. Confira a sequência:
Zonas, distritos ou bairros mais representativos no cálculo de Salvador
A situação em Salvador não é isolada. Uma reportagem do g1 mostrou que apenas um entre 56 municípios analisados registrou queda nos preços no último ano: Santa Maria, no Rio Grande do Sul, com redução de 1,5%.
Em geral, comprar um imóvel ficou 7,73% mais caro no país — essa foi a maior variação anual desde 2013, quando os preços subiram 13,74%.
A reportagem ouviu a economista Paula Reis, do DataZAP, disse que o aumento está relacionado ao desempenho da economia brasileira, que cresceu acima das expectativas de um mercado de trabalho forte.
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“A condição macroeconômica influenciou positivamente o mercado imobiliário ao contribuir com a expansão da concessão de crédito para os segmentos popular e de médio padrão”, disse a especialista.
Na capital, além desse público, empreendimentos de luxo ajudam a manter o setor aquecido, mesmo com a alta dos valores. Segundo a consultoria Brain Inteligência Estratégica, o mercado imobiliário registrou crescimento de 38% em lançamentos entre janeiro e agosto de 2024, com quase oito mil novas unidades, na comparação com 2023. Desse total, os que têm venda mais rápida, muitas vezes, são os imóveis de alto padrão.
Imóveis na orla do Rio Vermelho, na capital baiana
Heloísa Carvalho/Arquivo Pessoal
Especialistas apontam como exemplo de sucesso é o condomínio Monvert, no Horto Florestal, que teve todos os apartamentos vendidos em 40 dias. Ao todo, são 140 unidades divididas em duas torres.
O projeto privilegia o lazer completo e conta com quadras poliesportiva, de tênis e beach tennis, piscinas, salões de festas imensos, espaço gamer para a criançada e um bar com pista de boliche.
Outro exemplo é o antigo Bahia Othon Palace Hotel, que está em obras para dar lugar ao novo Mansão Othon Luxury Residences, em uma borda do terreno com vista para o mar. Serão 32 unidades de 572 metros quadrados, vendidas em dois meses, por quase R$ 10 milhões cada.
O local também vai abrigar estúdios e apartamentos de um e dois dormitórios, entre 35 e 128 metros quadrados, mantendo o o aspecto arquitetônico original de 1975.
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Essa tendência se fortalece desde 2023, quando imóveis da categoria luxo corresponderam a 27% do total de vendas na cidade, superando os de médio e alto padrão com 22% cada. Os dados são da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC).
“O desempenho do mercado imobiliário no Nordeste tem sido significativo, especialmente na Bahia. Já no primeiro trimestre de 2024, dados mostravam que Salvador registrou um aumento de 4,4% nas vendas de imóveis e novos lançamentos, evidenciando a força do setor na região. O estado está atraindo cada vez mais investidores e compradores, o que reflete um ambiente de negócios forte e cheio de oportunidades”, afirma Luiz França, presidente da entidade.
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