22 de outubro de 2024

Santuário em AL: ambientalistas comemoram a soltura de mais de 50 peixes-bois no litoral brasileiro

Esse ano é celebrado 30 anos da soltura do peixe-boi Astro, o primeiro a ser devolvido à natureza na cidade de Porto de Pedras. Peixe-boi marinho reaprende a viver na natureza em Alagoas; 50 animais foram soltos em 30 anos
Em Porto de Pedras, no Litoral Norte de Alagoas, existe um santuário para uma das espécies marinhas mais ameaçadas de extinção, o peixe-boi. O estado alagoano é a última fronteira onde ele ainda é encontrado.
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Trinta anos após a primeira devolução do primeiro peixe-boi à natureza, o Astro, ambientalistas comemoram a soltura de mais de 50 peixeis-bois no litoral brasileiro.
Na Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais, os peixes-bois têm a chance de se recuperar e reaprender a viver na natureza. A maioria chegou ao centro depois de encalhar ou ser machucada.
“Aqui ele vive no ambiente, em contato com variação de maré, com variação de salinidade e com outros organismos marinhos. Aqui é uma fase de aprendizado para que eles aprendam novamente a viver na natureza e daí então ser solto”, disse Eduardo Macedo, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
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Peixe-boi é espécie em extinção
Globo Repórter/ Reprodução
Lednilson Cavalvante é tratador de peixes há 23 anos. É ele quem cuida da alimentação dos mamíferos que vivem no santuário no litoral alagoano e é quem os prepara para ser reintroduzidos à natureza.
“A gente vai aos poucos fazendo essa troca de alimentação, colocando a cenoura, beterraba, pepino. Depois, a gente vai ofertando aquilo que eles vão encontrar em ambiente natural que é o capim agulha, a folha do mangue e o sargaço”, observou.
Garantir a conservação da espécie hoje ameaçada de extinção é também garantir a formação de renda para comunidade local e a divulgação do turismo no litoral alagoano.
“A gente protege o peixe-boi e também protege o manguezal, que garante o sustento das família sdos pescadores, além da geração de renda através do turismo de observação que é feito no Tatuamunha”, disse Flávia Rêgo, presidente da Associação Peixe-Boi.
E para levar os visitantes para ver de perto os peixes-bois, tem limite de pessoas e jangadas sem motor. Tudo para manter o sossego dos animais.
“Quanto mais preservar ele é melhor, não tocando nele, não deixando ele muito domesticado. Ele tem que se adaptar como era antigamente, sem ter a interferência do ser humano”, afirmou Valdemar, que é jangadeiro.
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No santuário em Porto de Pedras nasceram 18 filhotes, todos fruto de animais reintroduzidos. Eduardo Macedo destaca que hoje as ameaças para esses animais vão além da caça.
“O peixe-boi ele é ameaçado de extinção ainda, mas as ameaças mudaram ao longo do tempo. Hoje já não é mais a caça, mas sim a colisão com embarcação, poluição marinha, poluição química, poluição por plástico, a destruição de manguezais”, disse.
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