11 de fevereiro de 2025

São José do Rio Pardo fica 176 dias sob calor extremo em 2024 e lidera levantamento no estado de SP


Itobi vem na sequência com 166 dias, segundo ranking feito a pedido do g1 pelo Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden) com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A cidade de São José do Rio Pardo, no interior de SP, teve 176 dias de calor extremo em 2024
Acervo EP
São José do Rio Pardo, no interior de São Paulo, ficou 176 dias sob calor extremo em 2024 e liderou no estado um levantamento do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden) com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), feito a pedido do g1.
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Os 53.416 habitantes do município estão entre os mais de 6 milhões de brasileiros que enfrentaram pelo menos 150 dias de calor extremo (temperaturas que muitas vezes ultrapassaram os 40°C) no ano passado – um ano marcado como o mais quente da história da Terra. (Veja abaixo se você é um deles).
O levantamento aponta que, no total, 111 cidades brasileiras estiveram nessa situação. Mas o calor atingiu todo o país: todas as cidades brasileiras enfrentaram ao menos um dia com temperaturas máximas extremas.
No estado de São Paulo, 4 municípios entraram no ranking. São eles:
São José do Rio Pardo – 176 dias
Itobi – 166 dias
Bebedouro – 161 dias
Taquaral – 153 dias
A cidade de Itobi, no interior de São Paulo, teve 166 dias de calor extremo em 2024
Acervo EP
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Metodologia do levantamento
Mais de 6 milhões de pessoas enfrentaram calor extremo no Brasil
Entenda abaixo como o levantamento foi feito:
🔎 Para cada dia do ano foi calculado um valor limite de temperatura.
🔎 Para isso, foram analisandos os dados diários da série histórica entre 2000 e 2024.
🔎 Como resultado, foi constatado o total de dias no ano de 2024 que superaram os valores mais altos vistos na série histórica, o que configura um extremo de calor.
🔎 O índice é o mesmo usado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Por exemplo, segundo os dados, para o mês de novembro, a temperatura em Belém, capital do Pará, é considerada extrema quando é maior que 33,9°C. Neste mês, a cidade registrou temperaturas que superaram essa máxima e chegaram a 37,1°C.
O levantamento considerou informações de 5.571 municípios brasileiros. Pouco mais de 100 ficaram de fora, o que inclui as capitais João Pessoa e Recife. Segundo a pesquisadora do Cemaden Márcia Guedes, que fez parte do levantamento, isso ocorre porque ao coletar os dados do satélite, a resolução não conseguiu alcançar algumas cidades na faixa litorânea.
As altas temperaturas explicam o cenário do Brasil no ano passado:
O país viveu a pior seca da sua história, que afetou todo o território nacional, mas foi mais grave no Norte, deixando rios secos e populações isoladas, sem acesso a serviços básicos;
O Brasil viu queimar mais de 30 milhões de hectares, o que é quase o tamanho da Itália, em 2024. O fogo é reflexo de ação humana, mas a proporção é consequência da falta de umidade, resultado das altas temperaturas.
Houve recorde de dengue: foram mais de 6 milhões de casos da doença, que é favorecida pelo calor.
Pela primeira vez, especialistas identificaram uma região de clima árido no Brasil.

Cenário por região
O impacto do calor não foi uniforme em todas as cidades. Isso ocorre porque o Brasil é um país de dimensões continentais, com climas variados dentro do mesmo território, além de fatores regionais, como incêndios e desmatamento.
➡️ No Sudeste, 13 cidades chegaram a esse índice. O estado viu recordes de calor e o fogo tomando São Paulo, com o maior número de focos de incêndio já registrados em mais de dez anos.
Apesar de apresentar um número menor que as demais regiões, os dados no Sudeste indicam uma tendência de aumento. Em 2022, apenas duas cidades registraram mais de 100 dias sob calor intenso. Em 2023, foram sete cidades, e agora o número é quase o dobro. (Veja aqui o cenário das outras regiões).
Calor é também uma questão de saúde
Mais de 6 milhões de brasileiros viveram mais de 5 meses de calor extremo em 2024
Jornal Nacional/ Reprodução
O calor não é apenas um problema para o meio ambiente, mas também para a sobrevivência humana. O corpo consegue se adaptar às altas temperaturas, mas não sem consequências, como náusea, tontura, dores de cabeça, entre outras.
O estresse térmico, índice que mede a exposição ao calor e os riscos potenciais à saúde humana, pode, no entanto, levar a consequências mais graves, como a morte. O limite varia de pessoa para pessoa, o que depende da exposição – o que reforça os fatores sociais relacionados ao calor.
Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos 14 anos, quase 60 pessoas morreram devido ao calor intenso no país.
10 cidades com mais dias de calor extremo da região Central ☀️
Ponte Euclides da Cunha em São José do Rio Pardo
Acervo EP
São José do Rio Pardo está entre as 42 cidades da área de cobertura da EPTV Central, afiliada da TV Globo na região Central do Estado de São Paulo. Veja as 10 cidades da região que ficaram mais dias com calor extremo no ano passado.
São José do Rio Pardo – 176 dias
Itobi – 166 dias
Corumbataí – 148 dias
Rio Claro – 134 dias
Analândia – 133 dias
Mococa – 130 dias
Matão – 128 dias
Descalvado – 127 dias
Brotas – 123 dias
Casa Branca – 123 dias
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As 10 maiores temperaturas de 2024 da região 🥵
O levantamento também mostrou a temperatura máxima atingida pelas cidades em 2024. Veja abaixo as 10 maiores da região.
Rincão: 41,17º C
Santa Rita do Passa Quatro: 41,10º C
Motuca: 41,02º C
São José do Rio Pardo: 40,89º C
São Carlos: 40,88º C
Matão: 40,79º C
Araraquara: 40,71º C
Santa Lúcia: 40,70º C
Américo Brasiliense: 40,62º C
Descalvado: 40,60º C
A cidade de Rincão, no interior de São Paulo
Acervo EP
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