20 de setembro de 2024

Sargento da PM detido em operação contra venda ilegal de armas tem salário de R$ 10 mil e diz ser diretor de 18 clubes de tiro

A operação foi realizada nesta quarta-feira (3), em Araguaína, onde 14 pessoas foram detidas e um arsenal foi apreendido. Também são alvos investigados um empresário e um agente administrativo do sistema penal. Sargento da PM, Joemil Miranda da Cunha, diz ser diretor de 18 clubes de tiros
Reprodução/Redes Sociais
Durante a operação ‘Clandestino’, na manhã desta quarta-feira (3), o segundo sargento da Polícia Militar, Joemil Miranda da Cunha, foi detido suspeito de estar envolvido em um suposto esquema de comércio ilegal de armas de fogo. Ele atua em Araguaína, no norte do Tocantins.
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Conforme o portal da transparência, o PM é concursado desde 2006 e recebe R$ 10.667,73. Nas redes sociais, ele diz que é diretor de 18 clubes de tiros. O g1 questionou a Polícia Militar se ele pode dirigir esse tipo de estabelecimento, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.
O advogado de defesa do sargento, Paulo Roberto, disse que aguarda a conclusão dos trabalhos da polícia para emitir um posicionamento.
“A prisão do sargento para nós é uma incógnita porque nós precisamos ter conhecimento da infração e tudo está sendo feito de forma sigilosa e assim que baixar o sigilo para a defesa nós vamos informar a imprensa da nossa opinião com relação a essa investigação”, disse.
Nesta quarta-feira, (3), a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em vários endereços, incluindo clubes de tiros. Segundo as investigações, o esquema envolvia atiradores esportivos, que vendiam suas armas em mercado paralelo e depois abriam boletim de ocorrência para registrar um falso furto ou roubo.
A polícia não informou qual era o papel do sargento no suposto esquema. Já a PM disse que foram adotadas medidas preliminares para apuração interna do caso. (Veja nota completa abaixo)
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Durante a manhã os agentes da Polícia Civil apreenderam um arsenal, com várias armas e munição de dez calibres diferentes. Segundo o delegado responsável, 14 pessoas foram detidas suspeitas de envolvimento, quatro delas acabaram sendo presas.
Arsenal foi apreendido pela Polícia Civil
PC/Divulgação
Dentre os alvos investigados também há um empresário e um agente administrativo do sistema penal. O g1 pediu posicionamento para a Secretaria de Cidadania e Justiça, responsável pelo sistema penal, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.
A operação também apreendeu celulares, que vão passar por perícia e quebrou o sigilo bancário dos investigados. Os extratos bancários e documentos serão analisados em nova etapa da investigação.
Para o delegado, a situação do comércio ilegal é preocupante porque as armas acabam na mão de criminosos.
“O destinatário final dessas armas acaba sendo a polícia, num conflito armado. Porque essas armas e munições, uma vez colocadas no mercado paralelo, acabam chegando nas mãos de criminosos violentos que vão acabar confrontando com a polícia”, disse o delegado.
Veja nota completa da Polícia Militar
A Polícia Militar do Estado do Tocantins informa que foi acionada para acompanhar, durante a manhã desta quarta-feira, 3, por meio da Corregedoria do 2º BPM, as diligências da Operação Clandestino, realizada pela Polícia Civil. Um policial militar, de 36 anos, foi alvo de busca e apreensão. O objeto da ação envolve a comercialização de armas e munições por clubes de tiro e sócios.
A Polícia Militar já adotou as medidas preliminares para apuração interna e está acompanhando o caso. Por fim, reafirma à sociedade seu compromisso com a legalidade e imparcialidade, no exercício de sua nobre função pública.
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