14 de janeiro de 2025

Seca antecipada: Acre decreta emergência por falta de chuvas e baixo nível dos rios

Decreto foi publicado nesta terça-feira (11) no Diário Oficial do Estado (DOE) e tem validade até 31 de dezembro deste ano. Documento chama atenção para a escassez de chuvas e possibilidade de desabastecimento e queimadas. Rio Acre marcou 2,08 metros na manhã desta terça-feira (11), em Rio Branco
Melícia Moura/Rede Amazônica
O Acre decretou, nesta terça-feira (11), emergência ambiental por causa da redução da quantidade de chuvas e riscos de incêndios florestais. O decreto de nº 11.492 foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE), é válido para os 22 municípios acreanos e considera dados mapeados que “apontam que os rios do Estado tendem a apresentar cotas mínimas inferiores às cotas baixas de alerta e alerta máximo nos próximos meses”.
O decreto, assinado pelo governador Gladson Cameli, aponta para o baixo índice de chuvas, aumento das temperaturas e queda nos percentuais de umidade relativa do ar, além do alerta para possível desabastecimento.
“Com a redução na volumetria da precipitação de chuvas e a diminuição dos níveis dos cursos hídricos, haverá prejuízo às atividades de navegação e transporte de alimentos e pessoas e isolamento de comunidades e aldeias indígenas, ocasionando a diversos problemas de abastecimento”, complementa o decreto.
O documento tem vigência até 31 de dezembro deste ano e pontua ainda que “a continuidade prevista do baixo volume de precipitação, aliada ao aumento de temperaturas, provoca a redução do armazenamento de água no solo no Estado e potencializa a probabilidade de ocorrência de situações emergenciais e intensificação de secas na região para o período”.
O alerta também é dado para a possibilidade de incêndios florestais em decorrência deste fenônemo climático, uma vez que altas temperaturas, ondas de calor, baixa umidade relativa do ar e intensos ventos favorecem as ocorrências de queimadas.
“Compete ao poder público a preservação do bem-estar, da população e das atividades socioeconômicas em regiões afetadas, bem como a adoção imediata das medidas que se fizerem necessárias, para, em regime de cooperação, combater e atenuar as situações anormais”, frisa.
Fica a cargo da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), por meio do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental:
I – monitorar dados para que possam ser tomadas decisões a fim de mitigar os impactos destes fenômenos climáticos;
II – coordenar e articular, junto aos órgãos e entidades estaduais, estratégias para prevenir e combater o desmatamento, bem como fiscalizar ocupações irregulares e queimadas ilegais.
O coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Carlos Batista, disse ao g1 que o Rio Acre, principal afluente do estado, está com uma média de vazante de 5 centímetros por dia, e que há chances de ocorrer chuvas. No entanto, são rápidas e passageiras, o que pode contribuir para que cotas mais baixas sejam registradas neste mês e em julho. Nesta terça-feira (11), o manancial marcou 2,08 metros às 6h.
“Tem uma previsão de temperaturas mais altas durante esse período, então o somatório disso tudo é a vegetação mais seca e aí, vem uma maior probabilidade de incidência de incêndios florestais. Quando se deflagra o incêndio florestal, a tendência é de se propagar com maior rapidez. Nós temos redução dos mananciais e com essa redução, dificulta um pouco a captação de água. Então há todo esse problema na agricultura, na pesca”, complementou.
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