28 de dezembro de 2024

Seca no Pantanal: irara é vista procurando por água em poça de lama em MT; veja vídeo

Animal foi visto ofegante, enquanto caminha pela região em busca de água na maior planície alagada do mundo, que agora está se transformando em um lugar cada vez mais seco. Seca no Pantanal: Irara é vista em MT procurando por água em poça de lama; veja vídeo
Em meio à seca que afeta o Pantanal, uma irara foi vista procurando por água em poças de lama, na região de Porto Jofre, em Poconé, a 104 km de Cuiabá, nesse domingo (28). No vídeo, o animal aparece ofegante enquanto caminha pela região em busca de água e rodeado por abelhas. (assista acima)
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O momento foi registrado pelo guia de turismo e fotógrafo Erisvaldo Guilhermino de Almeida, que há muito tempo tentava fazer um registro do animal, já que a espécie é rara de ser avistada.
“Era meu sonho fotografar esse animal, mas não dessa forma, em uma seca devastadora que está acontecendo no Pantanal. A irara é um bicho raro de ser visto e sempre está escondido no meio dos capins, ele não é fácil de fotografar”, disse.
Ao g1, a bióloga Lorena Amorim explicou que, embora não seja uma espécie rara, a irara pode ser difícil de ser vista por causa do comportamento discreto e da habilidade de se mover rapidamente pelas árvores.
Durante a estação seca, a escassez de água força muitos animais, incluindo a irara, a procurar fontes de água em locais pouco habituais, como poças de lama. Esse comportamento aumenta as chances de ser vista, pois os animais ficam mais expostos.
“Apesar de parecer cansada, o que pode ser atribuído ao esforço para encontrar água e lidar com as abelhas, não há sinais de debilidade. A interação com as abelhas sugere que o animal pode ter se alimentado de mel ou estar em busca de colmeias, mas não parece ter sofrido danos significativos”, explica.
A espécie é mais ativa durante o dia e costuma descansar nos períodos mais quentes
Fabrício Corsi Arias
🌳 A irara vive em florestas tropicais da América Central e América do Sul. Pertence à família Mustelidae, a mesma das ariranhas e das lontras, porém é a única representante do gênero Eira. Termo que em Guarani significa “comedor de mel”, prática pela qual ela também é conhecida.
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Seca severa
Bombeiros combatem fogo no Pantanal de Mato Grosso
A maior planície alagada do mundo está se transformando em um lugar cada vez mais seco e inflamável. Quase 60% do Pantanal já foram atingidos pelo fogo nos últimos 38 anos e é o bioma mais castigado pelas queimadas em todo o Brasil. Um estudo do Mapbiomas mostra como a área coberta de água vem diminuindo desde 1985. Em 2023, a área alagada ficou 61% abaixo da média histórica.
Em números, a Amazônia é o bioma que tem maior área em Mato Grosso. No entanto, especialistas afirmam que o bioma mais crítico é o Pantanal, pois as queimadas na área são difíceis de serem combatidas e se espalham muito rápido, podendo queimar uma grande área em pouco tempo.
Mato Grosso registrou mais de 390 focos de calor entre sexta-feira (26) e este domingo (28), segundo análise do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Deste total, 258 se concentram na Amazônia, 127 no Cerrado e nove no Pantanal, de acordo com o Programa BDQueimadas.
O número é 6,27% maior do que o registrado no mesmo período do mês passado, quando pouco mais de 360 focos de calor foram contabilizados pelo Inpe.
Em junho, Pantanal, Amazônia e Cerrado, os três biomas presentes no Mato Grosso, registram uma disparada nos alertas de focos de calor. As três regiões somaram mais de 2,1 mil focos no estado, uma alta de 40% se comparado com o mesmo período de maio deste ano, quando foram contabilizados 1,5 mil focos.
Infográfico mostra a intensificação da seca no Brasil
Arte/g1
🔥 A seca aumenta os fatores que tornam os incêndios mais severos. No Pantanal, os focos de fogo se aproximam dos vistos em 2020, quando a queimada bateu recordes históricos. Enquanto isso, o Brasil bate o recorde de focos para o período dos últimos dez anos.
Com o alto índice de queimadas, Mato Grosso teve, de janeiro até junho, mais de 607,8 mil hectares de área atingida, segundo uma análise feita pelo Instituto Centro de Vida (ICV) com base nas pesquisas da Administração Nacional dos Estados Unidos de Aeronáutica e Espaço (Nasa).
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