29 de setembro de 2024

Seca severa muda cenário do Encontro das Águas e reduz visibilidade de um dos principais pontos turísticos de Manaus

Mistura da água escura do Rio Negro com a água barrenta do Solimões é um dos patrimônios do estado e atrai turistas de diversas regiões. Porém, o fenômeno natural mudou o cenário do local. Seca dos rios Negro e Solimões deixa encontro das águas difícil de ser visto
A seca dos rios Negro e Solimões tornou difícil a visualização do Encontro das Águas, em Manaus . A mistura da água escura do Negro com a água barrenta do Solimões é um dos patrimônios do estado e atrai turistas de diversas regiões.
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Na sexta-feira (27), o nível do Rio Negro atingiu a marca de 13,73 metros, 1,03 metro acima da cota mais baixa já registrada em 121 anos: 12,70 metros. Por conta da estiagem, a capital, onde fica localizado o fenômeno natural, declarou situação de emergência válida por 180 dias.
Sem a vista habitual do Encontro das Águas, o movimento no café da manhã de Regina Nascimento, no bairro Colônia Antônio Aleixo, caiu 50%. O desaparecimento do Lago do Aleixo, localizado em frente ao estabelecimento, agravou ainda mais a situação.
Seca dos rios Negro e Solimões deixa encontro das águas difícil de ser visto no AM.
William Duarte/Rede Amazônica
A empreendedora relatou que os custos aumentaram e não sabe até quando conseguirá manter os funcionários.
Na região do bairro Colônia Antônio Aleixo, na Zona Leste de Manaus, as estruturas flutuantes que servem como moradias e estabelecimentos comerciais, que antes ficavam sobre a água, estão em terra firme, assim como as embarcações.
Seca dos rios Negro e Solimões deixa encontro das águas difícil de ser visto no AM.
William Duarte/Rede Amazônica
Pelo segundo ano consecutivo, o Lago do Aleixo secou completamente, impactando negativamente o comércio local e causando prejuízos aos pescadores da região.
Antônio Vasconcelos, vendedor de peixes, relatou que depende da compra de pescado dos pescadores para revender em sua banca, mas a seca resultou em uma escassez significativa de peixes.
Rio Negro atinge a cota de 13,73 metros
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Seca do Rio Negro
Segundo a Defesa Civil, o nível atual rio está a menos de dois metros da seca histórica de 2023, quando chegou a 12,70 metros, a menor cota já registrada desde o início das medições. Por conta da estiagem, a capital declarou situação de emergência válida por 180 dias.
No dia 1º de setembro, o rio apresentava um nível de 19,73 metros. Desde então, houve uma descida de 5,62 metros até esta quarta. Em comparação, no dia 27 de setembro de 2023, o Rio Negro registrava 16,41 metros. Veja o gráfico abaixo.
Ainda em agosto, o rio atingiu um nível crítico de vazante. Na ocasião, as águas desceram quase dois metros em 16 dias.
O baixo volume de água já afeta comunidades rurais da capital, que começaram a receber água e alimentos. A cidade também pode sofrer com a escassez de peixes.
Seca dos rios no Amazonas
Com o cenário ambiental crítico devido à combinação de seca dos rios e queimadas, mais de 560 mil pessoas já enfrentam os efeitos da seca no Amazonas. Cidades têm dificuldades de receber insumos, há aumento no preço de produtos e comunidades indígenas e ribeirinhas podem ficar isoladas.
Todos os 62 municípios do Amazonas foram declarados em estado de emergência devido à seca severa e às queimadas que afetam o estado este ano. A informação foi divulga pelo governador Wilson Lima, que também assinou um decreto para declarar situação de emergência em saúde pública em razão do período de vazante dos rios.
Seca dos rios afeta 560 mil pessoas no Amazonas
Reprodução

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