22 de fevereiro de 2025

Secretária adjunta de saúde do RN diz que faltam ‘ajustes’ para centro cirúrgico de barreira ortopédica funcionar; prazo não é estipulado


Ala ortopédica do Hospital Alfredo Filho, em Macaíba, foi aberta no dia 7 de fevereiro, como plano do governo para desafogar Walfredo Gurgel, mas não começou a realizar cirurgiar. Apenas procedimentos simples têm sido realizados na unidade. Hospital de Macaíba, Ortopedia, barreira ortopédica Hospital Regional Alfredo Mesquita Filho RN
Kleber Teixeira/Inter TV Cabugi
A Secretária adjunta de saúde do Rio Grande do Norte (Sesap), Leidiane Queiroz, disse nesta sexta-feira (21), em entrevista ao RN 1, da Inter TV, que o centro cirúrgico da ala ortopédica do Hospital Regional Alfredo Mesquita Filho, em Macaíba, ainda passa por “alguns ajustes” para poder começar a funcionar.
A ala ortopédica do hospital foi inaugurada no dia 7 fevereiro com parte de um plano do governo do RN de criar “barreiras ortopédicas” para desafogar, em Natal, o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, maior unidade de saúde do estado e que convive frequentemente com casos de superlotação. Essa foi a primeira barreira ortopédica desse plano a começar a funcionar.
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Desde a abertura, no entanto, o centro cirúrgico não tem funcionado – a unidade atendeu apenas casos que envolveram procedimentos mais simples. O fato foi mostrado pela Inter TV e pelo g1 nesta semana.
Segundo a secretária adjunta de Saúde, o plano é que o centro cirúrgico passe a funcionar “nos próximos dias”, quando também serão resolvidas questões técnicas. Nenhum prazo, no entanto, foi dado.
“O centro cirúrgico está passando por alguns ajustes para que ele possa, nos próximos dias, sim, funcionar. Nós temos equipamentos completos, insumos, equipe, mas é um serviço complexo mesmo, e a gente quer total segurança para funcionamento deste serviço para a população, a gente não quer nenhum risco para a população em relação a isso”, disse.
A Sesap informou que a unidade tem capacidade de fazer 6 cirurgias por plantão. O custo do serviço é de R$ 900 mil por mês, com recursos do Ministério da Saúde.
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Redução no Walfredo Gurgel
De acordo com Leidiane Queiroz, o funcionamento do hospital, mesmo apenas com casos mais simples na unidade, já impactou na redução de pacientes nos corredores do Walfredo Gurgel.
“O serviço está funcionando. Os pacientes que foram regulados para lá estão sendo atendidos. Nós temos um perfil estimado de pacientes, para esses municípios, que iriam impactar em pelo menos 20% na redução do corredor do Walfredo Gurgel, e isso está acontecendo”, disse.
“Até o momento, foram 150 pacientes que estariam indo para o Walfredo Gurgel e não estão mais. Então a gente entende que isso é um grande sucesso”.
Leidiane Queiroz explicou que, mesmo sem realizar cirurgias, o hospital tem funcionado para preparar previamente os pacientes para as cirurgias no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel ou outras unidades.
“A população que entra lá, que precisa de cirurgia, está sendo atendida, preparada para cirurgia, se necessária, internada – nós temos oito leitos exclusivos para ortopedia – e encaminhada para nossos prestadores”, explicou.
Segundo a secretária-adjunta, o Hospital Walfredo Gurgel já encaminhava pacientes para outros hospitais em caso de outros procedimentos.
“Acontece que agora, ao invés de estar no corredor do Walfredo Gurgel, está em Macaíba, é atendido muito mais rapidamente, e regulado e preparado para esse serviço que faz a cirurgia”, garantiu.
Segundo a secretária adjunta, o percentual de pacientes no Hospital de Macaíba que precisam de cirurgia não passa de 30%.
Barreira ortopédica ainda não realizou nenhuma cirurgia
Região Metropolitana atendida
O setor de ortopedia do Hospital Alfredo Mesquita atende pacientes de seis cidades da Região Metropolitana: Macaíba, São Gonçalo do Amarante, Extremoz, São José de Mipibu, Parnamirim e Ceará-Mirim.
➡O atendimento na ala de ortopedia, no entanto, não é porta aberta, ou seja, não é possível um paciente ir diretamente ao hospital. Os pacientes são atendidos pelo sistema de regulação estadual, sendo encaminhados por outras unidades de saúde ou pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), de acordo com o estado clínico, segundo a Sesap.
➡O hospital atende casos de baixa e média complexidade. São considerados casos de baixa e média complexidade, segundo a Sesap, procedimentos ortopédicos que não envolvam crânio, pescoço ou bacia, por exemplo.
➡ A ala ortopédica tem dois consultórios, oito leitos clínicos e duas enfermarias, além de sala de gessos, medicação e sutura e o centro cirúrgico.
➡ Os casos complexos, como os de politraumatismo, seguem com atendimentos no Walfredo Gurgel.
Segundo a secretária adjunta da Sesap, Leidiane Queiroz, a “grande parte” dos 150 pacientes atendidos nestes primeiros dias no Hospital Regional Alfredo Mesquita Filho foi de casos de baixa complexidade.
“Os pacientes de média complexidade também estão sendo atendidos, preparados lá e encaminhados para o prestador até que a gente tenha total segurança do funcionamento do centro cirúrgico”, disse.
Sala enfermaria barreira ortopédica Macaíba. Hospital Regional Alfredo Mesquita Filho
Kleber Teixeira/Inter TV Cabugi
Barreiras ortopédicas
A criação da barreira ortopédica não teve aceitação inicial dos municípios. Após a Sesap anunciar a intenção de criar a barreiras ortopédicas de casos menos complexos, os municípios do RN se posicionaram contra a proposta, que previa que as prefeituras iriam arcar com o custeio dos serviços.
Prefeitos argumentaram que as unidades locais não possuíam equipamentos e profissionais suficientes para atender os casos que seriam redirecionados.
O Ministério Público do RN (MPRN) solicitou uma mediação judicial para o caso em busca de um consenso. E a Justiça determinou a participação do financiamento ortopédico.
Em dezembro, o Ministério da Saúde autorizou o custeio integral de um pronto-socorro ortopédico no Hospital Regional Alfredo Mesquita Filho, em Macaíba. Dias depois, os municípios da Região Metropolitana aprovaram a implantação do serviço.
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