Demissão acontece em meio à denúncia da ministra Anielle Franco contra o ex-ministro Silvio Almeida, da pasta de Direitos Humanos. Yuri Silva
Arquivo Pessoal
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, demitiu da pasta o secretário Yuri Santos Silva na segunda-feira (7). Jornalista baiano e ativista do movimento negro, Yuri havia sido nomeado em maio deste ano como chefe do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Senapir).
Em publicação em uma rede social, o ex-secretário confirmou a saída do cargo e comentou:
“Na política, tudo passa! Um dia, a gente dorme e no outro a gente acorda. E é assim que devemos enxergar transições desse tipo. Elas são normais, corriqueiras e devem ser tratadas com essa tranquilidade. […] Eu saio dessa tarefa política de cabeça erguida”, escreveu.
Antes de assumir a Senapir, Yuri já atuava no Ministério como diretor de Políticas de Combate e Superação do Racismo.
Em nota, o Ministério da Igualdade Racial informou que demitiu o ex-secretário devido a uma “estruturação da segunda metade da gestão”. A pasta disse ainda que o novo secretário será anunciado ainda esta semana. Enquanto isso, a diretora Tatiana Dias assumirá interinamente até o anúncio.
A exoneração do secretário foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (8). A decisão foi assinada pelo ministro da Casa Civil e ex-governador da Bahia, Rui Costa.
A exoneração acontece em meio à denúncia da ministra Anielle Franco contra o ex-ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida, demitido por Lula. Anielle acusa Almeida de tê-la importunado sexualmente.
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Veja íntegra da declaração de despedida do baiano:
“Deixo o Ministério da Igualdade Racial hoje, após 1 ano e 10 meses de muita luta pra ajudar a estruturar esse projeto, que é sonho gestado pelo movimento negro desde a gloriosa Seppir. Seguirei para novos desafios, em breve anunciados, após dialogar com meus grupos políticos partidários e no movimento social negro!
Na política, tudo passa! Um dia, a gente dorme e no outro a gente acorda. E é assim que devemos enxergar transições desse tipo. Elas são normais, corriqueiras e devem ser tratadas com essa tranquilidade.
O que fica são as políticas públicas e os movimentos sociais – esses, sim, incontornáveis, imbatíveis e sem os quais nós negros não existiríamos vivos como povo!
Pra mim, foi uma honra construir o MIR sob a liderança da gigante @Anielle Franco e ter tanta gente legal e dedicada, comprometida com o combate ao racismo, como colegas de trabalho. Vários que seguem no MIR e que passaram por lá se tornaram amigos e amigas pra vida toda!
Eu saio dessa tarefa política de cabeça erguida. Hoje passei nos dois prédios do MIR para me despedir pessoalmente de cada pessoa que acreditou em mim, na minha liderança política, na minha capacidade de articulação, na minha verdade, no sonho e no brilho que meus olhos trazem quando falo de movimento negro e das PIR!!!
Encontrarei todos os companheiros e companheiros de sempre por aí, na luta (de onde nunca saí nem nunca sairei), nos Governos, na sociedade civil e, sobretudo, nos livros de história!!
E nunca se esqueçam: Xangô, Deus e todas as divindades supremas que acreditamos como representação de vida e da correção sempre serão vivas na vida de quem fala a verdade!”
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