Três funcionárias morreram no acidente. Além disso, outras 12 pessoas ficaram feridas, segundo Corpo de Bombeiros. Caso aconteceu em Pontal do Paraná. Polícia investiga se local tinha, ou não, alvará de funcionamento. Polícia ouve testemunhas e familiares de desabamento no litoral
As seis caixas d’água que desabaram junto com a laje de um supermercado da Super Rede tinham capacidade para 75 mil litros de água no total, segundo o Corpo de Bombeiros.
O acidente foi no início da noite de sexta-feira (22), em Pontal do Paraná, no litoral do estado. Três funcionárias da empresa morreram e outras 12 pessoas ficaram feridas. Os bombeiros não detalharam se os feridos eram funcionários ou clientes.
Em nota, o estabelecimento lamentou as mortes. Leia mais abaixo.
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Um funcionário que presenciou a situação e pediu para não ser identificado contou que ouviu um estrondo muito alto. Ele inicialmente pensou que se tratava de uma explosão.
“Quando eu olhei pra trás, que eu vi que a prateleira tinha caído em cima de mim, que eu vi aquele… tipo, uma onda de água vindo. Então daí eu vi que poderia não ter sido a explosão, né?.”
Conforme a corporação, a laje que desabou possuía 50 metros quadrados, dividida em três pavimentos, separados por uma camada de concreto com 15 centímetros.
Um dos pavimentos tinha três caixas de água, com capacidade de 10 mil litros cada. Em outro pavimento, estavam mais três caixas de 15 mil litros cada. Juntas, elas tinham capacidade de armazenar 75 mil litros.
Estrutura que desabou sustentava seis caixas d’água, que juntas tinham capacidade para 75 mil litros
Arte/RPC
A inauguração do supermercado ocorreu na quinta-feira (21). A abertura ao público foi na manhã de sexta (22), mesmo dia do acidente.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, a área que desabou atingiu principalmente a área de panificação do supermercado, restrita para funcionários.
Após o acidente, o supermercado ficou alagado.
Populares registram acidente em supermercado de Pontal do Paraná
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Vítimas
Rayssa, Camille e Priscila (da esquerda para a direita) são as vítimas mortas após laje de supermercado em Pontal do Paraná desabar
Prefeitura de Pontal do Paraná
As três funcionárias que morreram na tragédia foram enterradas no domingo (24).
Elas são:
RAYSSA BATISTA SANTOS – 18 anos, natural de Ilhéus, Bahia
CAMILLE VITÓRIA DE SOUZA DIAS – 18 anos, natural de Curitiba
PRYSCILLA MARIS TASCHEK FARRO – 36 anos, natural de Curitiba
Além das três mortes, 12 pessoas ficaram feridas.
Polícia investiga
Jader Roberto Ferrreira Filho, delegado de Polícia Civil (PC-PR)
Reprodução/RPC
Um inquérito foi aberto para apurar o caso. Segundo o delegado Jader Roberto Ferreira Filho, a polícia investiga se o local tinha ou não alvará de funcionamento.
Nesta segunda-feira (25) a polícia começou a ouvir testemunhas e familiares das vítimas.
A corporação deve ouvir ainda os responsáveis pela obra, pela fiscalização e representantes do supermercado.
“O inquérito foi instaurado por três homicídios culposos e doze de lesões corporais culposas […] As omissões decorrentes de quem executou, quem permitiu, de quem determinou que fossem suspensas essas seis caixas d’águas aí e houve essa tragédia, com certeza será punido com os rigores da lei”, disse.
Escombros no supermercado em Pontal do Paraná
Denilson Beltrame/RPC
O que diz a Super Rede
Em nota, a Super Rede lamentou o caso, prestou solidariedade às famílias das vítimas e afirmou que está empenhada “em prestar todo o auxílio necessário às famílias das vítimas e aos feridos”.
A rede disse, também, que acionou a empresa e o engenheiro responsável pela construção.
Além disso, afirmou que foram “contratados peritos para realizar a análise das lajes juntamente com a perícia científica e averiguar o que motivou o acidente”.
O que diz a prefeitura
Em nota, a prefeitura de Pontal do Paraná lamentou as mortes e disse que está prestando apoio às vítimas e familiares.
Sobre a autorização de funcionamento do local, a prefeitura disse que a empresa protocolizou pedido de alvará em 9 de novembro de 2023 e, em seguida, o departamento competente solicitou a documentação.
Ainda conforme a prefeitura, após o supermercado divulgar a data de abertura do empreendimento para 22 de março, a fiscalização do município compareceu ao local um dia antes da abertura, em 21 de março, e deu prazo legal de 10 dias para que fossem providenciados documentos faltantes.
A nota afirmou, ainda, que as exigências do município não envolvem questões estruturais, mas sim documentais e técnicas relacionadas à localização, zoneamento, número de vagas de estacionamento e área de destinação de resíduos.
“Importa salientar que, pela legislação, o empreendimento é tido como de médio risco, o que permite a concessão de prazos para providenciar a documentação. Somente em caso de não atendimento, é que o município poderia autuar a empresa, ressaltando que é de responsabilidade do contribuinte apresentar a documentação exigida.”
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