28 de dezembro de 2024

Seis dias após temporal no Espírito Santo, quase 20 mil pessoas ainda estão desabrigadas

Temporal causou mortes e destruição no estado. O governo do ES calcula que a reconstrução dos municípios custe mais de R$ 700 milhões. O gasto maior será na reforma das casas. Quase 20 mil pessoas ainda estão fora de casa no ES
Seis dias depois do temporal que provocou mortes e destruição no Espírito Santo, quase 20 mil pessoas ainda estão fora de casa.
Ao menos dez comunidades de Mimoso do Sul ainda estão isoladas. Só é possível chegar de helicóptero ou em carros com tração nas quatro rodas. Foi assim que a equipe do Jornal Nacional chegou à comunidade de Reserva. Lá, sete pessoas morreram. Uma delas foi a menina Heloísa Cornélio, de 8 anos.
“A gente nunca espera entrar em um IML para reconhecer o corpo da sua própria filha. É muito, muito, muito doloroso”, diz o lavrador Edio Carlos Barbosa Pastor.
Em algumas regiões, ainda há queda de barreiras. Pontes e plantações foram devastadas. Onde havia uma casa, moravam a professora Adair Medeiros e o filho Leonardo Medeiros, de 6 anos. Mãe e filho morreram soterrados.
“Eu fiquei ali o dia todo cavando, eu cavando. Eu não aguentava, mas eu fiquei. Eu tinha que encontrar meu neto e minha nora, cara. Aí conseguimos achar ela. No outro dia, nós achamos meu netinho”, conta José Maria Souza, avô de Leonardo.
O cenário ainda é de destruição no centro do município.
“Já vai para uma semana e sensação da gente é que está do mesmo jeito”, afirma um morador.
Fortes chuvas atingiram o Espírito Santo seis dias atrás. Quase 20 mil pessoas ainda estão desabrigadas.
Reprodução/Jornal Nacional
O governo do Espírito Santo calcula que a reconstrução dos municípios custe mais de R$ 700 milhões. O gasto maior será na reforma das casas. Mais de 2 mil foram atingidas pelas chuvas, e cerca de 20 mil pessoas estão morando com parentes ou em abrigos.
Em Apiacá, 4 mil pessoas tiveram que sair de casa; 150 estão em um abrigo. Uma moradora juntou várias cadeiras e fez uma cama improvisada.
“Eu nem sei quando a gente vai voltar para casa porque tá difícil”, diz uma mulher do abrigo.
Muita ajuda tem chegado por meio de doações e pelo trabalho de voluntários.
“Para poder ajudar os outros, porque acho que quando a gente se une e ajuda os outros a gente ajuda nós mesmos, a gente cresce”, afirma a servente Maria Helena Rangel de Almeida Amaral.
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