15 de outubro de 2024

Seletividade alimentar no autismo

Uma jornada de luta por nutrientes que encontra barreiras nas cores, sabores e texturas dos alimentos. Quando falamos sobre autismo, frequentemente nos deparamos com um tema que, embora invisível, é profundo: a seletividade alimentar. Este comportamento, que se revela nas mesas de muitas famílias brasileiras, não é apenas uma fase ou birra da criança, mas algo que merece atenção e compreensão. No universo do Transtorno do Espectro Autista (TEA), a alimentação se transforma em um campo de batalha sensorial e emocional, onde cada garfada pode ser um desafio.
A seletividade alimentar se caracteriza pela preferência restrita de alimentos, que se manifesta em recusas sistemáticas a cores, sabores e texturas. Um estudo publicado na Revista da Associação Brasileira de Nutrição (Rasbran) aponta que 53,4% de crianças e adolescentes com TEA apresentam seletividade alimentar. As causas são associadas a fatores sensoriais como odor, textura e aparência dos alimentos.
É uma realidade que, muitas vezes, passa despercebida, mas que carrega consigo consequências significativas.
Fatores por trás da seletividade
Sensoriais: Crianças autistas experimentam o mundo de maneira intensamente sensorial, enfrentando desafios significativos com texturas e cheiros que, para pessoas neurotípicas, são comuns. Esses estímulos podem se tornar verdadeiros obstáculos. De acordo com um estudo publicado na revista Frontiers in Psychology em 2020, a hipersensibilidade tátil é uma característica comum em crianças com autismo e está na raiz desse comportamento.
Necessidade de Rotinas: O dia a dia de uma criança autista é marcado por padrões repetitivos e a necessidade de previsibilidade. Alterações na dieta podem provocar uma crise de ansiedade. Ao buscar segurança em suas escolhas alimentares, muitas crianças acabam se restringindo a um cardápio estreito.
Comorbidades: Questões de saúde como transtornos de ansiedade e problemas gastrointestinais também influenciam a seletividade alimentar. De acordo um estudo publicado na revista médica American Journal of Gastroenterology, uma das principais publicações na área de gastroenterologia, até 70% das crianças autistas enfrentam problemas gastrointestinais.
Essa seletividade alimentar não é um capricho; ela pode resultar em deficiências nutricionais que afetam o crescimento e o desenvolvimento cognitivo das crianças. A carência de nutrientes essenciais pode intensificar comportamentos desafiadores, criando um ciclo vicioso que é difícil de quebrar.
“É fundamental nunca forçar a criança a comer; em vez disso, ela deve desenvolver confiança no terapeuta (e em casa) e começar a experimentar os alimentos apenas quando se sentir segura”, afirma a terapeuta ocupacional especialista em atendimento a crianças com transtorno do neurodesenvolvimento e disfunção de integração sensorial, Marinês Dutra.
Terapeuta Ocupacional Marinês da Rosa Dutra, atua no atendimento de crianças com Transtorno do Espectro Autista e Atraso no Neurodesenvolvimento, Disfunção de Integração Sensorial, Pós-Graduação em Análise do Comportamento Aplicada (ABA) na Educação de Pessoas com TEA, e Curso de Avaliação em Dificuldades alimentares na infância.
Divulgação – Da Assessoria
É possível mudar esse cenário
É essencial que pais e cuidadores compreendam a importância de uma dieta equilibrada. A intervenção deve ser multidisciplinar, envolvendo nutricionistas e terapeutas ocupacionais, que possam ajudar a ampliar o repertório alimentar. Técnicas que trabalham as alterações sensoriais e a introdução gradual de novos alimentos, são abordagens eficazes.
Educar sobre nutrição é fundamental. Criar um ambiente positivo ao redor das refeições e permitir que a criança participe do processo de escolha e preparo dos alimentos pode fazer toda a diferença. “As sessões de Terapia Alimentar são conduzidas de forma lúdica, com brincadeiras, atividades motoras e a preparação de alimentos ou frutas, permitindo que as crianças associem a alimentação a momentos de prazer e alegria. Isso torna o ato de comer mais agradável e divertido, ajudando a flexibilizar sua relação com as refeições”, explica Marinês.
Divulgação – Soulmare
Soulmare Clínica de Autismo
Nossa equipe é composta por profissionais especializados, incluindo terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e psicólogos comportamentais com experiência em estratégias que visam ampliar o repertório alimentar de crianças com TEA. Trabalhamos de forma integrada, desenvolvendo abordagens personalizadas que consideram as necessidades sensoriais e emocionais de cada paciente.
Se você busca apoio para enfrentar a seletividade alimentar ou deseja saber mais sobre como podemos ajudar, entre em contato conosco.
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