Evento iniciou nessa segunda-feira (17) e segue até o dia 24 de junho. Semana conta com a participação da Comissão Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano (CETH) da Conferência Episcopal dos Bispos do Brasil (CNBB). Grupo Warao fez apresentação cultural no evento
Samantha Rufino/g1 RR
“Faço sempre um apelo: que todos nós tenhamos esse cuidado, essa abertura, esse acolhimento com aqueles que aqui chegam”. São as palavras que Dom Evaristo Pascoal Spengler, bispo de Roraima, deixou na abertura da 39ª Semana do Migrante, realizado . O evento iniciou nessa segunda-feira (17) e segue até o dia 23 de junho.
A abertura da semana ocorreu em um espaço próximo a Rodoviária Internacional de Boa Vista, no bairro Treze de Setembro, local onde muitos migrantes e refugiados venezuelanos se instalam em estruturas improvisadas. Neste ano, a Semana da Migração tem como tema “Migração e Casa Comum” e tem como lema “Alarga o espaço da tua tenda”.
A programação do evento contou com apresentações culturais, exibição de filmes e diálogos com migrantes. A semana tem a participação da Comissão Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano (CETH) da Conferência Episcopal dos Bispos do Brasil (CNBB).
De acordo com o Dom Adilson Pedro, bispo do município de Tubarão (SC), a escolha da rodoviária para abertura da semana foi devido ao simbolismo do local, que representa a acolhida dos migrantes. Para ele, o momento é de celebração.
“A migração é sempre um desafio para gente, porque é diferente, é uma pessoa que fala outro idioma, outra cultura, nos desafia a crescer, mas a migração traz a riqueza a sociedade e é isso que estamos celebrando aqui”, explicou.
Programação segue at[e o dia 24 de junho
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Principal porta de entrada para migrantes no país, Roraima registrou 71.198 pedidos de refúgios em 2023, o maior do país. No total, 77.193 novas pessoas foram reconhecidas refugiadas pelo governo brasileiro no ano passado. Desse total, 97,5% eram migrantes vindos da Venezuela e outros 1,2% eram de cubanos.
Um desses migrantes é Jose Luiz, de 65 anos. Ele está há quatro meses no Brasil e por estar no espaço da rodoviária decidiu acompanhar a programação. O idoso afirmou estar se sentindo agradecido pela acolhida no país.
“Muito bonita toda programação nesse momento aqui, voltada pra semana do migrante […] Não quero falar sobre o que tá passando por lá, mas tudo isso representa o que está acontecendo em nosso país, por isso estamos vindo pra cá para o Brasil. Nos sentimos muito agradecidos pelo Brasil, essa pátria grande e querida”.
José Luiz, de 65 anos, está há 4 meses no Brasil
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A programação segue com visitas da comissão da CNBB nos municípios do Bonfim e Pacaraima para acompanhar o cenário da migração no estado. Na sexta-feira, a comissão deve fazer uma avaliação sobre questões relacionadas ao tráfico humano.
Desde o final de 2015, Roraima passou a ser o destino de venezuelanos em fuga da crise política, econômica e social do regime de Nicolás Maduro. Em 2018, a situação se agravou: migrantes chegavam no Brasil e, sem perspectivas, moravam nas ruas e encaravam a pé a rota da fome para chegar a Boa Vista.
Em meio ao descontrole, o governo federal implementou uma força-tarefa humanitária, a Operação Acolhida, com intuito de organizar o fluxo migratório no país. O trabalho consiste em atender estes migrantes em Pacaraima, na fronteira, regularizar a documentação, abrigá-los e redistribuí-los por meio da interiorização a outros estados do país.
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