19 de novembro de 2024

Senado aprova proposta que cria regras nacionais para concursos públicos e permite provas online

Proposta segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Projeto prevê que provas possam ser realizadas, integral ou parcialmente, de forma digital. Cartão-resposta; gabarito; alternativas; concurso público
katemangostar/Freepik
O Senado aprovou nesta quinta-feira (15), de forma simbólica, uma proposta que cria diretrizes para concursos públicos de todo o país. O texto, já aprovado pela Câmara dos Deputados, seguirá para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O projeto estabelece regras que terão de ser seguidas por todos os certames futuros do país. Segundo o texto, a lei só entrará em vigor daqui a quatro anos. Até lá, a União, os estados e municípios poderão optar por seguir ou não as diretrizes.
Uma das novidades introduzidas pelo texto é a autorização para que concursos públicos sejam realizados — integral ou parcialmente — de forma digital (entenda mais abaixo).
De acordo com a proposta, todos os concursos públicos deverão ser autorizados com motivações, como, por exemplo, estimativas de necessidades futuras de pessoal no órgão e do impacto orçamentário das novas vagas pelos próximos anos.
As diretrizes não valerão, mas poderão ser seguidas opcionalmente por concursos para cargos:
na magistratura
no Ministério Público
nas Forças Armadas
em empresas públicas e das sociedades de economia mista que não recebam recursos do governo para despesas de pessoal ou de custeio
Também vai ser opcional para concursos para:
preencher vagas temporárias
e de agentes comunitários de saúde e de combate às endemias
Estados e municípios poderão criar leis alternativas, para reger os próprios concursos, mas deverão basear as normas na legislação nacional que poderá passar a valer, caso Lula sancione o projeto.
Veja nesta reportagem o que prevê o projeto sobre:
comissões de organização
provas
concursos digitais
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Organização
O projeto prevê também regras para as comissões organizadoras dos concursos. Segundo o texto, essas comissões deverão ter membros em cargo ou emprego público. Também deverá contar com um representante da área de recursos humanos.
Não poderão fazer parte das comissões de organização dos concursos pessoas que tenham:
vínculo com instituições de preparação de concursos públicos
cônjuge, companheiro ou parente como candidato no concurso
Provas
Os concursos deverão ser feitos para avaliar conhecimentos, habilidades e, em alguns casos, as competências necessárias para o cargo.
A proposta proíbe que, em qualquer fase do concurso, o participe seja alvo de discriminação com base em idade, sexo, etnia, condição física, entre outros.
De acordo com o texto, as provas poderão contar com testes de:
conhecimentos (provas escritas — objetivas ou dissertativas — e orais)
habilidades (provas práticas — como elaboração de documentos e simulação de tarefas próprias do posto — e testes físicos)
competências (avaliação psicológica, exame de higidez mental ou teste psicotécnico)
Ainda poderá haver avaliação por títulos e realização de curso ou programa de formação.
Segundo o texto, os cursos e programas de formação serão facultativos nos concursos. Essa etapa poderá, a partir do critério da organização do concurso, servir como caráter eliminatório ou classificatório.
Concursos digitais
O projeto autoriza a realização de concursos públicos feitos remotamente, de forma on-line.
O texto prevê que, para esse tipo de certame, será preciso haver uma plataforma com acesso individual e seguro, além de um ambiente controlado.
A organização do concurso digital também precisará garantir igualdade de acesso às ferramentas e aos dispositivos.
Segundo a proposta, a organização de concursos digitais ainda precisará por regulamentação. Caberá à União e a cada estado ou município criar as suas regras.

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