Levantamento mostra que essa modalidade de negócio teve 23.016 registros no ano passado. Aumento foi de 5,7% em relação a 2022. Em Campinas, 7 em cada 10 empresas abertas eram MEIs em 2023
Os Microempreendedores Individuais (MEIs) representam 72% de todas as empresas abertas em Campinas (SP) em 2023. O levantamento é da Associação Comercial e Industrial da metrópole (Acic). Ao todo, foram 23.016 registros em meio a 31.712 novas empresas de todos os portes.
Além da representatividade, outro dado também chama atenção: Campinas registrou um aumento de 5,7% na abertura dessas microempresas em comparação a 2022. Além disso, dos atendimentos realizados pela Acic aos novos MEIs, 48% foram destinados a mulheres e 52% a homens.
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Vantagens atraentes
Pode ser MEI o profissional que fatura até R$ 81 mil por ano. Com o registro, ele entra no Sistema do Simples Nacional e paga cerca de R$ 70 em tributos. Segundo o economista e gerente administrativo da Acic, Mário Eduardo Campos, são muitas as vantagens.
“Vários tributos são unificados nessa única guia, como Imposto de Renda, ICMS e INSS. É uma guia só, unificada, que vence sempre no dia 20”, detalha.
Impactos da pandemia
Campos detalha que, atualmente, Campinas tem 26 mil empresas abertas como MEI e que muitas surgiram depois da pandemia. Naquela época, o empreendedorismo deu um salto e, até hoje, ser microempreendedor tem sido uma opção atrativa para muita gente.
“Por uma necessidade, esses serviços precisam ter uma situação regularizada para ele poder trabalhar e exercer sua atividade regularmente, como benefício dele, porque ele está com situação junto ao INSS, imposto de renda, tributos que ele, normalmente, teria que pagar, regularizado”, detalha.
“Ele emite nota, vende para empresas, tem uma conta bancária. Ele pode até ter um funcionário, a legislação permite isso. É onde ele pode se dedicar 100% a atividade fim”.
Em meio à tendência de negócio, a associação abriu um espaço apenas para a orientação de MEI. No local o público é informado sobre como abrir uma empresa, quais os caminhos para regularizar a documentação, entre outras coisas. Em um ano, ao menos 1,6 mil pessoas foram atendidas.
Donos do próprio negócio
O Perci Barbosa mora no bairro Eldorado dos Carajás e tem um lanchonete na frente de casa. Ele conta que foi chapeiro e cozinheiro em uma grande rede de choperias até decidir abrir o próprio negócio. Ficou um ano na informalidade, mas hoje paga todos os impostos como MEI.
“Ajuda bastante. Fico mais conhecido, para dar uma nota, aposentadoria também já pago. Eu estou trabalhando para mim, cumprindo meus compromissos, pagando o que eu tenho que pagar”, comenta.
Já o Jefferson Luiz da Silva trabalha com eventos há sete anos. É DJ em festas e eventos corporativos, mas também faz locação de equipamentos de som. Como tinha algumas limitações quando vivia na informalidade, decidiu se tornar um microempreendedor.
“As pessoas não davam credibilidade por ser informal. Foi um momento bem difícil. [Depois, as mudanças foram] a formalidade, conseguir participar de editais, entrar em condomínios, porque tem toda uma parte de documentação que antes não tinha, ficava mais difícil também”.
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