Receita líquida registrada foi de R$ 11,6 bilhões, diante de seca no campo, taxas elevadas e falta de créditos do governo federal no atual ciclo. Números foram divulgados durante a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP). Colheitadeira gigante, usada em cultivos de grãos, exposta em estande na Agrishow 2024 em Ribeirão Preto, SP
Érico Andrade/g1
O setor de máquinas e equipamentos agrícolas registrou uma queda de 35,8% no faturamento do primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado diante de um cenário ainda prejudicado por seca em diferentes regiões do país, taxas de juros elevadas e a ausência de recursos do atual Plano Safra.
Ao todo, as empresa do segmento registraram até março uma receita total de R$ 11,6 bilhões, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) durante a Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola do país que acontece em Ribeirão Preto (SP) até sexta-feira (3).
O volume equivale a cerca de 20% de todo o faturamento com máquinas e equipamentos – que foi de R$ 56,6 bilhões no trimestre.
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“Essa queda se deve basicamente a três fatores. Primeiro, nós tivemos uma seca severa em todo o Brasil que afetou muito a soja e o milho que é o principal mercado de máquinas agrícolas. O segundo fator é o preço das commodities, que já estava baixo e a rentabilidade também do agricultor não é boa, e o terceiro fator é que não temos mais recursos do Plano safra, e os juros de mercado são muito caros, em torno de 15%, o agricultor não faz investimento”, afirmou Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq.
As exportações das tecnologias do agro seguiram a mesma tendência, com uma baixa de 23%, e um volume total de US$ 351,3 milhões (RS 1,8 bilhão). Da mesma forma, houve recuo de 37% no número de tratores e colheitadeiras comercializados: de 14.891, caiu para 9.323.
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Estevão também manteve projeções anteriores de queda para o fim do ano, na faixa dos 15%, mas espera uma recuperação a partir do segundo semestre, sobretudo após o anúncio do novo Plano Safra, que, segundo líderes do governo federal, deve ter um novo recorde no total de créditos a serem concedidos.
Segundo a Abimaq, a União também prometeu juros abaixo dos 10% para o ciclo 2024/2025.
“A gente está entendendo que no segundo semestre há uma recuperação das vendas de máquinas, em função do Plano Safra. O juro deve vir, o governo está falando, em um dígito, uma coisa abaixo de 10%. E a segunda safra de milho tem vindo bem, o pessoal deve colher uma boa safra de milho. Ou seja: o principal problema que a gente teve que foi a quebra de safra, juro alto, estão se dissipando esses problemas.”
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