12 de outubro de 2024

Sítio de família mineira tem queda de árvores durante passagem do furacão Milton pela Flórida: ‘Ficamos muito assustados’

O mineiro Michel Henrique Pires, de Ubá, também relatou dificuldade em comprar itens como alimentos e combustível. Apesar do susto, ele tentou tranquilizar familiares e amigos no Brasil, avisando que família estava em segurança. Casa de mineiro tem queda de árvores e mais estragos com passagem do furacão Milton
Com residência permanente desde 2019 em Orlando, na Flórida, o brasileiro Michel Henrique Pires, de 51 anos, foi um dos afetados com a passagem do furacão Milton nesta quinta-feira (10). O maior medo do mineiro, de Ubá, na Zona da Mata, era de que o furacão levasse a casa dele. Mesmo assim, ele optou por permanecer com a esposa e os dois filhos no imóvel.
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“O furacão passou exatamente em cima de nossa casa, mas não tivemos grandes problemas. No sítio que tenho aqui perto [na cidade de Kissimmee, a 5km de distância], tivemos vários estragos, como grande quedas de árvore, cercas e falta de energia”, explicou.
Sítio da família de Ubá ficou bastante destruído após passagem do Furacão Milton
Michel Henrique Pires
Ao tocar o solo na Flórida, por volta das 21h30 de quarta-feira (9), o furacão tinha ventos de até 205 km/h, segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês).
“Quando ele atingiu a categoria 5, fiquei assustado, pois era a maior categoria e o furacão era muito grande. Baixou para categoria 4, mas logo depois voltou à categoria 5, aumentando ainda mais de tamanho. O diâmetro dele já era maior que a largura da Flórida toda, ficamos muito assustados, mas logo depois foi baixando de categoria”, diz Michel.
Dificuldade para comprar alimentos e combustível
O mineiro também contou como foi a preparação para enfrentar o furacão, iniciado perto do México. “Foi mais tranquilo dessa vez, já que havíamos passado por três furacões por aqui. A cidade de Orlando fica mais central, e o furacão foi diminuindo a força ao chegar”.
Mesmo que não tenha tido grandes danos, a família enfrentou dificuldade para conseguir comprar itens nos mercados, como água, papel higiênico, enlatados, pão, além de gasolina e óleo diesel nos postos de combustíveis. “As pessoas não entendem que o furacão vai durar apenas um dia. Nós não compramos nada a mais, pois já tínhamos o estoque para a semana em casa”, disse.
A família esteve no início do mês em São Petersburgo, onde o furacão Milton fez muitos estragos
Arquivo pessoal
Segundo ele, foi preciso também tranquilizar familiares e amigos no Brasil, que ligaram apavorados pedindo para que a família fosse para Nova Iorque. “Eu falava para eles que poderiam ficar tranquilos, pois estávamos seguros”.
Vida nos Estados Unidos após assalto no Brasil
Em 2019, Michel, a esposa e os dois filhos se mudaram de Ubá para Orlando. A decisão foi tomada depois que a casa onde moravam foi assaltada, e a família feita refém. A fábrica de móveis que tinham na cidade de Tocantins, próximo de Ubá, foi fechada, mas Michel continuou a trabalhar com móveis, montando uma construtora nos Estados Unidos.
Já no primeiro ano, a família teve a primeira experiência com o furacão Dorian, em agosto: “Ele atingiu a categoria 5, com ventos de 300 km/h, e foi muito assustador. Ficamos realmente apavorados. Compramos comida, água, abastecemos os carros, mas não trouxe grandes estragos na nossa região, diferente dos estragos feitos na costa do Oceano Atlântico”, explicou o mineiro.
Estagiária sob supervisão da editora Juliana Netto.
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