Corpo diplomático que atua no Planalto pretende ampliar contatos com União Europeia e China e relançar movimento de defesa da democracia. Os sinais do futuro presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que vai investir em uma narrativa expansionista, pregando a tomada de territórios do Canadá e da Groelândia, por exemplo, inclusive com uso da força, está fazendo diplomatas mundo afora recalcularem suas rotas.
O mesmo ocorre no Brasil. O time que assessora Lula (PT) ainda espera sinais concretos de uma radicalização e, por enquanto, vê Trump investindo em um discurso para manter sua base mais radical mobilizada. Ainda assim, já planeja os próximos passos.
O Brasil pretende ampliar seus contatos com a União Europeia, em especial Alemanha e França, que vivem problemas internos. Os contatos com China e Índia, do Brics, também tendem a ser expandidos.
A ideia é pregar que, num cenário tão global tão conturbado, países emergentes têm a chance de ascenderem como fiadores de alguma estabilidade e expansão de políticas de desenvolvimento econômico.
Neste momento, a leitura é a de que os Estados Unidos caminham para perder o posto de referência democrática mundial, especialmente se Trump concretizar após a posse, dia 20, algumas de suas propostas.
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Há ainda a percepção de que os laços dos americanos com a Otan estão de fato fragilizado, especialmente pela presença de Elon Musk na administração trompista.
Mesmo sob crítica do chanceler Olaf Scholz, Musk tem oferecido um palanque global para a candidata alemã da extrema direita paras as eleições no país em fevereiro.
Outro sinal de alerta foi o pedido do CEO da Meta, Mark Zuckerberg, para Trump ajudar a pressionar países que querem regulamentar as redes sociais. A União Europeia está debruçada há anos sobre o tema.
O Brasil presidirá grandes eventos neste ano, a COP (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima), e o Brics. E, a despeito da presença de Rússia e China no grupo, dois países com autocratas, a ideia é trabalhar para relançar nesses palanques o Movimento em Defesa da Democracia, exaltado por Lula ano passado, no G20.
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