Chuvas já atingiram 107 municípios da região. Há 21 desaparecidos. Famílias aguardam resgate em diversas cidades do interior do estado. Sobe para 10 número de mortos por enchentes no Rio Grande do Sul
A correnteza partiu ao meio uma casa, em Putinga. Uma barragem transbordou e água avançou.
As autoridades procuram ao menos dez desaparecidos em Roca Sales.
Roca Sales e Putinga estão localizadas no Vale do Taquari, devastado pelas enchentes de setembro.
Na area central de Lajeado, por volta das 16h40 começou a escurecer e a água foi invadindo toda essa região O rio taquari está chegando cada vez mais próximo de uma das regiões mais populosas do município e o comércio já começou uma operação para retirar o que é possível salvar nesse momento.
A Defesa Civil alertou que o nível do Taquari na região de Encantado já está quatro metros acima da última enchente.
Em Santa Maria, uma pedra se descolou de um morro e atingiu uma casa. Pelas estradas, dezenas de deslizamentos.
“A nossa casa está perigando deslizar no morro, a gente mora do morro. Então a gente está indo embora para voltar so quando acabar isso aí”, comenta um morador.
Entre Veranópolis e Bento Gonçalves, um desmoronamento atingiu partes da BR-470 e deixou motoristas isolados, como a equipe de futsal da CBF. Eles voltavam do Paraná, ficaram presos na estrada. Um trator resgatou o grupo, que seguiu depois a pé. Ninguém ficou ferido.
Também na serra, na RS-122, em São Vendelino, autoridades interromperam as buscas por pai e filho desaparecidos em um desmoronamento porque há risco de mais acidentes.
Na região central do estado, um homem esperou 12 horas pelo resgate em uma rodovia.
Desse trecho da RS-348, sobraram apenas ilhas em meio ao Rio Jacuí. E a ponte histórica de rio pardo não suportou a força de mais uma cheia.
O antes da enchente, a estrada que costeava o rio em Candelária era tomada pelo verde, paisagem que agora se transformou.
A cabeceira da principal ponte de acesso a Candelária, cidade do bale do Rio Pardo, foi levada pela força da chuva. Uma forte correnteza que se formou no Rio Pardo.
As águas levaram nesta terça uma mulher de 46 anos. Ela resistiu por dois quilômetros até ser resgatada.
“As duas primeiras vezes que eu baixei, eu engoli muita água, eu pensei, vou morrer. Ai eu pensei, ja passei tanta coisa, nao eh afogada que eu vou morrer. Eu peguei, mergulhei, fui até embaixo, sai do redemoinho, consegui subir”, conta Viviane Blak.
Em Sinimbu, a 200 quilômetros de Porto Alegre, a água baixou, deixando à mostra a destruição.
O governo federal enviou cinco helicópteros, barcos, 43 viaturas e trezentos e trinta e cinco militares para o Rio Grande do Sul. Paraná, Santa Catarina e São Paulo também enviaram equipes.
Há dezenas de pessoas sendo socorridas nos telhados. Onde é possível superar a correnteza, o resgate chega de barco, para o alívio das famílias.
“Para quem está esperando lá é difícil. Porque a angústia bate. Eu fiquei dois dias sem dormir”, conta outro sobrevivente.
O governador Eduardo leite, do PSDB, afirmou que o estado enfrenta um desastre ainda maior que o de setembro.
O presidente Lula deve visitar a região nesta quinta (2), se as condições meteorológicas permitirem.
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