A Marinha e o Exército estão ajudando nos trabalhos de buscas. Peritos de Vitória estão em Mimoso do Sul para ajudar na identificação dos corpos. Sobe para 19 o número de mortes provocadas pelas chuvas no ES
Subiu para 19 o número de mortes provocadas pela chuva no Espírito Santo.
13 municípios no sul do estado decretaram situação de emergência. Um vídeo mostra pessoas recolhendo alimentos misturados à lama em Mimoso do Sul. Um gesto de desespero de quem perdeu tudo.
Mimoso do Sul é o município mais atingido pela chuva. Só lá são 17 mortos. O governo do estado montou um gabinete de crise para socorrer os desabrigados e organizar as buscas por seis pessoas que permanecem desaparecidas.
“Pessoas que podem ter sido levadas pela água, então só o tempo é que vai nos dizer, de fato, o paradeiro dessas pessoas. Se elas perderam a vida, se não perderam, se vão ser encontradas, então a gente precisa continuar trabalhando”, diz Renato Casagrande, governador do ES.
A Marinha e o Exército também estão ajudando nos trabalhos de buscas. Peritos de Vitória estão em Mimoso para ajudar na identificação dos corpos. Entre as vítimas, estão a aposentada Gilda Leite, de 50 anos, e a professora Adair Fernandes, de 43 anos. Ela estava em casa com o marido e filhos quando casa desabou e o corpo dela foi arrastado pela enxurrada.
Em Alegre, uma câmera registrou o momento em que a quadra de uma escola é tomada pela água em poucos minutos. O local ficou destruído.
“Em cerca de 20 minutos [a água] já subiu, arrebentou o portão aqui da quadra. Os muros também caíram, foi tudo muito rápido”, conta um homem.
Situação crítica também em Apiacá. Mais 4 mil dos 7 mil habitantes tiveram que sair de casa. Duas pessoas morreram. A aposentada Clara Trede, de 87 anos, sofria de Alzheimer e não conseguiu escapar da enchente. O aposentado José Ricardo Queiroz, de 64 anos, sofreu um infarto e morreu logo depois de resgatar a tia.
As aulas foram suspensas em dez escolas do sul capixaba. 7,7 mil pessoas estão fora de casa em todo o Espírito Santo. A maioria teve que sair às pressas.
“Foi coisa de dez minutos, a água subiu muito rápido, passou por cima do muro ali. Dentro de casa foi 1,80 m a água que entrou. Só deu tempo de chamar minha tia, pedir a ela para pegar os documentos, o cachorro e um ventilador. O restante perdeu tudo, mais nada, nada, nada”, conta dona de casa Denise Pirovani.
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