19 de setembro de 2024

Sociedade Internacional de Menopausa lança cartilha para ensinar empresas a acolher as mulheres nessa fase

Metade da população do planeta não encontra um ambiente profissional receptivo ao enfrentar sintomas muitas vezes severos Na coluna de terça-feira, escrevi que a Sociedade Internacional de Menopausa decidiu se manifestar sobre os benefícios – que, agora, parecem inequívocos – da reposição hormonal. No entanto, o encontro anual da entidade, realizado entre 10 e 14 de setembro, deu um passo além: acaba de lançar uma espécie de cartilha para ensinar os empregadores a acolher as mulheres nessa fase.
Stephanie Faubion, diretora médica da Sociedade Internacional de Menopausa
Divulgação: Mayo Clinic
“Falar sobre menopausa é falar sobre saúde e bem-estar. É sobre entender e apoiar pessoas que podem estar enfrentando sintomas que impactam sua qualidade de vida e abrir um espaço para que possam falar sobre o que precisam. Temas relacionados à saúde reprodutiva, como menstruação, gravidez e amamentação, já fazem parte do ambiente profissional. A menopausa é uma transição natural no curso de vida experimentada por metade da população do planeta”, afirma o documento, intitulado “Making Menopause Work” (“Fazendo a menopausa funcionar”).
“Mulheres com 50 anos ou mais compõem o grupo demográfico que mais cresce, representando uma enorme contribuição para as famílias, comunidades e a sociedade”, enfatizou Stephanie Faubion, diretora médica da entidade e do centro de saúde feminina da Mayo Clinic. Um ambiente receptivo será um fator decisivo para reter essa mão de obra experiente e qualificada, uma vez que a menopausa ocorre, normalmente, entre os 45 e 55 anos. Uma em cada cinco integrantes da força de trabalho está entre a perimenopausa e a pós-menopausa – a menopausa, em si, é apenas o marco de um ano sem menstruar. Desse total, 20% terão sintomas graves o bastante para interferir na vida pessoal e profissional.
Os números são parrudos: cerca de 47 milhões de mulheres entram na menopausa anualmente e, por volta de 2030, haverá um bilhão de seres humanos em tal condição. O silêncio que ainda impera sobre o assunto custa caro para as empresas. A estimativa é de US$ 1.8 bilhão (R$ 10 bilhões) perdidos por ano, por faltas em decorrência de sintomas severos, sem contar o impacto na produtividade e até mesmo pedidos de demissão.
Considerando que trabalhadores na meia-idade representam uma porcentagem crescente da mão de obra e ocupam posições de destaque nas organizações, a Sociedade Internacional de Menopausa criou diversos guias bem objetivos, disponíveis nesse link. Há informações para os gestores; para as mulheres; formas de abordar o tema; e medidas simples que podem ser postas em prática, como horários flexíveis para o uso de toaletes, ou o uso de uniformes mais frescos para suportar as ondas de calor.
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