25 de dezembro de 2024

Sorocabano participa da pós-produção de documentário sobre vida sexual de pessoas com deficiência: ‘Debate fundamental’


Guga Nascimento ajudou a finalizar filme do cineasta Daniel Gonçalves, que fala sobre a vida sexual de pessoas com deficiência, envolvendo fantasias e expressões eróticas para impulsionar debates, informar e quebrar preconceitos. Documentário finalizado por especialista em audiovisual de Sorocaba (SP), à esquerda, explora como é a vida sexual de pessoas com deficiência
Arquivo pessoal | Assexybilidade/Divulgação
Um coordenador de pós-produção audiovisual de Sorocaba, no interior São Paulo, pôde ajudar a finalizar um documentário que explora um assunto de extrema importância, mas é pouco retratado na sociedade: a sexualidade de pessoas com deficiência.
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Luiz Gustavo Ferraz Nascimento, conhecido apenas como Guga Nascimento, de 47 anos, nasceu e foi criado em Sorocaba. Ele ficou na região até completar 17 anos, passar no vestibular e decidir cursar engenharia elétrica, em Bauru (SP). No entanto, lidar com números não era o seu sonho, mas, sim, contas histórias e trabalhar com o audiovisual.
Ao g1, Guga conta que acabou se formando na área de cinema em 2003 e se mudou, em seguida, para o Rio de Janeiro, onde começou sua carreira com produções.
“Depois que se inicia a filmagem, a gente começa a receber o material bruto e começa a trabalhar ele na pós-produção. Eu comecei como produtor de finalização e, com cinco a sete anos de carreira, me tornei coordenador de pós-produção, que é a minha principal atividade hoje no audiovisual. Porém, também sou editor, assistente de edição e faço locução”, destaca.
Guga Nascimento é do Sorocaba (SP), mas começou a pós-produzir no Rio de Janeiro
Arquivo pessoal
Foi em agosto de 2023 que o especialista acabou “caindo de paraquedas” no projeto “Assexybilidade”, que, segundo o diretor Daniel Gonçalves, busca de forma honesta expressar, por meio de entrevistas com pessoas com deficiência ao redor do Brasil, como elas se relacionam sexualmente com outras pessoas e de que forma são julgadas pela sociedade por isso.
Segundo Guga, o filme estava praticante finalizado, porém, ainda era necessário passar por mais etapas de pós-produção depois do trabalho feito pela também coordenadora audiovisual Nath Mizher.
“Tinham alguns pequenos detalhes a serem feitos. Por exemplo, fui eu que produzi a cópia, chequei e entreguei a cópia para o Festival do Rio de 2023. Então, minha participação foi produzir essa cópia de cinema e um desdobramento do filme foi uma exposição e, aí sim, na exposição eu participei do processo todo porque já estava na produtora”, conta.
Filme ‘Assexybilidade’ é do cineasta Daniel Gonçalves
Assexybilidade/Divulgação
Para o especialista, ter participado do documentário foi uma grande oportunidade pois “traz a sensação de orgulho e de poder ter tido a possibilidade de conhecer o Dani (diretor), que é uma pessoa incrível, muito inteligente, muito bem humorada”.
Além disso, o coordenador de pós-produção de Sorocaba pôde refletir sobre as questões abordadas no roteiro, em como as pessoas com deficiência são tratadas, às vezes excluídas e rejeitadas por razões injustas, e de terem o direito de namorar, se apaixonar e se relacionar negado.
“São assuntos delicados porque mexem com uma questão moralista, mexem com religião, mas é fundamental esse debate para esclarecer, trazer informação e para as pessoas deixarem de ser ignorantes”, finaliza.
Documentário sobre sexualidade de PcDs foi lançado em 19 de setembro deste ano
Assexybilidade/Divulgação
🎬 Documentário ‘Assexybilidade’
Com o slogan “Sim, nós fod*mos”, o filme é do cineasta Daniel Gonçalves, que nasceu com uma deficiência que interfere na sua mobilidade. Apesar de hoje ele conseguir andar, nenhum médico conseguiu lhe dar um diagnóstico.
Filme de Daniel Gonçalves, ‘Assexybilidade’, busca abordar um tema que normalmente é considerado um ‘tabu’
Assexybilidade/Divulgação
O documentário “Assexybilidade” busca iniciar uma conversa sobre a vida sexual de pessoas com deficiência, falando abertamente sobre fantasias e expressões eróticas, com o objetivo de disseminar a pauta e mobilizar as pessoas neste debate, inclusive sobre capacitismo e outras formas de preconceito.
“Os entrevistados foram achados através de pesquisa. O que eu busquei com esses entrevistados foi ter, talvez, a maior diversidade possível, e, aí, a gente entende isso como diferentes tipos de deficiência. Então, tem pelo menos uma pessoa surda, pelo menos uma pessoa cega, pelo menos uma pessoa com deficiência intelectual, uma pessoa com o espectro autista, uma pessoa com nanismo e por aí vai”, descreve o diretor.
Filme ‘Assexybilidade’ será lançado na plataforma Globoplay em dezembro de 2024
Assexybilidade/Divulgação
Daniel também contou ao g1 que, além da diversidade de deficiências, priorizou falar com personagens que tivessem características diferentes: pessoas pretas, brancas, com diferentes identidades de gênero e orientação sexual, para que, segundo ele, o filme tivesse a maior identidade possível.
“A sociedade acha que nós somos anjos, que nós somos seres puros, que não temos desejo, que não podemos ser desejados, e acho que a importância do filme é essa: mostrar que a gente transa, que a gente quer ter uma vida plena na vida profissional, na vida amorosa, na vida sexual. Acho que a importância do filme é essa”, destaca o cineasta.
O filme foi lançado nos cinemas em 19 de setembro deste ano e deve estrear na plataforma Globoplay em dezembro. Assista ao trailer do documentário “Assexybilidade”:
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