14 de outubro de 2024

SP ainda tem 135 semáforos inoperantes no 3° dia de apagão; apenas 19% dos equipamentos prejudicados pela chuva voltaram a funcionar

Após o temporal da sexta (11), 168 semáforos ficaram inoperantes na cidade. Desse total, apenas 33 voltaram ao pleno funcionamento. Segundo a CET, 116 equipamentos continuam apagados por falta de energia. Prefeito Ricardo Nunes (MDB) culpou a Enel pelos transtornos. Semáforos quebrados em avenida de São Paulo
Reprodução/TV Globo
No terceiro dia de apagão na capital paulista, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que a cidade de São Paulo ainda tinha 135 semáforos apagados às 6 horas desta segunda-feira (14).
De acordo com a companhia, desse total de semáforos, 116 deles estão inoperantes por falta de energia que ainda não foi reestabelecida em diversas regiões da cidade, enquanto outros 19 estão apagados por falha nos equipamentos de responsabilidade da companhia. A capital ainda tem 354 mil endereços sem luz desde o temporal de sexta (11).
“Todas as equipes estão em campo para auxiliar na fluidez do trânsito”, disse a CET.
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O problema nos semáforos persiste na capital paulista desde a noite de sexta-feira (11), quando um temporal com ventos de mais de 107 km/h atingiu a cidade.
No sábado (12), o prefeito Ricardo Nunes (MDB) – candidato à reeleição – disse em coletiva de imprensa que o temporal tinha causado 386 ocorrências de queda de árvores e galhos, gerando a falta de luz e, consequentemente, o reflexo em 168 semáforos, que ficaram inoperantes.
Pelos dados da CET, de sexta (11) para a manhã desta segunda (14), apenas 33 semáforos voltaram a funcionar.
Isso significa que 19% do total de sinais de trânsito que estavam inoperantes no início da tempestade voltaram à normalização.
Nunes culpa Enel pelos problemas na cidade de SP após temporal
No sábado (12), Nunes culpou a concessionária Enel pela diviculdade da cidade em voltar a normalização.
“Essas questões [da falta da energia] foram ocasionadas por problemas em 17 estações da Enel, que, inclusive, não ficam na cidade de São Paulo. Foram atingidos aqueles linhões por onde passam a energia que não ficam na cidade”, disse o prefeito.
Com 168 semáforos inoperantes e 386 ocorrências de queda de árvores e galhos registradas desde a noite de sexta (11), o prefeito afirmou que 40% das remoções já foram resolvidas e as outras 60% ainda não foram retiradas das ruas também por causa da concessionária de energia.
“Essas 60% [de árvores caídas] dependem do desligamento da energia para fazer o corte ou remoção ou poda, o que representa 232 árvores. Os 168 semáforos inoperantes também estão em regiões ainda sem energia. Nós estamos com nosso plano de contingência em pleno vigor. Equipe preparada com mais de 4 mil homens atuando na cidade. Nossa pendência e nossos problemas mais uma vez é a Enel”, declarou.
Nunes também disse que ligou para o presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa Neto, que teria dito que abrirá um termo de caducidade junto à Enel, uma vez que já foram aplicadas várias multas à empresa desde a crise de energia de novembro do ano passado.
Isso se dará, segundo o prefeito, se for constato culpa ou alguma inércia da concessionária na atual falta de energia na capital e na Grande SP.
O g1 procurou a Aneel e não obteve retorno para comentar o assunto. Oficialmente a agência afirmou apenas que vai intimar a distribuidora da região metropolitana de São Paulo, a Enel SP, para apresentar uma proposta de “adequação” da prestação do serviço de fornecimento de energia no estado.
“É inadmissível, que após 1 ano, a população de São Paulo tenha que experimentar mais uma vez demora no restabelecimento do serviço e falta de comunicação da empresa com seus consumidores. Em virtude disso, a diretoria da ANEEL, solicitou que a área de fiscalização intime imediatamente a empresa para apresentar justificativas e proposta de adequação imediata do serviço diante das inúmeras ocorrências registradas ontem e hoje, de falha na prestação do serviço de distribuição”, afirmou a agência por nota.
Queda de árvores ‘saudáveis’
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), fala sobre as quedas de árvores que ocorrem na cidade durante o temporal deste sábado (12).
Reprodução/TV Globo
Sobre as 386 árvores que caíram na cidade durante o temporal, o prefeito disse que eram ‘árvores sádias” e que vieram abaixo em razão dos fortes ventos que atingiram a capital.
“Quando você tem ventos de 89 km por hora, você vai observar que são árvores sadias que foram acometidas por essa queda por conta dos fortes ventos. O que a gente precisa ter é o que a gente tem hoje: um plano de contingência. Equipe preparada. Nós temos a nossa equipe, reforçamos a equipe dos bombeiros com a operação delegado, equipamentos e carros. Foi feito no último ano mais de 600 mil cortes e podas de árvores. É continuar dando a manutenção pra que a gente possa minimizar”, declarou Nunes.
Por conta da crise de falta de energia, o prefeito cancelou todos os compromissos de campanha neste sábado (12) e desistiu de ir à cidade de Aparecida, no interior, onde comemoraria o dia da Padroeira do Brasil, nesse 12 de outubro.
Após dar uma coletiva de imprensa na sede do Smart Sampa, no Centro, onde fica a central de monitoramento de câmeras da prefeitura, o prefeito se dirigiu ao bairro da Lapa, onde foi acompanhar os trabalhos de remoção de uma grande árvore na rua Catão, na Zona Oeste.
O que diz a Enel
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Reprodução/TV Anhanguera
Mas cedo, o presidente da Enel Distribuição São Paulo, Guilherme Lencastre, disse em coletiva de imprensa que a empresa não tem previsão de retomada total do fornecimento de energia na Grande SP. Lencastre afirmou que está importando equipes que trabalham para a empresa no Rio de Janeiro e no Ceará para agilizar o trabalho de retomada da energia.
“Na noite de ontem a gente acionou imediatamente o nosso efetivo do plano de contingência que estava previsto. E isso significa que nós estamos com 800 equipes [trabalhando nas ruas] ou 1.600 técnicos eletricistas atuando em campo. Em paralelo, continuamos trabalhando para que até o final do dia de hoje tenhamos mais equipes trabalhando conosco. Estamos trazendo ao longo do dia equipes do Ceará e Rio de Janeiro”, afirmou em coletiva.
Guilherme Lencastre não deu previsão para a retomada total do serviço na Grande SP e disse que as áreas mais afetadas foram as Zonas Oeste e Sul de São Paulo, além dos municípios de Taboão da Serra, São Bernardo, Santo André e Diadema.
“Não é questão de não saber e não passar. E não quero colocar uma expectativa que seja frustrada. (…) A gente tem consciência do transtorno causado por eventos como esse e sabemos da nossa responsabilidade. Vamos trabalhar de forma incansável para reconectar todos os nossos clientes”, declarou.
O presidente da Enel Distribuição São Paulo, Guilherme Lencastre.
Reprodução/TV Globo
O presidente da Enel também afirmou que a empresa disponibilizou 500 geradores para atender hospitais e estabelecimentos que estão sofrendo com a falta de luz há mais de 18 horas na região de concessão, além de ter dois helicópteros da empresa sobrevoando as linhas de transmissão para identificar eventuais problemas.
Lencastre culpou o vento histórico que atingiu a capital paulista e as cidades da Grande SP, com rajadas de mais de 107,6km/h pelos transtornos ocorridos na cidade, que afetaram mais de 2,1 milhões de clientes da empresa desde sexta (11).
“Foi a maior ventania desde 1995. 20% da nossa base de clientes foram impactados. Dos nossos 8 milhões de clientes, 1,6 milhão ainda são afetados até agora. Também estamos conversando com concessionárias vizinhas para restabelecer mais rápido possível”, declarou.
O temporal que atingiu a Grande São Paulo na noite desta sexta-feira (11) ocorreu por volta das 19h30 e deixou mais de 2,1 milhões de endereços sem energia elétrica na área de concessão da Enel, segundo levantamento da própria empresa.
Confira mais fotos e vídeos do temporal da sexta (11):
Ventania derrubou teto de casa no Jardim Independência, em São Bernardo do Campo, Grande SP, na noite desta sexta-feira (11).
Montagem/g1/Acervo pessoal
Queda de árvore na Avenida Lauro Gomes, em Santo André, na Grande São Paulo
Abraão Cruz/Reprodução
Tempestade atinge São Bernardo do Campo nesta sexta-feira (11)
Thomaz Banhara Kravezuk
Queda de árvore na Rua Kaoro Oda, perto da Subprefeitura do Butantã e do Metrô Vila Sônia, na Zona Oeste
Arquivo pessoal
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