17 de novembro de 2024

STF dá prazo de 30 dias para o Centro de Progressão Penitenciária de Pacaembu reduzir a superlotação de presos na unidade

Decisão dos ministros adotou o indicador de 137,5% como linha de corte para o controle, que deve resultar na permanência máxima de 943 presos no local do Oeste Paulista. Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Pacaembu (SP)
TV Fronteira
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deu prazo de 30 dias para que o Centro de Progressão Penitenciária de Pacaembu (SP) reduza a lotação de presos na unidade ao limite de 137,5% da capacidade, parâmetro fixado pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP).
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Conforme o STF, a decisão foi tomada durante uma sessão virtual após um pedido da Defensoria Pública do Estado de São Paulo (DPE-SP) pela intervenção da corte para solucionar a superlotação de quase 150% na unidade.
Entre as medidas a serem adotadas, estão a elaboração de uma lista dos presos da unidade e a autorização de saída antecipada ou prisão domiciliar em favor dos detentos considerados mais aptos ao benefício.
Em seu voto, seguido por unanimidade, o ministro Luiz Edson Fachin considerou que o juiz de execução da região não adotou medidas já determinadas por ele em outra ação e considerou que essa situação, a seu ver, alimenta o quadro de colapso e superencarceramento “da problemática unidade prisional”.
O ministro lembrou que, além da superlotação, há informações de que a unidade prisional de Pacaembu é alvo de denúncias por falhas de infraestrutura e atendimento, como a falta de acessibilidade a presos com deficiência, de colchões e de circulação de ar, a proliferação de insetos, a comida de má qualidade e o intervalo de 15 horas entre uma refeição e outra, entre outros problemas.
Fachin ressaltou que o STF estabeleceu que a falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, sendo previsto, em caso de déficit de vagas, a autorização para a saída antecipada, o monitoramento eletrônico, a prisão domiciliar ou o cumprimento de penas restritivas de direito a quem progride ao regime aberto.
Em relação à unidade de Pacaembu, o ministro considerou adequada a adoção do indicador de 137,5% como linha de corte para o controle da superlotação, que deve resultar na permanência máxima de 943 presos, considerando a capacidade de lotação de 686 no local.
Conforme dados da Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP-SP), atualizados nesta terça-feira (20), o Centro de Progressão Penitenciária de Pacaembu tem 853 presos.
Em nota oficial enviada ao g1 nesta quarta-feira (21), a SAP-SP informou que a unidade realizou transferências de custodiados para outros presídios do Estado de São Paulo e opera atualmente abaixo da média estipulada pelo CNPCP, que estabeleceu como aceitável a sobrepopulação de até 37,5%.
“No Estado, estão previstas as entregas de mais dois novos presídios ainda neste ano, gerando mais 1.646 vagas. A Pasta está permanentemente aberta ao diálogo com a sociedade civil para aprimoramento do sistema carcerário”, concluiu a SAP-SP ao g1.
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