26 de dezembro de 2024

Suprema Corte da Venezuela começa auditoria de eleições e convoca candidatos

Os 10 candidatos à disputa presidencial, incluindo Edmundo González, devem comparecer perante a Corte nesta sexta (2) às 15h (horário de Brasília). Pedido de auditoria, feito por Maduro, vem em meio a apelos internacionais para a divulgação da contagem detalhada de votos depois que a oposição contestou sua vitória. Nicolás Maduro diz que Venezuela está sofrendo uma tentativa internacional de desestabilização em reunião conjunta do Conselho de Estado, em 30 de julho de 2024.
Reprodução/Maduro no Youtube
A Suprema Corte da Venezuela convocou os 10 candidatos à presidência –Maduro, Edmundo González e mais oito– a comparecer nesta sexta (2) às 15h (horário de Brasília), para o início da auditoria da eleição do último domingo (28).
A Suprema Corte tem seus integrantes indicados por Maduro e é alinhada ao presidente, que foi apontado como vencedor da eleição pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) com 51,2% dos votos. O órgão eleitoral é dirigido por um aliado de Maduro.
“Admite-se, assume-se e inicia-se o processo de investigação e verificação para certificar os resultados do processo eleitoral”, expressou Caryslia Rodríguez, presidente da Suprema Corte.
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A auditoria do resultado da eleição pela Suprema Corte acontece a pedido de Maduro. Segundo o presidente, a maior instância da Justiça venezuelana é o único órgão do país que tem o poder de auditar o resultado das eleições para apurar os resultados obtidos pelo CNE.
O resultado é contestado pela oposição, liderada por María Corina Machado e por Edmundo González, e pela comunidade internacional. As acusações são de falta de transparência da autoridade eleitoral venezuelana e há pedidos para a publicação dos resultados das urnas.
Com a decisão da Suprema Corte, Edmundo González, o candidato escolhido pela coalizão de oposição para desafiar Maduro nas urnas, também deve comparecer. González e María Corina Machado, líderes da oposição ao presidente, estão ameaçados de prisão desde que contestaram o resultado das eleições, que aconteceram no último domingo (28).
Segundo comunicado da Suprema Corte, todos os candidatos devem apresentar suas contagens de votos ao tribunal. Maduro diz que seu partido tem todas as atas eleitorais, que estão no centro da polêmica. A oposição está fazendo uma contagem paralela das atas e afirma que González foi o vencedor do pleito com 67% dos votos –contra 30% do presidente.
Em discurso a apoiadores nesta quinta (1º), Maduro confirmou presença na Suprema Corte nesta sexta (2) e voltou a afirmar que seu partido vai apresentar as atas eleitorais. “Eles (oposição) que peçam as atas. Temos todas as atas. (…) Me submeti à Justiça e peço que a Justiça ache a verdade para que a paz seja estabelecida no país”, disse o presidente.
Maduro disse na quarta (31) que González e Corina Machado “têm que estar detrás das grades”. Corina Machado escreveu um artigo publicado pelo jornal americano “The Wall Street Journal” em que diz temer pela sua vida e que está escondida para não ser presa.
Corina Machado e González fizeram sua última aparição pública na terça (30), quando lideraram um protesto contra o Maduro em frente à ONU em Caracas, exigindo a apresentação das atas eleitorais.
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Maduro pede revisão da eleição à Suprema Corte
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu na quarta-feira (31) à Suprema Corte do país que conduza uma auditoria da eleição presidencial.
A decisão do presidente venezuelano, que também disse que seu partido está pronto para mostrar a totalidade da apuração das atas eleitorais, vem em meio a apelos internacionais para a divulgação da contagem detalhadas de votos depois que a oposição contestou sua vitória.
O Supremo Tribunal de Justiça venezuelano, assim como o Conselho Nacional Eleitoral, que atestou a vitória de Maduro, é alinhado ao presidente.
Favorita para derrotá-lo nas eleições, a líder da oposição, María Corina Machado foi inabilitada para ocupar cargos públicos por 15 anos em uma decisão do órgão de janeiro deste ano.
Também na tarde desta quarta, Maduro discursou para jornalistas internacionais e falou em tentativa de golpe de estado contra a Venezuela, que seria articulada pela oposição e pela comunidade internacional. Antes das eleições, o presidente venezuelano acusou a mídia internacional presente no país para observar o pleito de ser “assassinos de aluguel”.
“Não hesitarei para chamar o povo a uma nova revolução, nós não nascemos no dia dos covardes”, disse o presidente venezuelano.
Em seu pronunciamento a jornalistas, Maduro também voltou a acusar Edmundo González e María Corina Machado de estar por trás dos protestos que tomaram o país contra os resultados das eleições. O Ministério Público, chefiado por um chavista aliado de Maduro, investiga os dois.
Mais cedo, nesta quarta, o Centro Carter, órgão de monitoramento internacional que acompanhou a eleição de domingo (28) como observador, atestou que ela “não atendeu aos padrões internacionais de integridade e não pode ser considerada democrática” e que a autoridade eleitoral “demonstrou claro viés” em favor do atual presidente Nicolás Maduro.
Em resposta, Maduro disse que a nota do Centro Carter já estava pré-escrita e apenas com alguns detalhes para preencher.
Antes, a Organização dos Estados Americanos (OEA) havia afirmado também não reconhecer o resultado da eleição. Disse haver indícios de que o governo Maduro distorceu o resultado.

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