27 de dezembro de 2024

Suspeita de matar namorado com brigadeirão envenenado queria ser beneficiária em contrato de venda de imóvel, diz testemunha

Marcos Antônio de Souza Moura, amigo de infância do empresário morto, contou na delegacia que Luiz Marcelo disse pra ele que Júlia, a principal suspeita, estava pressionando para que ele alterasse o contrato da venda de uma casa em Maria da Graça. Polícia divulga cartaz pedindo informações de Júlia Andrade Cathermol Pimenta, suspeita de matar o namorado
Divulgação
O empresário Luiz Marcelo Ormond, que pode ter sido envenenado e morto pela namorada, foi pressionado por ela para alterar o contrato de venda de um imóvel. O objetivo seria incluir Júlia Andrade Cathermol Pimenta como beneficiária dos pagamentos ainda pendentes pela venda da casa. Luiz não mudou o documento.
Essa informação faz parte do depoimento de Marcos Antônio de Souza Moura, amigo de infância de Luiz Marcelo, e que mantinha contato frequente com ele. Júlia, a principal suspeita do crime, está foragida.
Segundo Marcos, há duas semanas, o próprio Luiz Marcelo contou que estava sendo pressionado pela namorada para realizar essa mudança no documento de compra e venda.
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Marcos contou à polícia que comprou uma casa de Luiz Marcelo no bairro Maria da Graça, na Zona Norte. Segundo ele, os dois combinaram que o valor da casa seria pago em parcelas mensais de R$ 3 mil, a serem pagas todo dia 25. Além disso, o amigo se comprometeu a pagar mais R$ 20 mil a cada mês de janeiro, até que o valor total fosse quitado.
De acordo com o depoimento, ela queria ser beneficiária no contrato de compra e venda do imóvel, no lugar de Pedro Paulo Ormond Barbosa, primo de Luiz Marcelo.
“Ele falou: ‘pô, Marcos, ela tá me perturbando. Ela perguntou por que eu não botei ela no contrato, e botei meu primo'”, revelou Marcos.
Antecipação de pagamento
O amigo da vítima também contou em seu depoimento que recebeu uma mensagem suspeita enviada pelo celular de Luiz Marcelo no dia 18 de maio. Marcos acredita que a mensagem não foi escrita pelo amigo.
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O que mais chamou a atenção de Marcos foi o fato de a mensagem chegar em forma de texto, diferente do hábito que eles tinham de só se falar por áudio. Além disso, a mensagem pedia a antecipação do pagamento de uma das parcelas da venda do imóvel.
“Nunca fizemos mensagens de texto, sempre áudio, áudio pra lá, áudio pra cá, nunca falamos por mensagem de texto e eu estranhei, nesse dia que ele me pediu o adiantamento”, disse Marcos.
A mensagem supostamente escrita por Luiz Marcelo dizia o seguinte:
“Sobre o pagamento do dia 25, você pode antecipar este mês? Tive um gasto do caramba indo e voltando pra light, pra comprar as coisas pra religação de luz”.
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Principal suspeita
O corpo de Luiz Marcelo foi encontrado dentro do apartamento dele no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio, no dia 20 de maio, já em estado avançado de decomposição. A suspeita é que ele tenha sido assassinado pela namorada Júlia Cathermol, com um brigadeirão envenenado.
Luiz, Júlia e o prato que, para investigadores, teria o ‘brigadeirão’ que o envenenou
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As investigações sobre o caso indicam que Julia foi fria. Em seu depoimento, a suspeita disse que Luiz serviu o café da manhã dela na segunda de manhã, o que é impossível de acordo com a necropsia, já que o empresário já estava morto.
“Ela teria permanecido no interior do apartamento da vítima, com o cadáver, por cerca de 3, 4 dias. Lá ela teria dormido ao lado do cadáver, se alimentado, ela teria inclusive descido para a academia, se exercitado, retornado para o apartamento onde o cadáver se encontrava”, disse o delegado Marcos Buss.
Segundo o responsável pelas investigações, a principal suspeita pela morte de Luiz Marcelo é a namorada dele, Júlia Cathermol, que segue foragida da Justiça.
“Ela é a principal suspeita de ter praticado esse crime bárbaro”, afirmou o delegado.
Motivação econômica
O delegado Marcos Buss, da 25ª DP (Engenho Novo), afirmou que Júlia Cathermol, suspeita de matar o empresário Luiz Marcelo Ormond, teve motivação econômica para a prática do crime.
Segundo o investigador, Júlia não gostou de saber que o namorado havia desistido de formalizar a união estável com ela. A suspeita está foragida da Justiça.
“A motivação é econômica. Nós temos elementos que a Júlia estava em processo de formalização de uma união estável com a vítima. Mas, em determinado momento, o que nos parece, é que a vítima desistiu da formalização da união”, comentou Buss.
“Isso até robustece a hipótese de homicídio e não de um latrocínio, puro e simples, porque o plano inicial me parecia ser realmente eliminar a vítima depois que essa união estável estivesse formalizada”, analisou o delegado.
Júlia Andrade Cathermol Pimenta é procurada pela morte do namorado, o empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond
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