Ano foi marcado por ameaças à democracia pelo mundo e mudanças históricas no poder. Suspeitas na Venezuela, tentativa de golpe na Bolívia e mais: os principais acontecimentos
Na política internacional, o ano foi marcado por ameaças à democracia e mudanças históricas no poder. A eleição presidencial da Venezuela, marcada por suspeitas de fraude, resultou na ordem de prisão do opositor Edmundo González.
Na Bolívia, um tanque do Exército tentou invadir o palácio do governo para derrubar o presidente Luis Arce em mais uma tentativa de golpe de estado.
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Na Coreia do Sul, um decreto antidemocrático fez o país ter trocas sucessivas no poder e ter três presidentes em menos de um mês. Relembre abaixo os principais acontecimentos políticos internacionais do ano.
Venezuela: em julho, a autoridade eleitoral venezuelana proclamou Nicolás Maduro como presidente reeleito. A oposição disse que houve fraude. Um comitê da Organização das Nações Unidas concluiu que houve irregularidades sem precedentes nas democracias contemporâneas. Após dizer que não havia nada grave com a eleição da Venezuela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não reconhecia a vitória de Maduro e voltou a cobrar a divulgação transparente dos resultados. Em setembro, González teve sua prisão decretada e vai à Espanha para receber asilo político. Ele foi reconhecido pelo Parlamento Europeu como presidente legítimo da Venezuela.
Bolívia: em junho, um tanque do Exército tentou invadir o palácio do governo, e o então comandante do Exército boliviano, general Juan José Zúniga, desafiou o presidente Luis Alberto Arce.
Equador: em 9 de janeiro, o chefe da principal facção criminosa do Equador fugiu da prisão, o que levou ao caos no país. Imagens mostraram o momento em que homens encapuzados e com armamento pesado invadem o canal de televisão TC em Guayaquil.
Argentina: no primeiro ano de mandato, o presidente Javier Milei se dividiu entre os problemas domésticos, como a alta inflação, e a aproximação com um de seus modelos, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump.
México: um dos países recordistas em feminicídios na América Latina elegeu uma presidente mulher pela primeira vez. “Não cheguei aqui sozinha, todas chegamos”, disse a eleita Claudia Sheinbaum.
Uruguai: em novembro, Yamandú Orsi foi eleito presidente. A vitória, que marca a volta da esquerda ao poder no país, se deu por margem estreita, revelando um país dividido.
França: em julho, candidatos de centro e de esquerda se uniram para barrar a vitória da extrema-direita. Macron indicou como primeiro-ministro Michel Barnier, membro de um partido que ficou em quarto lugar. A decisão gerou insatisfação que criou uma aliança inesperada: deputados de esquerda se uniram aos de ultradireita para derrubar Barnier, que ficou só 90 dias no cargo. Ele foi substituído pelo político de centro François Bayrou.
Portugal: em março, a coalizão de centro-direita venceu a eleição. O líder da aliança Luís Montenegro se tornou o novo primeiro-ministro.
Reino Unido: em julho, o Partido Trabalhista voltou ao poder, na maior derrota da história para os conservadores. Keir Starmer, líder dos trabalhistas, foi eleito o primeiro-ministro.
Coreia do Sul: em dezembro, uma ordem marcial do presidente Yoon Suk-yeol suspendeu os direitos civis e a liberdade de imprensa, além de aumentar o poder do Exército do país. O decreto antidemocrático não foi aceito pelo Parlamento, que aprovou o impeachment de Yoon. Ele deixou o posto e foi substituído interinamente pelo primeiro-ministro Han Duck-soo. Menos de duas semanas depois, Han também sofreu impeachment, após se recursar a nomear mais três juízes apoiados pela oposição para a corte constitucional. Han foi afastado e substituído interinamente pelo ministro das Finanças, Choi Sang-mok.
Coreia do Norte: em maio, o país fez um ataque inusitado contra a Coreia do Sul, com o envio para o vizinho de vários balões que carregavam lixo, inclusive fezes de animais.
África do Sul: em junho, o Congresso Nacional Africano, partido de Nelson Mandela, teve uma derrota inédita e perdeu a maioria no Parlamento pela primeira vez desde o fim do Apartheid, em 1994.
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