16 de janeiro de 2025

Suspeito de abusar, engravidar e obrigar menina de 13 anos a abortar é preso no interior do Acre

Justiça determinou a prisão do servidor da Saúde de Porto Walter no final da tarde desta sexta-feira (14). Vítima relatou à polícia que foi obrigada a tomar abortivos e deixou o feto em um quintal. Feto foi achado por moradores no último dia 1º. Suspeito foi preso em Porto Walter no início da noite desta sexta-feira (14)
Arquivo pessoal
O servidor da Saúde de Porto Walter, interior do Acre, suspeito de abusar, engravidar e obrigar uma menina de 13 anos a abortar, foi preso no início da noite desta sexta-feira (14). A vítima afirmou, em depoimento à Polícia Civil, que foi obrigada a tomar medicamentos abortivos e, posteriormente, a jogar o feto em um quintal no último dia 1º.
O g1 apurou que o servidor não resistiu à prisão e foi levado para a delegacia da cidade por policiais civis e militares. O delegado responsável pelo caso, José Obetâneo dos Santos, disse que a transferência do suspeito para Cruzeiro do Sul deve ser providenciada pelos policiais.
A prisão foi determinada pela Justiça no final da tarde desta sexta. A identidade do suspeito não foi divulgada pela polícia para proteger a identidade da vítima.
Investigações
A vítima indicou o suspeito e contou que foi induzida a tomar remédios abortivos em depoimento à polícia na última sexta (7). O suspeito que tem mais de 40 anos e foi ouvido pela Polícia Civil na última segunda-feira (10). Em depoimento, o homem negou as acusações.
“Foi identificado que ali [na região onde o feto foi encontrado] havia uma adolescente que poderia ser a pessoa que abortou. A polícia conversou com ela, que foi ouvida na delegacia”, explicou o delegado.
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Ainda segundo o delegado, a vítima contou ao suspeito que estava grávida . O homem comprou os remédios e entregou à vítima.
O aborto ocorreu dentro do banheiro de casa e, de acordo com a polícia, a menina disse que não sabia o que fazer e jogou no quintal de uma casa próxima.
“A princípio, a vítima desse estupro de vulnerável falou que teve um relacionamento com o indivíduo e engravidou. Quando ele tomou conhecimento, segundo ela, comprou os abortivos e induziu que ela praticasse o aborto. Os abortivos teriam sido dados pelo pretenso autor do delito, que teria falado para ela ingerir”, acrescentou.
Menina estava no 6º mês
A vítima disse à polícia que estava no sexto mês de gestação. Ainda conforme a polícia, os pais da menina afirmaram que não sabiam da gravidez. Eles também foram ouvidos na delegacia da cidade.
“Identificamos que ele [suspeito] havia feito um PIX para ela de R$ 50 e a suspeita ficou muito mais forte. Quando questionado sobre esse dinheiro, ele falou que mandou o dinheiro para ela comprar alimentos, que estava passando por dificuldades. Ela negou isso. Disse que ele deu o dinheiro e gastou com o que quis”, complementou.
Ainda segundo o delegado, o inquérito foi instaurado e o homem pode ser acusado de dois crimes: estupro de vulnerável e indução ao aborto.
“Ele nega a autoria dos delitos. Eu digo delitos porque tem o estupro de vulnerável e o aborto. Nós agora estamos concluindo o inquérito para remeter para o Poder Judiciário. O suspeito nega tudo, nega absolutamente tudo”, diz ele.
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Arquivo pessoal
Vítima teve infecção
A menina foi levada para a Unidade Mista de Saúde de Porto Walter pelos policiais para exames médicos na quarta-feira (12). Segundo o gerente-geral da unidade hospitalar, Erasmo Oliveira Sales, a menina reclamou de dor na barriga e apresentou um quadro de infecção.
Ela ficou internada no hospital até essa quinta (13), quando foi retirada pelos pais. “Os policiais levaram ela lá, o médico atendeu e manteve ela internada. Foi solicitada a transferência dela para Cruzeiro do Sul [cidade vizinha], só que a família e outras pessoas retiraram ela”, argumentou.
O gerente informou que o pai da vítima assinou um termo de liberação. Sales ressaltou que tinha sido feita a solicitação de transferência da adolescente e outros pacientes para o Tratamento Fora de Domicílio (TFD). “Nesse caso, quando o avião veio, só foi o outro paciente. Segundo informações, estão com ela em uma casa, não temos mais notícias dela e não sabemos o estado dela”, lamentou.
A Polícia Civil confirmou que foi feito o pedido de exame de conjunção carnal na vítima. Contudo, o médico da unidade não seria habilitado a fazer o procedimento. “Ela ia para Cruzeiro para passar por uma perícia médica, pedimos a transferência, mas os familiares não quiseram”, destacou o gerente-geral.
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