28 de dezembro de 2024

Suspeito de agredir homem a pauladas e queimá-lo ainda vivo é preso um ano após o assassinato

Michael Oliveira Simão, de 40 anos, teve 98% do corpo queimado. Crime ocorreu em março, em Mairinque (SP). Suspeito será indiciado por homicídio triplamente qualificado. Homem responderá por homicídio triplamente qualificado
Polícia Civil/Divulgação
Um homem de 40 anos foi preso, na última sexta-feira (8), suspeito de agredir um homem a pauladas e em seguida incendiá-lo ainda vivo em Mairinque (SP). O crime aconteceu em março de 2023 e, após um ano de investigações, foi esclarecido e apresentado durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (11).
De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Espedito Alves da Silva Júnior, o crime foi motivado por um desentendimento, ocorrido em setembro de 2022, entre o suspeito e o irmão da vítimal, que também tinha 40 anos. Durante a confusão, a vítima, Michael Oliveira Simão, teria defendido o irmão.
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“Ele guardou essa mágoa, essa bronca, conforme as palavras dele. Em determinado dia, ele embriagado, voltando da balada, viu a vítima e resolveu lhe dar um corretivo, como ele disse: ‘uma surra’. Mas que em determinado momento ele optou por, além de agredir, também matar”, explicou Espedito.
Após agredir Michael, o suspeito foi até um posto de gasolina, onde comprou o combustível para atear fogo na vítima, que ainda estava viva. Michael teve 98% do corpo queimado. De acordo com o delegado, o suspeito já possuía uma “impulsão por piromania”.
“Nós descobrimos que dez anos antes ele já tinha [impulsão], porque ele já tinha ateado fogo em pertences de uma ex-mulher dele. Então, nós já tínhamos esse registro e então conseguimos fazer esse ‘link’ entre essa vontade dele, essa maldade, algo interno dele de colocar fogo”, explica.
Dificuldades nas investigações
Informações sobre o caso foram apresentadas nesta segunda-feira (11) durante coletiva de imprensa
Gabriela Almeida/g1
Ainda segundo o delegado Espedito, as investigações duraram um ano pois, por tratar-se de um município pequeno, sem testemunhas e pelo crime ter ocorrido durante a madrugada, a polícia também enfrentou dificuldade para ter acesso às imagens de câmeras de segurança.
“[Foi um crime] sem testemunhas, sem rastreamento de placa, sem rastreamento de celular, com poucas câmeras de segurança, e as poucas que tinham, tivemos dificuldade de acessar. Considerando todos os fatores, acreditamos que foi um tempo razoável e foi proveitosa toda essa investigação durante todo esse tempo”, explica.
Após analisarem mais de 200 horas de vídeo, os policiais encontraram imagens de Michael andando por uma rua da cidade. “Vimos ele entrando em um veículo e, a partir daí, conseguimos rastrear a placa do veículo e chegamos na autoria”, completa Espedito.
Vítima foi vista caminhado por um posto de combustível antes de ser abordada pelo suspeito
Polícia Civil/Divulgação
Michael chegou a ser socorrido com vida ao Hospital de Mairinque, mas não resistiu aos ferimentos e morreu poucas horas após dar entrada na unidade.
O homem preso na sexta-feira confessou o crime aos policiais, detalhando o que o motivou a atear fogo. Ele responderá por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, devido à discussão com a vítima e o irmão dela seis meses antes do crime; utilização de fogo e recurso que dificultou a defesa da vítima, uma vez que, segundo o delegado, estava alcoolizada quando foi assassinada.
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