Suspeito tinha tambor enterrado dentro do quarto para armazenar drogas, segundo a Polícia Civil. Operação investiga atuação da facção PCC no Tocantins. Pistola, munições e drogas apreendidas com suspeito preso em flagrante
Divulgação/PCTO
Um jovem de 18 anos foi preso em flagrante durante a Operação Asfixia, da Polícia Civil. Ele foi abordado na porta de casa e os agentes encontraram mais de três quilos de cocaína, além de uma arma de fogo escondida no forro do quarto dele.
📱 Participe do canal do g1 TO no WhatsApp e receba as notícias no celular.
Durante a operação realizada nesta terça-feira (4), 16 pessoas foram presas, sendo 11 no Tocantins e cinco no estado de São Paulo. Foram expedidos 17 mandados de prisão contra traficantes do PCC que atuam no Tocantins e em outros cinco estados. Dois suspeitos estão foragidos.
Um dos principais alvos da operação é a mulher, de 25 anos, conhecida como Dama do Crime. Foi apurado que ela estava no topo da hierarquia do PCC no estado.O grupo é suspeito de usar armas trazidas da Turquia para cometer assassinatos em Palmas e também de lavagem de dinheiro, movimentando mais de R$ 20 milhões nos últimos dois anos.
O jovem, que não teve o nome divulgado, foi preso durante a tarde no Jardim Bela Vista, região sul de Palmas. Ele vai responder pelos crimes de tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. Ele teve o celular apreendido, além de crack, munição e uma pistola calibre 380.
A casa do suspeito foi identificada pelos agentes da 1ª Divisão Especializada de Repressão a Narcóticos (Denarc- Palmas) como um possível local de armazenamento de drogas do PCC em Palmas.
Segundo o delegado Thyago Busttorf, o local estava sendo monitorado e o suspeito foi abordado quando chamou um carro de aplicativo para sair da casa. Antes de entrar no veículo, os policiais detiveram o rapaz.
Além da arma escondida no forro, os policiais encontraram um tambor enterrado no chão do quarto. O recipiente era utilizado para armazenar drogas.
O suspeito foi levado para a 2ª Central de Atendimento da Polícia Civil e posteriormente encaminhado para a Unidade Penal de Palmas, onde permanecerá à disposição da Justiça.
Célula do PCC no Tocantins
A operação aconteceu de forma simultânea em Palmas, Araguaína, Paraíso e Porto Nacional e nas cidades de Praia Grande (SP) e Barueri (SP). O grupo criminoso que atuava no Tocantins é suspeito de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e também usar armas trazidas da Turquia para cometer assassinatos em Palmas. Armas que também teriam sido enviadas a outros estados pela facção criminosa para alimentar a guerra entre facções.
Foram apreendidos aparelhos celulares, máquinas de cartões, cartões bancários, cadernos com anotações do tráfico, e mais de R$ 16 mil em dinheiro. A ação também teve 20 ordens de bloqueio de contas bancárias.
A investigação contra o grupo começou em fevereiro de 2024 após a prisão de traficantes no Tocantins. Um dos principais alvos da operação é a mulher conhecida como Dama do Crime. Ela está presa desde dezembro, quando foi alvo de outra operação da Polícia Civil, mas teve uma nova ordem de prisão preventiva cumprida nesta terça-feira (4).
Conforme apurado pela investigação, o grupo criminoso também atua nos estados do Piauí, Maranhão, Ceará e Rio Grande do Norte, mas os líderes da facção têm sede em São Paulo. Segundo a Polícia Civil, a organização criminosa enviava armas para esses estados, alimentando guerras entre facções rivais.
As armas seriam as mesmas que foram usadas por facções em vários homicídios registrados na capital no primeiro semestre de 2023.
Dinheiro apreendido durante operação da Polícia Civil contra o PCC no Tocantins
A operação foi nomeada de ‘Asfixia’ e é conduzida pela Divisão Especializada de Repressão a Narcóticos (Denarc- Palmas). O objetivo principal da ação é enfraquecer os ganhos financeiros da organização, segundo o delegado Alexander Costa.
“Nos últimos dois anos foi identificada uma movimentação financeira de R$ 20 milhões. Ao bloquear as contas dos principais laranjas, vamos interromper o fluxo financeiro decorrente da lavagem de dinheiro oriunda do tráfico de drogas dessa célula que é vinculada à uma facção paulista com atuação em vários estados da federação”, disse.
Dama do Crime fazia ‘elo’ entre traficantes e o PCC
Lúcia Gabriela Rodrigues, conhecida como ‘Dama do Crime’, é investigada por ser responsável pela administração da venda e armazenamento de drogas em cidades do Tocantins. O inquérito policial aponta que a jovem de 25 anos estava no topo da hierarquia do PCC no estado. Dentro da facção ela liderava outros membros, dividia as funções e organizava a distribuições das drogas entre traficantes.
Mensagens trocadas em grupos de Whatsapp encontradas pela polícia, mostram que a Dama tinha uma lista com o nome de todos os pontos de comercialização das drogas, as chamadas “lojas”. Dessa forma, ela fazia um controle financeiro dos locais ao cobrar dos traficantes um relatório sobre vendas e estoque.
A defesa de Lúcia Gabriela disse que está apurando as informações sobre as novas acusações e que em breve irá se pronunciar sobre o caso.
O grupo liderado por Lúcia tinha uma estrutura de trabalho hierarquizada, com divisões funcionais semelhantes a uma empresa.
Lúcia Gabriela Rodrigues Bandeira é investigada por gerenciar tráfico de drogas em cidades do Tocantins
Reprodução
A Justiça autorizou a quebra de sigilo dos celulares dos investigados. Lúcia aparece em diversas trocas de mensagens com os suspeitos utilizando os codinomes ‘Dama’ e ‘Larissa’. Ela seria a responsável por coordenar o setor gerencial e o setor financeiro dentro da organização.
Conforme o inquérito, no grupo ela fazia o “fechamento”, como um balanço do que foi comercializado no dia. As bocas que conseguiam vender avisavam que a loja estava “sem nada”. Essa função posteriormente foi passada para uma mulher chamada de ‘Tempestade’, que também é investigada pela polícia.
Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.