Média da capital foi de 26,5 °C em 1991 para 27,5 °C em 2021, segundo um relatório da Secretaria Municipal de Planejamento (Semplan). Apesar da variação aparentemente pequena, aumento pode causar impactos na vida das pessoas e na flora e fauna. Calor de Teresina
Pedro Lima/g1
A temperatura média de Teresina aumentou cerca de 1 °C entre 1991 e 2021, segundo dados do Plano de Ação Climática da capital, divulgado pela Secretaria Municipal de Planejamento (Semplan). Em 1991, a média era de 26,5 °C; dez anos depois, em 2021, alcançou os 27,5 °C.
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Apesar da variação numericamente pequena, o aumento da média no intervalo de 30 anos pode causar impactos diretos na vida das pessoas e na flora e fauna de Teresina, como explica a climatologista Sara Cardoso, coordenadora da Sala de Situação da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh-PI).
“A longo prazo, esse 1 °C acima da média pode implicar na alteração do ciclo de vida de animais e plantas, aumento de doenças virais, maior consumo de ar-condicionado e maior emissão de gases, atrasos no desenvolvimento de espécies vegetais, migração de pequenos pássaros endêmicos…”, elenca a climatologista ao g1.
Temperatura média de Teresina aumentou 1 °C em 30 anos, revela estudo
Divulgação/Semplan
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Além disso, a projeção é de que o número de dias consecutivos com chuva diminua, enquanto o intervalo sem chuva cresça nos próximos anos, o que gera uma maior probabilidade de ocorrência de secas.
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Além disso, as chuvas acumuladas em um único dia e a máxima precipitação acumulada, calculada em períodos de cinco dias, devem aumentar.
B-R-O Bró em 2024
Segundo a Semplan, no segundo semestre de 2024, a tendência é de que o B-R-O Bró, período de intenso calor e altas temperaturas, seja o mais seco dos últimos anos. A umidade relativa do ar deve variar de 12% a 15%, enquanto que nos períodos de B-R-O Bró anteriores, ficou entre 20% e 25%. Cuidados como a hidratação constante devem ser redobrados, alertam especialistas.
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“As pessoas com 60 quilos devem ter ingestão de 2,5 litros de líquido, quem pesa mais pode chegar perto dos 3,5 litros. Isso é o consumo mínimo que a gente deve ter sobre líquidos e hidratantes. Água, água de coco, isotônico, chás, realmente líquidos que têm o poder de hidratação”, afirma o médico Eduardo Mendes.
Temperaturas recordes
Homem bebe água debaixo de sol forte no Centro de Teresina
Pedro Lima/g1
Em setembro de 2023, Oeiras, no Sul do Piauí, registrou a maior temperatura da história desde o início das medições, com 42,4 °C. A última vez que a cidade tinha tido uma temperatura tão alta foi em 2016. Na mesma data, Teresina bateu o recorde do ano com 40,2 °C, conforme a Semarh e o Instituto Nacional de Meterologia (Inmet).
Outros dados colhidos pela Nasa e analisados pelo Centro de Eficiência em Sustentabilidade Urbana (Cesu), da Universidade Federal do Piauí (UFPI), indicam que Teresina tem aquecido duas vezes mais rápido que o resto do mundo.
O ano passado, aliás, foi o ano mais quente do planeta desde 1850, divulgou o serviço europeu de mudança climática Copernicu, cujo relatório mostrou que todos os 365 dias de 2023 foram ao menos 1 °C mais quentes do que a temperatura média global calculada entre 1850 e 1900.
As altas temperaturas, em grande parte, ocorrem devido à ativação do fenômeno El Niño e pelas mudanças climáticas que já afetam a Terra há 60 anos.
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