13 de outubro de 2024

Temporal no interior de SP: Defesa Civil fala sobre riscos e explica o que fazer na rua para se proteger

Na manhã deste sábado (12), ainda não era possível mensurar o prejuízo causado pela forte chuva e ventania que atingiram diversas cidades no estado; sete pessoas morreram. Em algumas cidades, ventania passou de 90km/h. Mortes e estragos: Defesa Civil faz balanço de temporal que atingiu o estado de São Paulo
O temporal que atingiu o interior de São Paulo provocou sete mortes, quedas de muro, atingiu comércios e destelhou casas na noite de sexta-feira (11). Na manhã deste sábado (12), ainda não era possível mensurar o tamanho do prejuízo causado pela forte chuva e ventania, que em alguns municípios passou dos 90km/h.
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Em Bauru, três pessoas e um cachorro morreram após um muro cair sobre eles na Rua Atílio Cavagnino, no bairro Parque Paulista, durante a tempestade (assista abaixo). Segundo o coordenador da Defesa Civil de São Paulo, capitão Roberto Farina, os ventos no município chegaram a 94km/h.
Chuva forte derruba muro de construção e mata adultos, criança e cachorro em Bauru
Os desastres causados pelo temporal levantaram a discussão sobre o que fazer diante de chuvas fortes e ventanias caso não esteja em casa.
“O que nós vimos nesse cenário foi esse choque térmico da frente fria com esse calor intenso que nós estávamos vivendo. Na região de Rio Preto, por exemplo, nós estávamos registrando temperaturas acima de 30ºC há dois dias, então isso tende a ficar um pouco melhor nos próximos dias, porém é ter essa mentalidade, essa percepção de risco de se caso acontecer qualquer chuva em determinado momento do dia, ir para um abrigo, para um local seguro, é a melhor alternativa”, explica o capitão.
Além de procurar um local seguro, muitas pessoas que estão na rua optam por ficarem dentro de um carro. Segundo o capitão, esta não é a melhor alternativa, pois a ventania pode provocar queda de árvores, postes e fios.
Parte de estrutura do Samu desaba e atinge viaturas durante temporal em Tatuí
“Evitem ficar dentro dos carros no momento da chuva, porque nós já tivemos anteriormente registros de queda de árvore caindo, por exemplo, nos carros. Os carros não conseguem suportar o peso das árvores. Além disso, temos também a questão do fio energizado. Quando cai um fio energizado, faz com que o veículo fique ali com a descarga elétrica, então é importante que as pessoas, no momento da chuva, evitem ficar de forma externa correndo esse risco. Caso aconteça algo nesse sentido, por exemplo, do carro com o fio energizado, elas [devem] aguardar no veículo as equipes técnicas para apoiarem ela”, explica.
Árvores caíram em bairro de Sorocaba (SP)
Tito Julio Pandolfo/Arquivo pessoal
Em caso de incêndio, é necessário abandonar o veículo, mas de forma segura: evitando tocar nas partes metálicas e sair pisando com os dois pés simultaneamente no chão. Em seguida, afaste-se dando pequenos saltos, mantendo sempre os dois pés juntos ao tocar o solo. Continue se afastando até estar, pelo menos, a 10 metros de distância do local da queda do fio.
Em caso de tempestade, a Defesa Civil também orienta os moradores a:
Evitar áreas arborizadas, devido ao risco de quedas de árvores;
Jamais enfrentar áreas alagadas ou com enxurradas. Uma lâmina com 15 cm de água pode arrastar uma pessoa, e com 30 cm levar um automóvel;
Ao ouvir um trovão, procurar um local coberto;
Para quem reside em áreas de encosta, observar os sinais de movimentação do solo. Durante o processo de deslizamento, é comum surgirem rachaduras nas paredes dos imóveis, portas e janelas emperrarem, postes e árvores se inclinarem e água lamacenta escorrer pelo morro.
Em caso de ventos fortes, especialmente acima de 60 km/h, mantenha-se alerta, pois há risco de danos a galhos e necessidade de maior precaução. Com ventos a partir de 75 km/h, o risco aumenta significativamente, com maior probabilidade de queda de árvores e danos em construções. Em cenários críticos, com rajadas de 90 km/h ou mais, há um alto risco de que árvores sejam arrancadas e de danos estruturais severos em edificações.
Por isso, nestes casos, é necessário:
Procurar um abrigo seguro, evitando árvores ou coberturas metálicas frágeis;
Manter distância de janelas, vidros e objetos perfurantes;
Não realizar trabalhos com andaimes e encaixes metálicos;
Ao dirigir, evitar se aproximar de cabos elétricos, torres de transmissão, outdoors, andaimes e outras estruturas frágeis.
Ventos e chuva forte
Parte de estrutura desabou e atingiu viaturas do Samu em Tatuí
Reprodução/Redes Socias
A ventania que atingiu Bauru também foi sentida em outros municípios do interior paulista. Em Tatuí, por exemplo, o vidro de uma concessionária estourou e atingiu carros e motos expostos no salão. Parte da estrutura do prédio do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) também desabou e atingiu veículos e viaturas. Nos dois casos, ninguém ficou ferido.
A cidade registrou a queda de 40 árvores e oito pessoas com ferimentos leves durante a chuva.
Na região de Sorocaba (SP), a Defesa Civil registrou quedas de árvores, casas destelhadas e até o abastecimento de água foi afetado por conta da queda de energia provocada pela chuva.
Em São José do Rio Preto (SP), a Santa Casa ficou sem energia elétrica. Os equipamentos continuaram funcionando somente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) porque existe um gerador para atender aquela área. A energia foi restabelecida, segundo a CPFL.
“Nós estamos passando por uma fase de mudanças climáticas e nós vemos extremos acontecendo aqui no estado de São Paulo. Nós estávamos com um cenário de estiagem, um aumento severo em que o calor estava gerando focos de incêndio, nós tínhamos ali no interior vários pontos de combate às queimadas, e uma frente fria chegando no estado de São Paulo trouxe uma amenização nos termômetros, nas temperaturas, no ambiente, mas também trouxe, além da chuva, as rajadas de vento”, explica o coordenador da Defesa Civil, Roberto Farina.
Telhas de mercado atingem casas em bairro de São Roque durante temporal
Em Tatuí, os ventos chegaram a 70km/h, enquanto em Sorocaba a velocidade chegou a 60km/h. “No balanço que nós temos, essa região mais central de Bauru foi uma região muito afetada […] nós temos agora uma previsão meteorológica em que nós ainda temos chuvas em todo o estado, principalmente nessa região central, mas uma chuva menos intensa, os acumulados menores e as rajadas de vento tendem a diminuir, mas ainda nós estamos em alerta”, completa.
A Defesa Civil emitiu um alerta desde quarta-feira que vai até este sábado (12) sobre a passagem da frente fria por São Paulo. Segundo o capitão, existe a possibilidade de chuva para os próximos dias nas regiões de São José do Rio Preto e Bauru.
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