24 de outubro de 2024

Tentativa de sequestro, agressões: engenheiro aterrorizou família antes de esfaquear ex, bebê e sogra, dizem testemunhas

Luis Fernando Bentivoglio Silveira teve um relacionamento de dez anos com Amanda Baldim, mas casal se separou há um mês. Episódios de violência ocorrem pelo menos desde 2019, segundo relatos. Amanda Ramazini foi atacada com a filha pelo ex-marido, Luis Fernando Moreira, em Franca, SP
Arquivo Pessoal
O ataque a facadas de Luís Fernando Silveira contra a ex-mulher Amanda Baldim Ramazini, a filha de 1 ano e a sogra, Rosana Ramazini, dentro de um apartamento em Franca (SP), na última segunda-feira (21), foi a mais grave das agressões físicas e psicológicas do engenheiro civil, de acordo com familiares e informações apuradas pela Polícia Civil.
Os episódios de violência, de brigas a uma tentativa de sequestro do filho, ocorrem pelo menos desde 2019 no relacionamento entre Silveira e Amanda, que estavam juntos há dez anos e haviam se separado há um mês. Silveira, que responde por tentativa de feminicídio, está preso preventivamente em Franca depois que a Justiça considerou o perfil dele agressivo e a liberdade dele um risco para as vítimas.
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O advogado de defesa dele, Wesley Felipe Martins, informou que tentará um habeas corpus e disse que dará um novo posicionamento sobre o caso na quinta-feira (24). Em depoimento à polícia, o engenheiro disse que agiu depois de ser impedido de ver o filho.
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Amanda, que está grávida de três meses, segue internada em estado grave, mas com quadro clínico estável. Ela sofreu 20 facadas e está na UTI por conta de uma perfuração no pulmão. Rosana e a criança de 1 ano chegaram a ser feridas pelas facadas, mas receberam alta.
Briga e filho jogado contra a parede
Em entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo, Otávio Baldim Ramazini disse que a irmã, Amanda Baldim, sofria abusos psicológicos de Silveira e a relação do casal era conturbada. Em 2019, ela chegou a registrar um primeiro boletim de ocorrência contra o engenheiro. Em uma das brigas que Amanda contou à família, o engenheiro teria tentado agredi-la e jogado o filho contra a parede.
A relação sempre foi cheia de atritos, sempre houve muito abuso psicológico, ele impedia ela de assumir um trabalho, desmerecendo, ela se sentia limitada e constrangida com essa situação, porque eram constantes esses tipos de humilhação, disse.
Pneus furados
De acordo com a delegada, Silveira chegou a ser preso no dia 11 de outubro, depois de furar os pneus do carro da ex-mulher por não aceitar o fim do relacionamento, mas foi solto em audiência de custódia no dia seguinte. Desde então, ele é alvo de uma medida protetiva que o impede de se aproximar da vítima, o que não foi respeitado na última segunda-feira.
Ela estava em Ribeirão [Preto], e ele já havia a perseguido em Ribeirão. Nesse boletim do dia 11, no qual ele foi preso em flagrante, ele inclusive estraga todos os pneus do carro dela. Ela relata que, antes do dia 11, ela já estava tentando fugir do local [condomínio em Franca] e não conseguia porque ele não deixava ela ter acesso à chave do carro, relatou Paiva.
Tentativa de sequestro
Segundo Otávio Ramazini, uma semana antes de esfaquear a família, o engenheiro tentou sequestrar o filho mais velho, de 7 anos. Ele afirma que Amanda nunca impediu o ex-marido de ver as crianças, mas queria que as visitas fossem monitoradas pela Justiça.
Essa agressão foi uma continuidade da semana passada, onde ele tentou sequestrar meu sobrinho pra levar pra fazenda da família dele. Só que minha irmã nunca o impediu de ver as crianças, só acondicionou as visitas para serem assistidas e ele achava isso um absurdo. Só que, pelo padrão de comportamento dele, era mais do que necessário uma medida assim.
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Amanda morava na casa da mãe, em Ribeirão Preto, há cerca de um mês, depois que terminou o relacionamento com Silveira. Na segunda-feira, ela voltou ao apartamento onde morava em Franca para buscar alguns pertences. Foi quando o ex-marido chegou ao imóvel e atacou as vítimas.
Segundo a delegada, Amanda se trancou com a filha e a mãe no banheiro, mas Luis Fernando arrombou a porta e passou a atacá-las com uma faca.
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As três foram socorridas por funcionários do condomínio e vizinhos. Outros moradores conseguiram deter o agressor até a chegada da Polícia Militar (veja acima).
Amanda foi atingida no pulmão e no pulso. O estado de saúde dela é grave, mas estável. Já a mãe de Amanda e a bebê passaram por atendimento médico e foram liberadas.
Em depoimento à polícia, Luis disse que agiu depois de ser impedido de ver o filho, mas a versão é contestada pela delegada Juliana Paiva.
Isso foi, de pronto, negado pela vítima. Tanto é que, no momento em que o autor foi até a casa, o filho estava na escola, não estava na casa. Não há sentido ele cometer todos esses atos e usar como argumento a insatisfação do direito de visitação do filho, relata.
O engenheiro civil Luis Fernando Moreira Bentivoglio Silveira, suspeito de esfaquear a ex-mulher, a filha e a avó da criança em Franca, SP
Reprodução/EPTV
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