Ato foi motivo pelo assassinato do eletricista Odail Maximiliano Silva Paula, assassinado pelo dono de uma academia inadimplente, ao tentar fazer um corte de energia na Zona Leste. Eletricistas da Enel fazem ato em frente a sede da empresa na Zona Sul contra a violência na linha frente do atendimento da categoria.
Reprodução/TV Globo
Um pequeno grupo de funcionários terceirizados da concessionária de Energia Enel fizeram nesta segunda-feira (18) um protesto em frente à sede da empresa, na Zona Sul de São Paulo.
Os terceirizados pediram mais segurança e melhores condições de trabalho para os eletricistas, para evitar que casos de violência como o do assassinato do eletricista Odail Maximiliano Silva Paula.
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Odail foi morto na quarta-feira (13) pelo dono de uma academia na Vila Marieta, na Zona Leste da capital paulista, ao tentar cortar a energia do estabelecimento por falta de pagamento.
No protesto, os terceirizados exibiram cartazes com a foto do colega assassinaram e distribuíram cartazes chamando atenção para o avanço das ameaças e violência contar a categoria durante os cortes de energia na capital paulista.
Eletricistas terceirizados da Enel fazem ato em frente a sede da empresa na Zona Sul contra a violência na linha frente do atendimento da categoria.
Reprodução/TV Globo
Conforme o g1 publicou, os eletricistas à serviço da Enel tem recebido diversas ameaças durante o horário de trabalho. Com salário entorno de R$1500, a categoria tem meta de no mínimo 30 cortes de energia por dia na cidade.
Esses cortes levam, invariavelmente, aos trabalhadores sofrerem ameaças e até serem agredidos.
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O que diz a Enel
Por meio de nota, a Enel Distribuição São Paulo disse que “respeita o movimento dos eletricistas e reforça seu compromisso com a segurança de todos os seus colaboradores e parceiros”.
“Os trabalhadores que atuam em campo são orientados e têm o apoio da distribuidora para suspenderem suas atividades caso constatem qualquer situação de risco durante a realização do trabalho. Essa orientação é repassada em treinamentos periódicos, que serão intensificados”, declarou.
Eletricista da Enel morto ao tentar cortar energia é velado em Ferraz de Vasconcelos
A Enel também afirmou que nessa semana a companhia promoveu uma palestra para os eletricistas com especialista em violência urbana.
“A companhia reconhece os desafios diários da operação enfrentados pelos técnicos e eletricistas e o esforço de cada um dos parceiros envolvidos nessas atividades. A distribuidora reitera seu repúdio ao ato injustificável de violência cometido na última quarta-feira (13.03) que levou a morte do eletricista Odail Maximiliano Silva Paula e solidariza-se com a dor de seus parentes e amigos”, disse a Enel.
Educador físico mata eletricista
O empresário e educador físico Randal Rossoni, de 44 anos, dono de uma academia na Vila Marieta, Zona Leste de SP.
Reprodução/Redes Sociais
Dono de uma academia no bairro da Vila Marieta, o empresário e educador físico Randal Rossoni, de 44 anos, foi identificado pela Polícia Militar como o assassino de um funcionário da Enel.
O crime ocorreu na quarta (13), na região de Ermelino Matarazzo, na Zona Leste de São Paulo, após o funcionário da Enel, Odail Maximiliano Silva Paula, tentar cortar a energia elétrica da academia de Rossoni, localizada na Rua Antônio Carlos Lamengo, por falta de pagamento.
Segundo o boletim de ocorrência, depois de uma discussão e luta corporal entre eles, Odail deixou o local para a realização de outro serviço na região.
Carro da distribuidora de energia elétrica Enel estacionado em rua de São Paulo
RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Ele foi seguido por Randal Rossoni até um posto de gasolina na Avenida São Miguel. No local, o educador físico sacou uma arma e atirou contra o colaborador da Enel.
O tiro pegou na região da axila. Odail Maximiliano chegou a ser socorrido, mas morreu.
Randal Rossoni fugiu do local a bordo de um carro preto. Uma pessoa que estava no local – e viu o disparo – anotou a placa do carro e avisou os policiais militares, por meio do 190.
Funcionário terceirizado da Enel é morto ao tentar cortar energia na Zona Leste de SP
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Os agentes foram até a casa do empresário e o encontraram no local sem a arma usada no crime. O acusado disse que tinha se livrado da arma no caminho entre o posto de gasolina e a residência dele.
Os policiais refizeram o percurso e não encontraram a arma. Na delegacia, o dono da academia ficou calado, mas foi reconhecido por um colega de trabalho da vítima, que presenciou a discussão e o disparo.
Em depoimento, o funcionário que presenciou o crime afirmou que Randal Rossini abordou a equipe da empresa de forma violenta e tentou agredir Odail Maximiliano, que se esquivou para evitar a briga.
Funcionário da Enel atacado em posto da Zona Leste de São Paulo nesta quarta-feira (13).
Reprodução
Por orientação do próprio Odail, a dupla deixou o local para continuar o dia de trabalho mas, ao chegarem no posto de gasolina, foram abordados pelo dono da academia que, sem falar nada, sacou uma arma de fogo cromada e atirou.
Preso em flagrante no 24º Distrito Policial da Ponte Rasa, Randal Rossoni está na carceragem da delegacia, onde deve passar por audiência de custódia nesta quinta-feira (14).
Quem é Randal Rossoni
O empresário e educador físico Randal Rossoni, de 44 anos, dono de uma academia na Vila Marieta, Zona Leste de SP.
Reprodução/Facebook
Além de dono de academia desde 2004, Randal Rossoni se identificava nas redes sociais como nutricionista esportivo, educador físico e bodybuilder.
Ele também se diz tricampeão paulista e vice-campeão brasileiro pela Confederação Brasileira de Culturismo e Musculação (CBCM).
Nas redes sociais da academia, o empresário compartilhava dicas de treinamento e também vendia produtos de suplementação alimentar para os frequentadores do espaço.
Após o crime, parte das redes sociais dele foram apagadas.
O que diz a Enel sobre o crime
Por meio de nota, a empresa Enel Distribuição São Paulo disse que “repudia veementemente o ato de violência cometido na tarde desta quarta (13) contra um eletricista de uma empresa parceira da companhia, durante uma atividade de corte de energia em um estabelecimento comercial no bairro Ermelino Matarazzo, zona leste da capital”.
“Após realizar o serviço de corte por inadimplência, o prestador de serviço foi baleado e morreu depois de ser socorrido e levado ao hospital. A companhia está em contato com a empresa parceira para que seja prestada assistência à família do colaborador. A Enel informa que foi registrado boletim de ocorrência e que acompanhará as investigações das autoridades policiais para que esse crime não fique impune”, declarou a empresa.