19 de outubro de 2024

Textos e poesias com relatos sobre a vida de detentos se transformam em folhetim em Penitenciária de Araçatuba

Primeira edição do folhetim ‘Acreditar’ apresenta a compilação de textos produzidos por detentos em cumprimento de pena. Textos e poesias com relatos sobre a vida pessoal de detentos se transforma em folhetim em Araçatuba (SP)
Secretaria de Administração Penitenciária (SAP)/Divulgação
Os textos e poesias com relatos sobre a vida de detentos se transformaram em um folhetim em Araçatuba (SP). O lançamento do projeto ocorreu em uma cerimônia, no Centro de Ressocialização.
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Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), a ideia do folhetim, denominado “Acreditar”, surgiu da repercussão positiva do programa “Lendo a Liberdade”, um clube de leitura, realizado entre abril de 2019 e março de 2020.
Folhetim escrito por detentos em Araçatuba (SP)
Secretaria de Administração Penitenciária (SAP)/Divulgação
Dos encontros literários foram revelados talentos como o de um detento, autor de um livro de conto. Inspirados nele, outros 12 reeducandos escreveram e publicaram “Histórias de Todos Nós”, com a coletânea dos relatos.
Interrompidos pela Covid-19, os encontros literários foram retomados em setembro de 2023, quando os participantes se depararam com o “Folhetim do Café Literário” da Penitenciária de Tremembé.
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A primeira edição do folhetim “Acreditar” apresenta a compilação de textos produzidos por detentos em cumprimento de pena e até mesmo um poema do ex-reeducando Gilberto Gubolin Junior, sob o título “Egresso, Fala!”.
O folhetim também trouxe fatos curiosos. O conto “História de Marilso – A Marvada” foi escrito por um detento após uma conversa descontraída com outro. Como forma de resposta à provocação literária, o detento resolveu escrever criativamente “As Aventuras de Delsinho – Iara”.
Penitenciária lança folhetim em Araçatuba (SP)
Secretaria de Administração Penitenciária (SAP)/Divulgação
Durante o lançamento, um detento da unidade aproveitou para ler a manchete do folhetim, vestido como um entregador de jornal infantil de décadas passadas, convidando o público para a triagem inicial de 500 exemplares.
Papel transformador
A leitura e a escrita como terapia têm um papel fundamental na ressocialização. Essa é a explicação do diretor técnico II, Adelmo Pirão Júnior. No contexto do folhetim, as práticas servem, segundo ele, como ferramentas poderosas para a população carcerária expressar suas emoções e refletir as próprias experiências.
Detento apresenta folhetim para funcionários em penitenciária em Araçatuba (SP)
Secretaria de Administração Penitenciária (SAP)/Divulgação
Por meio de narrativas e poesias, o diretor enfatiza que os detentos conseguem transformar suas histórias em arte, facilitando processos de autoconhecimento, enquanto contribuem para uma cultura de transformação dentro do sistema prisional.
“A publicação de dois livros por reeducandos e o lançamento do folhetim é a clara demonstração de que estamos no caminho certo, pois, a meu ver, a pessoa humana recebe o devido reconhecimento, mesmo estando no cárcere”, descreve o diretor.
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