Grupo de 12 pessoas ainda segue sendo investigado sob sigilo, após operação ‘Truque de Mestre’ da Polícia Civil. Segundo investigações, eles comandavam esquema de jogos de azar. Justiça derruba medida que impedia investigados no PA de divulgarem jogos de azar na internet
Reprodução/Fantástico
A justiça do Pará derrubou a medida cautelar que anteriormente proibia um grupo de influenciadores digitais investigados na operação “Truque de Mestre”, da Polícia Civil do Pará (PCPA), a divulgarem jogos de azar, conhecido como o “Jogo do Tigrinho” nas redes sociais.
A decisão tomada pelo Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) veio a partir do parecer favorável do Ministério Público do Pará (MPPA). Desde o inicio das investigações, ainda em dezembro de 2023 os suspeitos estavam proibidos de compartilhar as plataformas de apostas na internet.
Segundo o MPPA, a manifestação não acarreta prejuízo da continuidade das investigações e, se for o caso, da ação penal. Ao g1, a Polícia Civil do Pará informou que os inquéritos que investigam os casos estão em fase de conclusão e serão enviados à Justiça.
Depois que a investigação contra os influenciadores começou houve a publicação da Lei Federal de nº 14.790/23, que regulamentou as apostas on-line. A nova lei tributa empresas e apostadores, além de definir regras para a exploração do serviço e determina a partilha da arrecadação, entre outros pontos.
Além disso, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR) publicou um conjunto de regras específicas para regulamentar as ativações de marketing de apostas no Brasil. Uma delas é o compartilhamento dos materiais informando especificamente que é voltado para maiores de idade.
O que é o Jogo do Tigrinho?
O “jogo do tigrinho” é um cassino online famoso que promete ganhos fabulosos. Na prática, o objetivo dele é que o jogador faça uma combinação de três figuras iguais nas três fileiras que aparecem na tela.
Como o jogo não é desenvolvido pelas casas de apostas, ele pode aparecer em mais de um site, geralmente dentro de categorias como “cassino online”.
No Brasil, o “Fortune Tiger” ficou famoso principalmente devido à extensa campanha que incluiu muitos influenciadores digitais e jogadores que compartilham suas táticas para se dar bem.
Relembre o caso no Pará
Doze influenciadores digitais, envolvidos em esquema de jogos de azar na internet são investigados pela polícia no Pará na operação “Truque de Mestre”.
As investigações iniciaram após algumas vítimas comparecerem à polícia para denunciar que influenciadores estavam buscando pessoas para entrar em uma plataforma dos jogos online.
Polícia Civil deflagra operação de combate à divulgação de jogos de azar.
Divulgação/PC
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Como funcionava o esquema criminoso?
Segundo o delegado Daniel Castro, da Diretoria de Polícia Metropolitana (DPM) na Polícia Civil do Pará, os influenciadores utilizavam as redes sociais para divulgar os jogos de azar.
“Os investigados se valiam da condição de influenciadores digitais pegando capilaridade que têm para transformar a vida de ostentação em lucro, divulgavam através de uma plataforma conhecida como Tigrinho, faziam jogos on-line que a banca sempre ganhava”, explica.
O delegado Walter Rezende disse que uma das vítimas chegou a perder mais de R$ 15 mil apostando no jogo.
“Ela venceu uma rodada mas, na hora de receber, a plataforma bloqueou a vítima, fazendo com que ela não pudesse retirar o prêmio e nem reaver o valor investido”.
Ainda de acordo com as investigações, o esquema junto aos influenciadores funcionava deste modo: a cada 100 “aliciados”, cada influenciador recebia R$ 1 mil.
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Divulgação/Ascom PCPA
Quanto foi movimentado?
O delegado Daniel Castro diz que, no Pará, um dos investigados teve um fluxo de mais de R$ 20 milhões, e que no ato da prisão de um deles, houve a notificação de pix que somou R$ 50 mil.
“No momento que cumprimos um desses mandados chegou a notificação de pix R$20 e R$ 30 mil para um alvo. Ou seja, num simples movimentar, foram R$ 50 mil que entraram nesta segunda-feira”, diz o delegado.
Quais são os crimes?
Os 12 influenciadores digitais são investigados por estelionato, associação criminosa, lavagem de dinheiro e crime contra o consumidor no Pará.
“Para você ter uma ideia, eles compraram casas de luxo em condomínios de Belém, veículos importados. Só em uma residência que fomos, encontramos roupas, bolsas, acessórios de marca europeias de luxo, caríssimos, originais”, disse o delegado Daniel Castro.
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