Há mais de uma centena de feridos. O Estado Islâmico reivindicou autoria do ataque, 5 dias depois da vitória eleitoral do presidente Vladimir Putin. Um atentado em uma casa de shows da periferia da capital da Rússia teve 40 mortes e feriu mais de 100 pessoas. O grupo terrorista Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo ataque.
Atiradores entraram na casa de show com armamento pesado e começaram o massacre. Vídeos de testemunhas mostram o desespero de quem tentava fugir e os corpos das vítimas que não conseguiram escapar. Quem se escondeu registrou as rajadas de tiro.
O ataque terrorista começou pouco antes do início de um show de rock, às 20h, horário local. A expectativa era de casa cheia; mais de 6 mil pessoas tinham comprado ingresso para ver a banda Picnic. Mas, dentro do teatro, o que ouviram foram muitos disparados de armas automáticas.
Testemunhas contaram que os terroristas atiraram à queima-roupa. Cerca de 100 pessoas se esconderam no subsolo do prédio, e os tiros foram só o começo. Segundo agências de notícias russas, pelo menos duas explosões aconteceram dentro da casa de shows; a causa provável do incêndio que atingiu o prédio.
Um sobrevivente explicou como o fogo começou:
“Eles jogaram coquetéis molotov e tudo pegou fogo. Fomos levados para a saída, mas ela estava trancada. Corremos por todo o teatro tentando encontrar uma saída, mas não conseguimos. Entramos no porão e esperei pelos serviços de emergência, e só aí que eu consegui sair.”
Chamas tomaram conta do último andar de casa de shows russa alvo de atentado
JN
As chamas tomaram conta do último andar do edifício, que ficou destruído. Uma parte do telhado desabou. As autoridades enviaram helicópteros para combater o fogo e 70 ambulâncias para socorrer as vítimas.
O governador da região de Moscou, no meio da entrevista, foi surpreendido com o que parecia uma parte do prédio caindo.
A casa de shows Crocus City Hall fica na periferia de Moscou, a 25 km do centro da capital, onde está a sede do governo.
A casa de shows Crocus City Hall fica na periferia de Moscou, a 25 km do centro da capital
JN
Nesta sexta-feira (22) de manhã, a Rússia fez o maior ataque ao sistema elétrico da Ucrânia desde o início da guerra. Bombardeou oito vezes a maior represa ucraniana, matou pelo menos cinco pessoas e deixou mais de um milhão sem luz.
Logo depois do atentado em Moscou, os Estados Unidos afirmaram que não havia indícios de participação dos ucranianos no ataque à capital da Rússia. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russa, Maria Zakharova, rebateu e perguntou:
“Qual a base dos Estados Unidos para tirar conclusões sobre a inocência dos outros no meio da tragédia. Se os Estados Unidos tem ou não informações confiáveis sobre isso, então devem compartilhar imediatamente com o lado russo”.
A presidência da Ucrânia também negou qualquer envolvimento no atentado.
Cerca de quatro horas depois do atentado terrorista, um braço afegão do grupo Estado Islâmico assumiu a autoria da tragédia. Neste sábado (23), faz cinco anos da derrota do grupo terrorista na Síria; a Rússia é considerada inimiga do Estado Islâmico porque apoia o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad.
O porta-voz do presidente Vladimir Putin disse que ele está recebendo atualizações constantes sobre o ataque. Autoridades reforçaram a segurança em aeroportos e no transporte público de várias regiões da Rússia. Também cancelaram eventos com grande público.
Em Nova York, e delegação russa vai pedir uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para tratar do atentado.
Atualizações
O ministro da Saúde da Rússia informou, na noite desta sexta-feira (22), que 60 dos 145 feridos no atentado em Moscou estão em estado grave. Pelo menos 40 pessoas morreram no ataque, segundo autoridades russas. A imprensa afirma que há crianças entre as vítimas.
Uma agência de notícias do país também informou que os atiradores envolvidos no atentado estão foragidos. No comunicado em que reivindicou a autoria do ataque, o Estado Islâmico afirmou que os terroristas do grupo voltaram em segurança para a base.
No dia 7 de março, a Agência de Segurança da Rússia informou que impediu um ataque a uma sinagoga em Moscou, que estava sendo planejado por um braço do Estado Islâmico. No mesmo dia, a embaixada dos Estados Unidos na Rússia alertou sobre a possibilidade de um ataque iminente por extremistas e pediu que os americanos evitassem locais com grande concentração de pessoas nas próximas 48 horas.
O atentado desta sexta gerou uma forte reação da comunidade internacional. O Conselho de Segurança da ONU condenou o que chamou de ataque terrorista covarde. A França e a Itália também condenaram o atentado, e os Estados Unidos e a Alemanha falaram em imagens e ataque horrorosos e manifestaram condolências pelas vítimas. O presidente Joe Biden segue monitorando a situação.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil expressou condolências aos parentes das vítimas, manifestou solidariedade ao povo e ao governo russos e reiterou o repúdio ao terrorismo.
LEIA TAMBÉM
Ataque perto de Moscou: homens armados matam ao menos 40 em casa de shows; VÍDEO
Vídeo mostra ataque a casa de shows perto de Moscou, em meio a gritos e correria; VEJA