21 de setembro de 2024

TJD-RS denuncia o Inter por casos de importunação sexual de intérprete do mascote Saci

Clube será julgado pelo tribunal na esfera esportiva em data ainda a definir. Mascote Saci, do Internacional
Reprodução/Sport Club Internacional
O Inter foi denunciado pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-RS) na noite de terça-feira (2) pelos casos de importunação sexual do intérprete do mascote Saci no Gre-Nal ocorridos no fim de fevereiro. O caso tramitará em segredo de justiça no TJD.
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A Procuradoria do TJD teve acesso ao inquérito policial que culminou no indiciamento do homem, houve análise do conteúdo e denúncia foi formalizada.
Polícia divulgou imagens dos dois casos em que intérprete do mascote do Internacional foi indiciado por importunação sexual
Polícia Civil/Divulgação
Como o processo corre em segredo na Justiça, também seguirá o mesmo trâmite no âmbito esportivo. O julgamento não terá transmissão ao vivo e somente advogados das partes terão acesso no dia, além de eventuais testemunhas.
O Inter foi denunciado no artigo 243-G, paragrafo segundo, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que cita “praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”.
O parágrafo segundo fala em multa para a entidade “cuja torcida praticar os atos discriminatórios”. Também fala que os “torcedores identificados ficarão proibidos de ingressar na praça por no mínimo 720 dias”.
O processo é consequência do indiciamento do homem que vestia a fantasia de Saci. Uma repórter e uma torcedora colorada denunciaram casos de importunação sexual no Gre-Nal do dia 25 de fevereiro.
Relembre o caso
Repórter denuncia mascote do Inter por importunação sexual durante Gre-Nal
A jornalista Gisele Kümpel, do Canal Monumental, relatou ter sido abraçada e beijada sem consentimento pelo funcionário do Internacional logo após a equipe colorada ter marcado o gol da vitória contra o Grêmio.
“Quando sai o gol, em vez de comemorar com a torcida, ele vem e para do meu lado. Eu estava relatando o lance para o canal e ele vem e me abraça de lado. Fecha os dois braços em mim e fica alguns segundos. Não foi um tapinha nas costas. E ele, com a máscara, vem para me dar um beijo. Senti o suor dele em mim e o barulho do beijo”, conta a repórter.
Gisele conta que, depois do caso, que aconteceu nos últimos instantes da partida, ficou paralisada, com o que considera que possa ter sido uma crise de pânico. A repórter foi à delegacia da Polícia Civil no Estádio Beira-Rio e registrou um boletim de ocorrência contra o funcionário.
A Justiça do Rio Grande do Sul concedeu, no dia 3 de março, uma medida protetiva à repórter Gisele Kümpel.
Um segundo caso foi relatado por uma torcedora do Inter à Polícia e também teria ocorrido durante o Grenal.
De acordo com a delegada Cristiane Ramos, diretora da Divisão de Proteção à Mulher (DIPAM), a torcedora teria sido tocada na cintura, nos braços e nos seios pelo homem ao pedir uma foto.
“Momento em que ele disse uma frase com conotação sexual, afirmando que com ela ‘se sentia um adolescente na puberdade'”, relatou a delegada.
* Colaborou nesta matéria Andressa Santos.
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