Coronel Jordana de Oliveira Filgueiras Daldegan ocupa a função do coronel Erlon Dias do Nascimento Botelho. Mulheres integram a corporação desde 1993. Coronel Jordana de Oliveira Filgueiras Daldegan, comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
Divulgação / CBMMG
A primeira mulher a ser comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) tomou posse em solenidade, na manhã desta terça-feira (4), em Belo Horizonte. O anúncio da mudança foi feito pelo governador Romeu Zema (Novo), na última quarta-feira (29).
Em 113 anos de corporação, pela primeira vez, uma mulher fica à frente do comando-geral da corporação. A coronel Jordana de Oliveira Filgueiras Daldegan assume a função do coronel Erlon Dias do Nascimento Botelho.
Segundo a bombeira, o processo de seleção é bastante criterioso: os coronéis elegíveis passam por uma avaliação do governador, para que ao final seja selecionado um representante que cumpra aos requisitos necessários.
“O desafio é enorme, a responsabilidade é muito grande. As expectativas não são só minhas, eu sei que represento expectativas de mulheres que vão muito além da minha corporação. Já estou vivendo isso desde o momento que foi anunciado, o quanto a representatividade nos fortalece enquanto mulheres”, comentou.
Trajetória
A militar, de 44 anos, ingressou na corporação no ano 2000, e faz parte da primeira turma de oficiais formados depois que o Corpo de Bombeiros foi desvinculado da Polícia Militar, ou seja, entrou exclusivamente como bombeira.
Coronel Jordana é especialista em administração pública, com ênfase em gestão de pessoas pela Escola de Governo da Fundação João Pinheiro; e em gestão estratégica e políticas públicas pela Academia de Bombeiros Militar.
Na carreira dentro da corporação, ela foi subchefe da Seção de Planejamento Operacional do Estado-Maior; subcomandante do 3º Batalhão de Bombeiros Militar, localizado na Avenida Antônio Carlos, em BH; chefe na Diretoria de Assuntos Institucionais e da Assessoria de Comunicação do CBMMG.
Histórico feminino na corporação
As primeiras bombeiras ingressaram na corporação em dezembro de 1993.
Recentemente, no concurso de bombeiros de 2024, foi anunciada a ampla concorrência entre candidatos homens e mulheres, sem a distinção entre os sexos.
A bombeira contou que no início da carreira a realidade era bem diferente da atual, com diversas barreiras, preconceitos e estereótipos, que apesar de ainda existirem, estão sendo superados com o passar do tempo.
“Existem também conquistas diárias. No dia a dia, onde a gente sabe que pelo tipo das atividades, nós temos que estar constantemente atentas. Eu falo que a questão da mulher, nós não precisamos ser diferentes em nada, se a gente tiver condições de igualdade e respeito a gente chega em qualquer lugar”, disse.
Agora, em 2025, com a posse da primeira mulher a assumir o comando-geral da corporação, a nova regência ganha um peso histórico em uma corporação militar e majoritariamente masculina, em que as mulheres representam apenas 10% do efetivo.
“A importância dessa liderança feminina, no nosso caso, vem mais de uma consolidação de algo que começou a ser construído lá atrás, há 30 anos, com a inclusão da mulher na corporação. Foi um processo gradativo, que foi sendo vivenciado e aprimorado, é uma conquista”, finalizou a comandante-geral.
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