18 de novembro de 2024

Trabalhador com ensino superior lidera pedidos de demissão na região de Piracicaba; mas índice cresce entre quem não tem instrução, diz estudo

Boletim do Trabalho Formal divulgado nesta sexta-feira (16) aponta que mercado de trabalho mais aquecido e busca por oportunidade melhor explicam movimento. Carteira de trabalho emprego
Divulgação
Os pedidos de demissão são mais frequentes entre pessoas com maior grau de instrução na Região Metropolitana de Piracicaba (RMP) . Daqueles que, pelo menos, começaram o nível superior, quase 50% decidiram deixar a vaga que ocupavam no segundo trimestre deste ano, segundo Boletim do Trabalho Formal mais recente, divulgado nesta sexta-feira (16).
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O que chamou atenção dos pesquisadores, no entanto, foi que o número de pedidos de demissão por trabalhadores sem ensino médio completo também cresceu no segundo trimestre de 2024 entre as cidades da RMP, na comparação com o mesmo período do ano passado. A Região Metropolitana de Piracicaba inclui 24 cidades. Veja aqui.
Enquanto no segundo trimestre do ano passado, os pedidos de desligamentos entre funcionários sem o ensino médio completo representava 31,7% das análises feitas por grau de instrução, no mesmo período deste ano, essa forma de demissão representou 36,7% dos registros.
➡️O estudo do Observatório da RMP é feito com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
O estudo apontou que o maior percentual de aumento nos desligamentos se deu entre as pessoas com menos instrução. Confira, abaixo.
Desligamentos do trabalho a pedido do funcionário nos graus de instruções
Ainda segundo o boletim do emprego formal, os pedidos de demissão por parte do trabalhador crescem ano a ano na Região Metropolitana de Piracicaba e no Brasil.
Os pesquisadores Cristiane Feltre, Eliana Tadeu Terci e Carlos Eduardo de Freitas Vian, que assinam o estudo, apontam um mercado de trabalho mais aquecido, e a consequente busca por uma oportunidade melhor, como um dos motivos para este movimento.
Demissão sem justa causa
As demissões sem justa causa, realizadas por parte da empresa ou instituição contratante, representam 41,3% dos tipos de desligamentos registrados na área de abrangência da Região Metropolitana de Piracicaba no segundo trimestre deste ano. Os pedidos de demissão representam 41% dos casos.
No segundo trimestre deste ano, os desligamentos cresceram quase dez pontos percentuais, alcançando 25,1% em relação aos três primeiros meses de 2024.
O boletim de empregos formais do Observatório da RMP demonstra que esse tipo de desligamento do trabalho cresceu 15,9% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Entenda, abaixo, os motivos para crescimento nas demissões, conforme o boletim:
existência de um mercado de trabalho mais aquecido e a consequente busca por uma oportunidade melhor;
comportamento do trabalhador, que decide se manter na vaga não apenas pela remuneração, mas também pela manutenção da qualidade de via;
maior número de jovens no mercado de trabalho que buscam por vagas mais alinhadas às suas expectativas e trocam de emprego com mais frequência
Faixa etária
Na pesquisa feita pelo Observatório, constatou-se que, de fato, o número de demissões a pedido ocorre com maior frequência na faixa etária de 17 a 30 anos de idade.
Acima dos 41 anos: os pedidos de desligamentos ocorrem com menor frequência. Nessas idades, algumas características podem ser observadas:
Maiores compromissos financeiros de grande monta
Comportamento mais estável em relação à permanência no emprego, por vezes herdado de outras gerações
Saiba por que brasileiros pedem demissão
Confira os motivos que levam uma pessoa a pedir demissão no trabalho
Uma outra pesquisa, realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, apontou que embora “outra carta na manga” e o dinheiro que caía na conta sejam os principais fatores na hora de pedir demissão, mais variáveis têm peso para os brasileiros na hora de tomar essa decisão. – Assista no VÍDEO acima.
💼 Das 53.692 pessoas em regime de carteira assinada que aceitaram responder a uma pesquisa virtual do Ministério e que pediram demissão no período de novembro de 2023 a abril de 2024:
36,5% já tinham outro emprego em vista;
32,5% tinham como motivação o baixo salário;
24,7% indicaram que seu trabalho não era reconhecido;
24,5% problemas éticos com a forma de trabalho da empresa;
16,2% tinham problemas com a chefia imediata;
15,7% citaram a inexistência de flexibilidade da jornada.
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