Prejuízos são estimados em R$ 5 milhões. Água chegou a 1,95 metros no local. Expectativa para reabertura é no mês de julho, afirma CEO da Pastelina. Pastelina, tradicional salgadinho gaúcho, tem 75 anos de história
Arquivo pessoal
Presente nas prateleiras desde mercadinhos de esquina até grandes atacarejos, a Pastelina faz parte da vida dos gaúchos há 75 anos. Contudo, no mês de maio, o sabor guardado na memória afetiva dos clientes foi substituído por um cenário de tristeza.
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A enchente em Porto Alegre levou tudo o que fazia a fábrica da tradicional empresa gaúcha de salgadinhos funcionar: matéria-prima, estoque, embalagens e máquinas.
Ao entrar no local ainda com água na canela no dia 28 de maio, o CEO da empresa, Marcelo Gonçalves, descreveu a situação como uma “tristeza muito grande”. Após 25 dias com a empresa alagada, onde a água chegou a alcançar 1,95 metros, Gonçalves se deparou com o que restava da história da Pastelina: apenas o telhado e as paredes.
Fábrica da Pastelina, em Porto Alegre, foi destruída pela enchente
Arquivo pessoal
Ao menos 160,2 mil pessoas e 39,4 mil edificações foram afetadas em Porto Alegre. A Capital registra cinco dos 172 óbitos em decorrência dos temporais e cheias que atingiram o Rio Grande do Sul no mês de maio.
A empresa, localizada no bairro Floresta na Zona Norte, sofreu prejuízos significativos, estimados em R$ 5 milhões, incluindo R$ 3,5 milhões em insumos, máquinas e equipamentos, além dos prejuízos de um mês sem vendas. Para a recuperação, será necessário um investimento adicional de R$ 1 milhão, sendo que a Pastelina já havia investido R$ 4 milhões em novas máquinas, que ainda não chegaram na fábrica.
Fábrica da Pastelina é destruída pela enchente
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Apesar do cenário desolador, o CEO percebeu um aspecto positivo em meio ao caos.
“Não tínhamos noção da importância, da dimensão, do valor que a Pastelina tem para o nosso consumidor. Vimos o quanto a marca faz parte da história dos gaúchos”.
Gonçalves conta que a solidariedade e ofertas de ajuda, inclusive financeira, chegaram de todos os lados: ligações, mensagens e e-mails motivadores de consumidores estão ajudando o local se reerguer.
“A empresa não pode deixar de existir”, falavam os clientes.
Empresas do setor também se solidarizaram, oferecendo espaço de fábrica para a Pastelina utilizar. No entanto, a prioridade da empresa no momento é concentrar os esforços na reconstrução para retomar as operações o quanto antes. Segundo o CEO, o primeiro mês de produção após o retorno já está encomendado.
A Pastelina espera retornar às atividades em julho.
“O gaúcho tem nas suas origens a garra, a luta, a perseverança”, comenta Gonçalves, que, atuando há 21 anos na história da Pastelina, se espelha na força dos gaúchos para superar a destruição que a enchente deixou no estado.
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