6 de fevereiro de 2025

Três cidades do Alto Tietê passaram pelo menos três meses com calor extremo em 2024


Segundo levantamento exclusivo feito a pedido do g1, Santa Isabel, Arujá e Itaquaquecetuba passaram ao menos 90 dias com calor extremo no ano passado. No Brasil, 111 cidades tiveram mais de 150 dias de temperaturas máximas acima do visto em anos recentes. Cidades do Alto Tietê enfrentaram altas temperaturas em 2024
Energisa Sul-Sudeste
Três cidades do Alto Tietê passaram mais de três meses com calor extremo em 2024. Segundo levantamento exclusivo feito a pedido do g1 para o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden), com dados de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Santa Isabel, com um total de 102 dias não consecutivos, foi o local com mais dias quentes na região no ano passado, seguido de Arujá, com 95, e Itaquaquecetuba, com 90.
Além disso, ainda de acordo com o levantamento, seis municípios ficaram mais de dois meses com calor extremo, e outros dois por mais de um mês.
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Com pouco mais de 53 mil habitantes, Santa Isabel registrou 36,9 graus como temperatura máxima. Arujá, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Itaquaquecetuba e Poá também tiveram máximas que ultrapassaram a casa dos 36 graus.

No ano passado, Santa Isabel teve uma área de 620 campos de futebol atingida por queimadas de janeiro a agosto, segundo dados do MapBiomas. Ao longo dos 12 meses, foram mais de 880 campos consumidos pelo fogo no município.
2024 foi o ano marcado como o mais quente da história da Terra. No Brasil, 111 cidades tiveram mais de cinco meses, que equivalem a 150 dias, ainda que não corridos, sob calor extremo. Ou seja, temperaturas que muitas vezes ultrapassaram os 40°C.
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Metodologia do levantamento
A análise foi feita a pedido do g1 pelo Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden) com dados de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Entenda abaixo como isso foi feito:
🔎 Para cada dia do ano foi calculado um valor limite de temperatura.
🔎 Para isso, foram analisados os dados diários da série histórica entre 2000 e 2024.
🔎 Como resultado, foi constatado o total de dias no ano de 2024 que superaram os valores mais altos vistos na série histórica, o que configura um extremo de calor.
🔎 O índice é o mesmo usado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Mais de 6 milhões de pessoas enfrentaram calor extremo no Brasil
Por exemplo, segundo os dados, para o mês de novembro, a temperatura em Belém, capital do Pará, é considerada extrema quando é maior que 33,9°C. Neste mês, a cidade registrou temperaturas que superaram essa máxima e chegaram a 37,1°C.
O levantamento considerou informações de 5.571 municípios brasileiros. Pouco mais de 100 ficaram de fora, o que inclui as capitais João Pessoa e Recife. Segundo a pesquisadora do Cemaden Márcia Guedes, que fez parte do levantamento, isso ocorre porque ao coletar os dados do satélite, a resolução não conseguiu alcançar algumas cidades na faixa litorânea.
As altas temperaturas explicam o cenário do Brasil no ano passado:
O país viveu a pior seca da sua história, que afetou todo o território nacional, mas foi mais grave no Norte, deixando rios secos e populações isoladas, sem acesso a serviços básicos;
O Brasil viu queimar mais de 30 milhões de hectares, o que é quase o tamanho da Itália, em 2024. O fogo é reflexo de ação humana, mas a proporção é consequência da falta de umidade, resultado das altas temperaturas.
Houve recorde de dengue: foram mais de 6 milhões de casos da doença, que é favorecida pelo calor.
Pela primeira vez, especialistas identificaram uma região de clima árido no Brasil.
Os estados mais afetados foram Pará, Ceará, Tocantins, Minas Gerais, Alagoas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Maranhão.
O ano de 2024 deixou um alerta para o país: temperaturas extremas não são um evento isolado, mas parte de uma tendência que exige atenção e ação para mitigar seus impactos.
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