12 de outubro de 2024

Trio simulava falsa central telefônica e aplicava golpes em vítimas de SP e RJ; entenda

Trio foi detido no bairro Vila Romar, em Peruíbe (SP). O g1 apurou que eles confessaram o crime e foram liberados, mas serão alvo de investigação. Crime de estelionato aconteceu em Peruíbe (SP)
Polícia Militar/Divulgação
Três homens, de 23, 24 e 34 anos, foram detidos em Peruíbe, no litoral de São Paulo, por aplicar golpes financeiros em vítimas dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Militar, eles confessaram fazer falsos depósitos e exigências de reembolso via Pix. O g1 apurou que eles foram ouvidos e liberados, mas serão alvo de investigação.
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De acordo com o boletim de ocorrência, obtido pelo g1, a Polícia Militar chegou até os investigados após receber uma denúncia anônima na tarde de quarta-feira (9). O informante relatou que havia uma quadrilha da capital paulista em uma casa, na Rua Miriápolis, praticando vários crimes de estelionato.
Enquanto se dirigia para o local, a PM recebeu uma ligação informando que vários notebooks estavam sendo arremessados pelo muro dos fundos do imóvel indicado. Naquele momento, os agentes viram dois homens no final do corredor lançando os objetos.
Diante disso, a corporação entrou na casa e abordou três homens. No quintal da casa, havia um carro sem vestígios evidentes de adulteração nos sinais de identificação. Porém, a PM usou um scanner automotivo que localizou uma segunda numeração de chassi, que seria vinculada a outro veículo.
Os homens confessaram informalmente que são moradores da capital paulista e alugaram o imóvel no litoral, por meio de um aplicativo, pois precisavam de um local mais tranquilo para aplicar os golpes.
Eles contaram que utilizavam programas que simulam uma falsa central telefônica. Munidos de um banco de dados de vítimas de São Paulo e do Rio de Janeiro, adquiridos com terceiros, enganavam as pessoas. Os criminosos diziam às vítimas que um falso valor teria sido depositado nas contas delas, exigindo um extorno via Pix ou depósito bancário.
No local, foram apreendidos um carro, R$ 469, um relógio de pulso da marca Apple, celulares e notebooks, além de maconha. O caso foi registrado no 1º DP de Peruíbe.
Golpe em ascensão
Mulher com celular na mão, em frente a notebook
Pixabay/Imagem ilustrativa
Segundo a advogada Mariana Paixão, especialista em crimes digitais, esse tipo de golpe vem crescendo entre os criminosos.
Uma possibilidade é o suspeito entrar em contato com a vítima alegando ter enviado um valor via Pix ‘sem querer’ e pedir a devolução. A vítima atende ao pedido, sem saber que o golpista também solicitou o Mecanismo Especial de Devolução (MED) ao banco. Se fez um Pix de R$ 100, por exemplo, a pessoa acaba perdendo o dobro.
“Nesse meio tempo, o golpista vai lá e pede o extorno, entra com o MED. Aí, com o MED, o banco devolve mais R$ 100 [valor hipotético], pega a mais dessa pessoa. Então, na verdade, em vez de ela só devolver o dinheiro, perdeu R$ 200 e ainda tem a conta bloqueada pelo banco”, explicou a advogada.
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